História
O “Hobin
Wood” da Revolução Mexicana, um símbolo de resistência nacional
Pancho Villa (San
Juan del Río, Durango, 5 de junho de 1878 — Parral, Chihuahua, 23
de julho de 1923), pseudônimo de José Doroteo
Arango, foi um dos mais conhecidos generais e comandantes da Revolução
Mexicana.
Doroteo Arango nasceu em Durango e viveu até os 16
anos como trabalhador rural. Com essa idade, foi acusado de matar um fazendeiro
que atacara sua irmã e para fugir das perseguições da justiça, se alista no
exército mexicano. Como chefe de guarnição, em 1910, apoia Francisco
Madero no combate a ditadura controlada por Porfirio Díaz.
Um ano após, no mês de Maio, Pancho é exilado e
Madero assume o governo.
Em 1912, o general Victoriano Huerta, que
deporia e substituiria Francisco Madero, condena Pancho Villa à morte por
insubordinação.
Ele consegue se refugiar para os Estados
Unidos com a ajuda de Madero. Após a morte de Madero e a instauração de
uma ditadura no México por Huerta, Pancho Villa retorna ao México para integrar
as forças de Venustiano Carranza, opositor do ditador.
Com seu pessoal espalhado por todo o México, Pancho
Villa, Venustiano Carranza, Álvaro Obregón e Emiliano
Zapata unem-se num exército que combatia a ditadura em uma guerra civil.
Pancho recebe o comando da cavalaria com mais de 40
mil homens, que foi decisivo para derrubar o regime de Huerta. Carranza assume
o poder, mas Pancho Villa retorna a luta armada, após ter se desentendido com o
novo governante.
Assim, Pancho controla o norte do país. O governo
mexicano convoca uma força expedicionária norte-americana para capturar o
revolucionário, mas Pancho escapa. Com a deposição de Venustiano Carranza,
Pancho se torna fazendeiro no interior do país.
Ele se casa várias vezes, tendo filhos com oito
mulheres. Em 1923, ele é assassinado numa emboscada.
Agustín
Villa, filho de Asunción Villaescusa e Francisco (Pancho) Villa.
Numa só batalha, em 1892, seguida de uma emboscada,
fizeram com que Pancho Villa, o caudilho da Divisão do Norte, perdesse a maior
parte dos seus efetivos.
Em Celaya, ele travou combate com as forças de Álvaro
Obregón que, com suas metralhadoras, ceifaram os villistas aos milhares.
Estima-se que Pancho perdeu, entre mortos e feridos, 14 mil seguidores; outros
historiadores falam em até 30 mil mortos e feridos.
Pouco depois, ao aproximar-se à noite com os seus
remanescentes do lugarejo de Agua Prieta, ele foi emboscado pelas forças do
governo, que, recorrendo aos fogos luminosos, puderam fartar-se em atirar à
vontade contra os villistas, desprotegidos em meio ao clarão.
Estes dois sucessos militares foram possíveis
porque os Estados Unidos, ao reconhecerem o governo de Venustiano Carranza,
não só permitiram que o governo utilizasse as vias férreas estadunidenses para
derrotar Villa, como também ofertaram-lhe as armas modernas. Para o
revolucionário que seguiam o caudilho, os norte-americanos passaram a ser seus
maiores inimigos.
A primeira operação que Villa ordenou diretamente
contra os norte-americanos foi uma forma de revidar a intervenção branca dos
Estados Unidos, favoráveis ao governo, contra o qual era Villa.
Na verdade trata-se de uma emboscada a 17
engenheiros texanos que estavam no México a convite do governo para reativar as
minas do Estado de Chihuahua, e que vinham a bordo do trem que se
dirigia a Santa Isabel.
Em contrapartida a opinião pública norte-americana
ficou estupefata, mas o presidente Wilson negou-se a empreender
naquele momento qualquer ato de represália. Villa então foi adiante,
justificando seu ato como uma reparação aos estragos que as metralhas do
presidente Wilson haviam feito nos mexicanos. E, também, para deixar mal o
governo de Carranza, que ele acreditava ter vendido o México aos
"gringos", o que na verdade conseguiu.
Pancho
Villa (3º a direita) junto com outros revolucionários, em 1913.
A gota d'água veio a seguir, quando Villa conduziu
sua gente a um grande assalto contra Columbus. Esta era uma cidadezinha
situada no Novo México e que abrigava, nas suas proximidades, um
forte de cavalaria em Camp Furlong, com uns 350 milicianos.
Na madrugada do dia 9 de março de 1916,
uma tropa de villistas, uns 500 homens montados, tendo à frente o próprio
caudilho, tomou o forte de surpresa. Em seguida, foi à cidade saqueando-a e
ateando-lhe fogo, permanecendo aí por cinco horas.
No estampido do ataque, os norte-americanos
queimaram os corpos de 70 a 75 mexicanos mortos no ataque.
No dia seguinte, as manchetes dos jornais
norte-americanos estamparam com estardalhaço o acontecimento. Villa havia sido
o primeiro mexicano em toda a história a invadir os Estados Unidos. Foi um
pandemônio. Desta vez o presidente Wilson não contemporizou. Columbus mesmo
tornou-se a base de onde partiu a expedição punitiva.
Em retaliação ao ataque que o revolucionário
mexicano Pancho Villa fizera em março de 1916 à pequena cidade de
Columbus, situada nos limites dos Estados Unidos com o México, o
presidente Woodrow Wilson ordenou que o general John
Pershing comandante da fronteira, fizesse uma expedição punitiva para
responder à audácia do aventureiro mexicano.
Desta forma, Pancho Villa tornou-se o primeiro
inimigo dos Estados Unidos a ser caçado implacavelmente no exterior. Tratou-se
da maior operação militar que os norte-americanos fizeram desde o fim da guerra
contra Espanha em 1898.
O encarregado da missão de capturar Villa foi o
general John Pershing, militar experiente, veterano da guerra de 1898 e da
recente repressão aos filipinos, que aproveitou-se da ocasião para fazer uma
série de experiências com novas táticas militares.
Pancho
Villa e seu estado-maior
Levou consigo, atrás da trilha de Villa, aviões,
caminhões e veículos de combate, além de uma força expedicionária de 4800
homens, penetrando quase 480 km no interior do território de Chihuahua. Dentre seus homens esteve o futuro general Patton,
que se sobressairia em uma luta contra os mexicanos, no qual matou 2 deles,
inclusive o "General" Julio Cardenas, guarda-costas de Villa.
Tudo inútil. O caudilho, experiente como um puma,
ocultara-se nos altos da Sierra Madre e nem os voos de reconhecimento
revelaram quaisquer pistas dele. Inevitavelmente, os atritos entre
norte-americanos e mexicanos não cessaram de trazer desconforto ao governo
Carranza, que se mostrara muito cuidadoso em dar liberdade total às manobras de
Pershing.
Em 21 de junho de 1916, deu-se o
chamado Affair Carrizal, quando um destacamento norte-americano
desentendeu-se com a população do lugarejo que resistiu à passagem de soldados
estrangeiros por dentro da sua cidade, havendo troca de tiros com algumas
baixas de parte a parte. Embaraço que quase levou o presidente Wilson,
mobilizando 75 mil integrantes da Guarda Nacional, a declarar a guerra contra o
México.
Por fim, reconhecendo a inutilidade da expedição
punitiva e o desgaste que a presença das tropas norte-americanas trazia para
ambas as administrações, a de Wilson e a de Carranza, e com a aproximação
crescente das nuvens da guerra europeia, iniciada em 1914, os norte-americanos
decidiram-se por retirar seus soldados do solo mexicano.
Alcançar Villa, naquela vastidão dos descampados
áridos, era o mesmo que localizar uma agulha no palheiro. Àquela altura os
expedicionários chegavam a 10 690 homens que começaram a voltar para o
outro lado da fronteira em 27 de janeiro de 1917.
Desde 1910, o México, vizinho dos Estados
Unidos, estava em convulsão revolucionária. No final daquele ano, Francisco
Madero recrutara as mais diversas forças de oposição à ditadura de Porfirio
Díaz, um regime que se prolongava por décadas e estava em agonia, para pôr um
fim à autocracia.
Entre os arrebanhados estava Pancho Villa, homem
famoso na região de Durango e Chihuahua ambas localizadas
no norte do México, pelo seu passado pouco recomendado de ladrão de gado e
assaltante de bancos, mas figura muito popular entre os humildes locais. Neste
primeiro turno da Revolução Mexicana, que no total estendeu-se por sete anos,
encerrado-se por exaustão de todos em 1917, Dias foi deposto e Madero
empossado como o novo presidente do México.
Logo a seguir, em fevereiro de 1913, foi a vez de
Madero ser assassinado a mando do general Huerta, um ex-porfirista que era
chefe do exército, ensejando a abertura de um segundo turno revolucionário.
Para
financiar suas batalhas, Villa vendeu os direitos de filmagem de suas batalhas.
Com isto, foi feito um filme no início do século, que foi refilmado em 2003 com Antonio
Banderas no papel de Villa. O filme chamou-se E
Estrelando Pancho Villa, sendo indicado ao Globo de Ouro de Melhor
Ator - Mini-série/Filme para TV (Antonio Banderas). . O contrato feito por
Pancho Villa com Frank Thayer e a Mutual Film Company está
atualmente em exibição em um museu na Cidade do México. O
contrato foi firmado em 5 de janeiro de 1914.
Venustiano Carranza, um dos governadores de
província, dizendo-se chefe constitucionalista, juntamente com Álvaro
Obregón e Pancho Villa, pegou em armas contra o general Huerta, que,
isolado, exilou-se do país em 1915. Então deu-se o desentendimento entre
os três vitoriosos, Carranza, Obregon e Villa, e um terceiro turno
revolucionário se iniciou.
O carro de
Pancho Villa, onde foi assassinado.
Pouco a pouco Villa foi-se convertendo de novo em
um guerrilheiro e suas atividades se limitaram cada vez mais pela escassez de
armas. Assim se manteve de 1917 a 1920, salvo um período de reaparição, quando
Felipe Ángeles voltou ao país para lutar ao lado de Francisco Villa. Adolfo de
la Huerta, ao assumir a presidência interina do país como fruto do movimento de
Agua Prieta, sugeriu a rendição de Francisco Villa. Em 26 de junho de 1920,
Villa assinou os convênios de Sabinas, obrigando-se a depor as armas e a
retirar-se na fazenda de Canutillo, Durango, que o governo lhe havia concedido
em propriedade por serviços prestados pela revolução.
A partir de 1920, Villa dedicou-se a administrar a
fazenda de Canutillo. Desde então começou sistematicamente a recuperar os
tesouros que tinha ocultado em diversos esconderijos (o mito popular é que
juntou tudo numa cova oculta na Sierra Madre). Villa fazia excursões
solitárias à montanha, às vezes durante vários dias. Entretanto, Álvaro
Obregón fora eleito presidente do México. Quando o novo presidente Obregón
consolidou a sua posição, alguns planos para livrar-se de Pancho Villa foram
tolerados ou abertamente promovidos pelo governo e ante o temor de que
Francisco Villa novamente levantasse em armas durante a Rebelião delahuertista,
decide matá-lo.
Mediante uma emboscada organizada pela polícia
secreta e pelos pistoleiros a soldo de familiares de antigas vítimas de
Villa, foi assassinado a tiros o famoso bandoleiro transformado em general
revolucionário. Era a tarde do dia 20 de julho de 1923, quando
Pancho Villa morreu no seu automóvel, atingido por 47 balas de
pistola quando se dirigia a uma festa familiar.
Sua popularidade entre os mexicanos reforçara-se
ainda mais depois do ataque a Columbus, pois viram-no, metaforicamente, além de
ser uma espécie de "Robin Hood", o grande vingador das tantas
derrotas passadas dos mexicanos frente aos poderosos "gringos", um
símbolo da resistência nacional, alguém que ninguém conseguira colocar a mão,
uma lenda, "un hombre" - Seu nome acabou por tornar-se lenda entre os
mexicanos.
Ironicamente, hoje, ao lado de Columbus, cidade
americana, existe um lugarejo chamado Pancho Villa, bem como um parque nacional
com o seu nome.
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