Por
Helô
Sampaio
Depois de
dias tão aconchegantes, com o carinho da família e dos amigos, com o coração
apertado, pegamos a estrada de volta para a rotina da vida em Salvador. Enquanto
Dumas, meu pilotinho, dirigia, eu e Ana, minha irmã, tagarelávamos e
apreciávamos a paisagem, que é belíssima.
Nunca
esqueço quando levei Elizete Rodrigues, então minha colega de faculdade e hoje
minha comadre, para conhecer Ibicaraí. Juazeirense, vivida lá no Sertão, ela
arregalava os olhos e só repetia embevecida: 'Meu Deus, é muito verde! É verde
demais! Nunca pensei de existir tanto verde!'.
Mas eu
também adoro olhar as milhares de tonalidades de verdes que o nosso estado
oferece –, fico a passear a vista pelos morros e vales paradisíacos e a me
imaginar vivendo naqueles locais tão belos, percebendo as nuances das cores,
sentindo o perfume das flores, a paz dos animais no pasto... Para mim, é uma
‘viagem’ maravilhosa. Na imaginação, porque na real, gosto do burburinho da
cidade grande.
Estes dias
que passei em Ibicaraí foram especiais. Fico extremamente feliz em estar junto
com a minha família (só faltou meu irmão Paulo) e os amigos queridos. Renova o
meu espirito. Também gosto de ver a queima de fogos, sentir o calor da fogueira
do São João. Este ano, dançamos a quadrilha na fazenda de Cachacinha com um
sanfoneiro tocando o bom e gostoso forró. Até eu não resisti e caí no salão
para balançar as ancas.
Depois, dia
26, foi a vez de cantar parabéns para ‘euzinha’. E este meu aniversário, foi
especial, com as amiguinhas da terra presentes, além da família. Carmen, minha
irmã, pediu a Lali para fazer meu bolo. E Lali, que além de ser a melhor
‘fazedora de bolo gostoso da cidade, gosta de mim um bocadão, fez um bolo
enorme e delicioso, com uma cobertura de chocolate que só em olhar a gente
tinha vontade de passar o dedo.
Na hora que
o bolo chegou na mesa, as ‘antas bravas’ dos meus sobrinhos fecharam a
‘rodinha’ em minha volta aos gritos de ‘corta o bolo titia. Corta, corta,
titia’. Mas Carmen ainda estava procurando uma velinha para eu apagar no bolo.
Cantamos o ‘Parabéns’ por três vezes... e Carmen não chegava com a velinha. Os
sobrinhos desnaturados colocaram a faca em minha mão, e me ‘obrigaram’ a cortar
o bolo. Que podia fazer eu, uma pobre titia, com estes sobrinhos desalmados?
Em cinco
minutos, o bolo sumiu do prato. Quando minha irmã chegou com as velinhas,
malmente tinha o pedaço que guardei pra ela. Mas ela ficou indignada com a
falta de educação e solidariedade das oncinhas. E, de pirraça, não comeu o bolo
(que eu não resisti e comi mais um pedacinho. Ela provou no outro dia, depois
que passou o aborrecimento).
Mas deixa
eu te contar bem no pé do ouvido, meu lindinho: eu a-do-rei este aniversário,
com a completa falta de educação dos meus anjinhos (incluam-me fora desta), com
o ‘bolão’ delicioso sendo devorado num vapt vupt. Adorei o mal feito. Nunca
tinha visto um bolo acabar tão rápido. A-mei!
Já perto de
Salvador, quando paramos para comer num restaurante chamado Vovó Dalva, tive
uma surpresa muito boa. O local é um ambiente bem arrumado, com sanitário digno
de hotel 5 estrelas, e a comida deliciosa e variada. A escolher, feijoada
completa, filé ao molho madeira, paella, salmão ao forno, camarões grandes no
alho e óleo, mariscada, dentre várias outra opções. ‘Seu menino’, fiquei pasma.
E fundei dentro da paella, que estava ótima, arrematando com um pavê delicioso.
Eu fiz
questão de procurar - e conheci - Paulo Roberto e Mary, proprietário e esposa,
e Nancy, a chef de cozinha. Falei do meu agrado e contentamento com a casa. Eu
quis incentivá-los, pois normalmente os postos e restaurantes de estrada deixam
muito a desejar, com raras exceções. E até peguei a receita da deliciosa paella
que comi e passo para você, meu amorzinho lindo. Vamos pra cozinha.
Paella da Vovó Nalva:
Ingredientes
-- ½ kg de lula
-- ½ kg de polvo
-- ½ kg de mexilhão
-- 250g de camarão com casca
-- 1 cenoura cortada em cubo
-- meia xícara de ervilha
-- meia xícara de vagem
-- 1 ½ xícara de arroz parabolizado
-- meia colher (sopa) de açafrão
-- meia colher (sopa) de sal
-- 1 ½ colher (sopa) de salsa e de coentro
-- meia colher (sopa) de alho picado
-- ½ kg de lula
-- ½ kg de polvo
-- ½ kg de mexilhão
-- 250g de camarão com casca
-- 1 cenoura cortada em cubo
-- meia xícara de ervilha
-- meia xícara de vagem
-- 1 ½ xícara de arroz parabolizado
-- meia colher (sopa) de açafrão
-- meia colher (sopa) de sal
-- 1 ½ colher (sopa) de salsa e de coentro
-- meia colher (sopa) de alho picado
Para a decoração
-- 7 camarões
-- 6 mexilhões com casca
-- pimentão amarelo em tiras
-- 1 tomate feito flor
-- 7 camarões
-- 6 mexilhões com casca
-- pimentão amarelo em tiras
-- 1 tomate feito flor
Modo de preparar
-- Aquecer a panela com o óleo e fritar o alho até
doura. Adicionar o arroz e o açafrão.
-- Lavar os mexilhões e a lula com água quente e
limão; temperar com açafrão, sal, cheiro verde e o alho; refogar e acrescentar
o arroz;
-- Depois de cozido, acrescentar o camarão.
-- Cozinhar separadamente a cenoura e a vagem,
juntando depois com a ervilha ao arroz, montando a paella e enfeitando com os
elementos da decoração (o tempo de cozimento é de aproximadamente 20 minutos).
Saborear a
delícia com o benzinho se sentindo o próprio mestre cuca do amor.
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