segunda-feira, 31 de agosto de 2015

AS CAPAS (DA REVISTA) DA LIFE


Publicado por benjamin mendes



A revista LIFE, para além da importância que sempre teve na afirmação do fotojornalismo, trouxe uma nova estética às publicações periódicas e deu-nos também alguns do maiores ícones visuais do século XX com as suas capas, baseadas em fotografias de exceção e numa tipografia sóbria e elegante. Conheça um pouco mais da história da revista e alguns desses exemplares históricos.



Não deve haver no mercado revista com uma capa melhor do que a LIFE. Talvez uma afirmação tão definitiva como esta pareça um exagero mas o certo é que ao longo de várias décadas a LIFE saiu para o mercado sistematicamente com capas de elevada qualidade gráfica, representando um ritmo continuado difícil de manter. O seu segredo residia essencialmente em boas fotografias de fundo, feitas por alguns dos grandes nomes do fotojornalismo mundial, e num grafismo sóbrio e eficaz, em tons de vermelho e branco. Uma referência absoluta.
E foi precisamente graças à fotografia que algumas capas se imortalizaram e vice-versa. Quem não conhece a famosa imagem de Alfred Eisenstadt "VJ Day", em que um marinheiro americano beija uma enfermeira nas ruas de Nova Iorque comemorando a vitória sobre o Japão, ou ainda o soberbo retrato de Winston Churchil feito por Yousuf Karsh? Ambas foram divulgadas pela LIFE. A este, muitos outros exemplos se poderiam juntar.



Foi em 1936 que a LIFE, refundada após a compra por Henry Luce, proprietário da revista Time, deu início a este modelo com uma forte componente jornalística e fotográfica. Foi uma das grandes responsáveis pela expansão do fotojornalismo. Tinha uma periodicidade semanal, que manteve até 1972, e uma capa que se tornou a sua imagem de marca durante vários anos, consistindo numa fotografia de fundo a preto e branco e uma legenda em letras discretas na parte inferior. Em cima, do lado esquerdo, um retângulo vermelho vivo com o logótipo equilibrava o rodapé no mesmo tom onde surgia o número e a data da edição.
No final dos anos 40' começaram a aparecer as primeiras imagens que, ao longo da década seguinte se tornariam mais comuns mantendo, todavia, os mesmos princípios de composição gráfica. A LIFE dominou o mercado revisteiro americano durante cerca de quarenta anos, chegando a vender mais de 13 milhões de exemplares em cada edição. A sua estética impôs-se e o seu prestígio tornou-se tão grande que personalidades como o presidente Truman, Winston Churchill e o general MacArthur a escolheram para publicar em exclusivo as suas memórias.



Hoje a LIFE permanece uma grande revista, embora algo distante da sua imagem austera inicial. Continua a representar uma referência incontornável e uma lição em termos de fotografia e tipografia. A LIFE, além do mais, é a História do século XX em imagens, apenas as melhores.




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