Publicado por benjamin mendes
A revista LIFE, para além da importância que sempre teve na afirmação do
fotojornalismo, trouxe uma nova estética às publicações periódicas e deu-nos
também alguns do maiores ícones visuais do século XX com as suas capas,
baseadas em fotografias de exceção e numa tipografia sóbria e elegante. Conheça
um pouco mais da história da revista e alguns desses exemplares históricos.
Não deve haver no mercado revista com uma
capa melhor do que a LIFE. Talvez uma afirmação tão definitiva como esta pareça
um exagero mas o certo é que ao longo de várias décadas a LIFE saiu para o
mercado sistematicamente com capas de elevada qualidade gráfica, representando
um ritmo continuado difícil de manter. O seu segredo residia essencialmente em
boas fotografias de fundo, feitas por alguns dos grandes nomes do
fotojornalismo mundial, e num grafismo sóbrio e eficaz, em tons de vermelho e
branco. Uma referência absoluta.
E foi precisamente graças à fotografia que
algumas capas se imortalizaram e vice-versa. Quem não conhece a famosa imagem
de Alfred Eisenstadt "VJ Day", em que um marinheiro americano
beija uma enfermeira nas ruas de Nova Iorque comemorando a vitória sobre o
Japão, ou ainda o soberbo retrato de Winston Churchil feito por Yousuf Karsh?
Ambas foram divulgadas pela LIFE. A este, muitos outros exemplos se poderiam
juntar.
Foi em 1936 que a LIFE, refundada após a
compra por Henry Luce, proprietário da revista Time, deu início a
este modelo com uma forte componente jornalística e fotográfica. Foi uma das
grandes responsáveis pela expansão do fotojornalismo. Tinha uma periodicidade
semanal, que manteve até 1972, e uma capa que se tornou a sua imagem de marca
durante vários anos, consistindo numa fotografia de fundo a preto e branco e
uma legenda em letras discretas na parte inferior. Em cima, do lado esquerdo,
um retângulo vermelho vivo com o logótipo equilibrava o rodapé no mesmo tom
onde surgia o número e a data da edição.
No final dos anos 40' começaram a aparecer as
primeiras imagens que, ao longo da década seguinte se tornariam mais comuns
mantendo, todavia, os mesmos princípios de composição gráfica. A LIFE dominou o
mercado revisteiro americano durante cerca de quarenta anos, chegando a vender
mais de 13 milhões de exemplares em cada edição. A sua estética impôs-se e o
seu prestígio tornou-se tão grande que personalidades como o presidente Truman,
Winston Churchill e o general MacArthur a escolheram para publicar em exclusivo
as suas memórias.
Hoje a LIFE permanece uma grande revista,
embora algo distante da sua imagem austera inicial. Continua a representar uma
referência incontornável e uma lição em termos de fotografia e tipografia. A
LIFE, além do mais, é a História do século XX em imagens, apenas as melhores.
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