História
O LEGADO
CIVILIZATÓRIO DA CULTURA ROMANA PARA A HUMANIDADE
As línguas românicas são a continuação do latim vulgar, o popular dialeto do latim falado pelos soldados, colonos e mercadores do Império Romano, que se distinguia da forma clássica da língua
falada pelas classes superiores romanas, a forma em que a língua era geralmente
escrita.
De seu idioma,
o latim,
derivaram diversas línguas modernas, como o português, o francês, o espanhol, o romeno e
o italiano.
Usa apenas letras
latinas
Letras latinas usadas em combinação com
outras letras
O alfabeto latino é usado na maioria das línguas indo-europeias, incluindo todas dos grupos românico, céltico, báltico e germânico (com a exceção do ídiche) e algumas do grupo eslavo.
Geograficamente, isso inclui toda a Europa Ocidental, as Américas e boa parte da África Subsaariana e da Oceania. Além disso, ao longo dos processos de
colonização, diversas outras línguas e localidades adotaram a escrita romana,
com destaque para as línguas turcomanas na Turquia e no Cáucaso e para o malaio falado
na Malásia e na Indonésia.
Herdeira das formas literárias criadas pelos
gregos, a sociedade romana foi um centro de difusão cultural,
reunindo poetas, filósofos, juristas, teatrólogos e historiadores.
Um de seus mais notáveis escritores foi o
poeta Virgílio, autor da Eneida, poema épico que narra a história de Eneias,
herói proveniente da cidade de Troia, que
escapou da destruição da cidade na guerra contra os gregos, se
refugiou na península Itálica, e seria o ancestral dos fundadores de Roma.
"Tremendas guerras e o varão lançado
De Troia pela força do Destino,
Que, em fuga, a Itália veio (...).
E não menor a luta, suportada,
Depois por ele, até que conseguisse
No Lácio ter cidade levantada,
Cidade prometida,"
em cujo seio
Se gerou a imortal raça latina,
Da qual a estirpe albânica proveio,
|
||
Além dele, destacou-se na poesia Horácio, poeta lírico que viveu no tempo do imperador Augusto, cujas realizações enalteceu. Sua poesia está
impregnada dos valores característicos do estoicismo e do epicurismo, correntes
filosóficas de seus tempo. Escreveu Odes, Sátiras, Epístolas e
outras obras, combinando virtuosismo métrico e sobriedade de expressão.
Na oratória e no pensamento político, Cícero foi
o nome mais importante. Entre os historiadores distinguiram-se Tito Lívioe, principalmente, Públio Cornélio Tácito, cuja obra mais importante são os Anais, que tratam da história romana durante o período
que se estende da morte de Augusto até o governo de Nero.
Tácito foi um dos primeiros escritores não-cristãos a registrar a crucificação
de Jesus Cristo.
No âmbito do pensamento filosófico, tornaram-se
populares o epicurismo e o estoicismo. O estoicismo foi mais difundido e teve no
filósofo Sêneca e no imperador Marco Aurélio seus principais adeptos.
O Império Romano também contribuiu com sua forma de governo, o
que influencia constituições diferentes, incluindo as da maioria dos países
europeus e muitas das ex-colônias europeias. Nos Estados Unidos, por exemplo, os autores da constituição observaram, na criação da presidência, que
eles queriam inaugurar uma "Era Augusta". O mundo moderno também
herdou o pensamento jurídico de direito romano, totalmente codificada na antiguidade tardia. Regendo um vasto território, os romanos
desenvolveram a ciência da administração pública de um modo nunca antes
concebido ou necessário, criando um amplo serviço civil e métodos formais de
cobrança de impostos.
Após a queda do Império Romano, vários estados alegaram ser os sucessores do Império Romano,
depois da queda do Império Romano do Ocidente. O Sacro Império Romano, uma tentativa de ressuscitar o império no
Ocidente, foi criado em 800, quando o Papa Leão III coroou o rei franco Carlos Magno como imperador romano no dia de Natal,
embora o império e o escritório imperial não se tornaram formalizados por
algumas décadas. Após a queda de Constantinopla, o Grão-Ducado de Moscovo, como herdeiro da tradição ortodoxa cristã do Império Bizantino, proclamava a si mesmo como a Terceira Roma. Constantinopla teria sido a segunda). Estes
conceitos são conhecidos como translatio imperii.
Quando os otomanos, que basearam seu Estado no modelo bizantino,
tomaram Constantinopla em 1453, Mehmed II estabeleceu sua capital lá e alegou sentar-se
no trono do Império Romano. Ele foi tão longe a ponto de lançar uma
invasão à Itália com o propósito de "reunificar o
império", embora os exércitos papal e napolitano tenham parado a sua marcha para Roma
em Otranto em 1480. Constantinopla somente foi oficialmente
renomeada para Istambul em 28 de março de 1930.
Excluindo esses estados que reivindicam a herança
romana, se a data tradicional para a fundação de Roma for aceita como
verdadeira, pode-se dizer que o Estado romano durou, em alguma forma, de 753
a.C. até a queda em 1461 do Império de Trebizonda (um Estado sucessor e fragmento do
Império Bizantino, que escapou da conquista pelos otomanos em 1453),
totalizando 2.214 anos de existência. O impacto romano sobre as
civilizações ocidental e Oriental existe até os dias atuais.
O Capitólio Estadual da Virgínia, Estados Unidos
(esquerda), construído no final do século XVIII, foi inspirado na Maison Carrée,
templo galo-romano construído por volta
de 16 a.C. sob o reinado de Augusto.
Na arquitetura, a colunata e o frontão do templo
grego foram conservados, mas os romanos imprimiram a esses elementos proporções
grandiosas, que refletiam sua própria experiência imperialista. Ao mesmo tempo,
introduziram novos elementos arquitetônicos, como o arco redondo e a cúpula. Com
as novas técnicas, edificaram templos, casas de banho, anfiteatros, pontes, arcos de triunfo, aquedutos e monumentos diversos, muitos dos quais
sobrevivem até os dias de hoje.
O extenso sistema de estradas que foi construído pelo exército romano dura até hoje. Devido a esta rede de
estradas, o tempo necessário para viagens entre os destinos na Europa não
diminuiu desde a Antiguidade até o século XIX, quando a energia a vapor foi aplicada aos transportes. Com o tempo, muitas
das conquistas romanas foram duplicadas por civilizações posteriores. Por
exemplo, a tecnologia do cimento foi redescoberta por John Smeaton (1755-1759)
.
O Maison Carrée, na
cidade galo-romana de Nemausus (atual Nîmes), é
um dos mais bem conservados vestígios do Império Romano
.
Ruínas do Coliseu de Roma
Do mesmo modo em que outros campos do conhecimento,
a grande fonte de inspiração e referência das artes romanas foi a Grécia Antiga. Mas, também como nas outras áreas, os romanos
colocaram na pintura, na escultura e na arquitetura seu próprio temperamento e sua visão de
mundo. Assim, a escultura romana procurava reproduzir de modo realista a
fisionomia dos indivíduos retratados, sobretudo dos grandes personagens
públicos.
Uma notável contribuição romana à cultura ocidental
ocorreu no campo do direito[carece de fontes]. De fato, o direito romano permanece até hoje
entre os fundamentos do direito contemporâneo.
Como quase tudo em Roma, as leis surgiram para dar
uma solução prática aos problemas criados pelas lutas entre os grupos sociais e
pelas guerras de conquista[carece de fontes].
Afinal, Roma dominava um vasto e variado mosaico de povos, unidos por vínculos
econômicos, políticos e culturais. Criar normas jurídicas que permitissem a
coexistência de tão diferentes costumes e tradições tornou-se uma necessidade.
O direito romano desenvolveu-se gradualmente, tendo
como ponto de partida a Lei das Doze Tábuas (450 a.C).
Posteriormente, aprimorou-se com as leis votadas
pelas assembleias, com os decretos do senado e
teve sua completa sistematização no período do império. Compunha-se de três
grandes ramos:
Sistemas legais do mundo
O jus gentium (Direito
das gentes ou dos estrangeiros), conjunto de normas comuns ao povo romano e aos
povos conquistados.
O jus
naturale (Direito natural), que representava o aspecto filosófico
do direito. Baseava-se na ideia de que o ser humano é, por natureza, portador
de direitos que devem ser respeitados.
Com as invasões bárbaras, embora inicialmente as tribos continuassem
a reconhecer suas leis nativas, elas foram fortemente influenciadas pelo direito romano e gradualmente o incorporaram também.
O direito romano, particularmente o Corpus Juris Civilis coletado por ordem de Justiniano I, é a base antiga no qual o direito civil moderno
de alguns países se apoia. Em contraste, a Common law (lei comum) é baseada na lei germânica.
O sistema romano-germânico é
o sistema jurídico mais disseminado no mundo, baseado no direito romano, tal como interpretado pelos glosadores a partir do século XI e sistematizado
pelo fenômeno da codificação do direito, a partir do século XVIII.
Pertencem à família romano-germânica os direitos de toda a América Latina, de toda a Europa continental, de quase toda a Ásia (exceto
partes do Oriente Médio) e de cerca de metade da África.
A Roma antiga
contribuiu grandemente para o desenvolvimento do cristianismo. O cristianismo desempenhou um papel de destaque
na formação da civilização ocidental pelo menos desde o século IV.4 A Igreja Católica de Roma possui mais de dois mil anos de
história, sendo a mais antiga instituição do mundo ainda em funcionamento. Sua história
é integrante à História do Cristianismo e a história da civilização ocidental.
A Igreja Católica conta aproximadamente com 1,2 bilhões
de membros 5 (ou seja, mais de um sexto da população
mundial6 e mais da metade de todos os cristãos,7 ), distribuídos principalmente na Europa e
nas Américas mas também noutras regiões do mundo.
Sua influência na História do pensamento bem como sobre a História da arte é considerável, notadamente na Europa.
Durante quase toda a sua história, os romanos
mantiveram a crença numa série de deuses. Era uma religião sem doutrinas ou dogmas. Entre os deuses e os
seres humanos estabelecia-se um único compromisso: aqueles davam proteção e
estes retribuíam com oferendas.
A princípio, os deuses não tinham formas definidas.
A partir do contrato com os gregos, contudo, eles passaram a ser identificados
com as divindades do Olimpo e ganharam fisionomia e paixões humanas. Assim, o
deus supremo da mitologia grega, Zeus,
chamava-se Júpiter entre os romanos; Hermes,
protetor do comércio na Grécia,
tinha em Roma o nome Mercúrio; Ares, deus
grego da guerra, era Marte para
os romanos; Afrodite, deusa do amor na Grécia, em Roma era Vênus e assim por diante.
Além da influência grega, os romanos incorporaram
outras de cultos orientais, como os de Ísis e Osíris,
do Egito, e de Mitra,
provavelmente da Pérsia.
Todos esses deuses foram admitidos no Panteão romano – templo dedicado ao culto de diversas
divindades.
Com o imperador Nero,
tiveram início as perseguições aos cristãos, que passaram a ser detidos,
queimados vivos ou usados para proporcionar diversão nas arenas dos
anfiteatros.
A propagação do cristianismo se acentuou no século III, quando teve início o enfraquecimento do Estado
romano, particularmente afetado pela crise do escravismo. Foi nesse contexto que o imperador Constantino assinou, em 313, o Édito de Milão, concedendo liberdade religiosa aos
cristãos.
Finalmente, em 391, o imperador Teodósio I impôs o cristianismo como religião oficial
do Império Romano e proibiu o culto aos antigos deuses
romanos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário