segunda-feira, 7 de setembro de 2015

BALÉ FOLCLÓRICO DA BAHIA - SALVADOR

Dança

27 sete anos de balé



Foto: Balé Folclórico da Bahia / Foto divulgação.

Há 20 anos, um grupo de danças folclóricas saído de Salvador conquistava o público do Festival de Joinville ao dançar em homenagem aos 100 anos da abolição dos escravos. O sucesso da então apresentação única dentro da programação do festival rendeu uma pequena turnê por Santa Catarina, além do batismo do grupo que oficialmente completou 27 anos neste ano de 2015: Balé Folclórico da Bahia





As quase três décadas de história do Balé começaram pelas mãos de Walson Botelho e Ninho Reis, os fundadores. Eles haviam sido colegas no grupo de danças



folclóricas Viva Bahia, um dos mais famosos dentro e fora do país na década de 80. Em 1985, Walson – o Vavá – saiu da companhia para terminar a faculdade de


Antropologia. Formado, recebeu muitos convites para voltar ao mundo da dança, mas a ideia do que mais tarde se tornaria o Balé Folclórico já começava a tomar conta da cabeça de Vavá. “Muitos amigos me chamaram para trabalhar, mas meu objetivo não era aquele. Eu sonhava com a profissionalização do trabalho de bailarino”, lembra o coreógrafo. A oportunidade apareceu em 1988, quando uma grande empresa o contratou para que realizasse um show com danças folclóricas. “A partir dali não paramos mais, foi um show atrás do outro. Fomos juntando o que tínhamos de melhor e, em algum tempo, já podíamos nos manter apenas com os cachês. E foi nesse contexto que surgiu o convite para ir a Joinville”, conta Vavá, orgulhoso. “Lá foi um teste para nós, se desse errado eu pararia por ali”. A empreitada deu certo e de lá pra cá o Balé Folclórico da Bahia recebeu inúmeros prêmios nacionais e internacionais.



Mas o caminho não foi sempre tão simples. Até 1994, o BFB teve dificuldades para encontrar espaços para se apresentar no circuito comercial justamente por basear seu trabalho na dança folclórica baiana. “Foi uma época em que o folclore estava desgastado em todo o mundo, o público já estava saturado, tudo o que existia era muito igual. Só conseguíamos participar de festas culturais. Até que o Guy Darmet (diretor da Bienal de Lyon) veio a Bahia, nos conheceu e nos convidou para participar do festival”, recorda Vavá. Novamente as portas se abriram para o Balé.




Hoje, o grupo conta com uma equipe de 40 pessoas – entre bailarinos, músicos e técnicos – e um currículo comparável ao de uma companhia clássica. “Nosso trabalho


é diferente porque conseguimos aliar o que há de mais puro da cultura folclórica tradicional a uma linguagem contemporânea”, explica o coreógrafo e diretor do BFB. Essa mistura entre tradicional e contemporâneo a que Vavá se refere é visível no palco e resultado de muito trabalho de pesquisa aliado a aulas para melhorar a técnica. “Dou o maculelê como exemplo. É uma dança típica dos escravos que trabalhavam na cana-de-açúcar, com movimentação violenta e movimentos bem característicos. No Balé, nós fazemos esses movimentos característicos mas com incremento técnico, aliamos a técnica sem perder a dança tradicional. Não vejo essa evolução em outros grupos”, afirma ele.






Para alcançar essa técnica, os bailarinos se dividem entre ensaios e aulas oito horas por dia, de segunda-feira a sábado. Eles têm aulas de balé, dança contemporânea, dança moderna, dança afro-brasileira, capoeira e o que mais for necessário para a composição de um novo trabalho. “O bailarino que se forma aqui está apto a dançar em companhias de qualquer outro estilo”, orgulha-se Vavá.










Origem: Wikidança.net

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