Atividade antiga, imprescindível nos dias
atuais
Design [dizáin) é a idealização, criação,
desenvolvimento, configuração, concepção, elaboração e especificação de artefatos, normalmente produzidos industrialmente ou
por meio de sistema de produção seriada que demanda padronização dos
componentes e desenho normatizado. Essa é uma atividade estratégica, técnica e
criativa, normalmente orientada por uma intenção ou objetivo, ou para a solução
de um problema.
Exemplos de coisas que se podem projetar incluem
muitos tipos de objetos, como utensílios domésticos, vestimentas,
máquinas, ambientes, serviços, marcas e também imagens, como em peças gráficas, famílias de letras (tipografia), livros e interfaces digitais de softwares ou
de páginas da Internet, entre outros.
O design recorre a algumas disciplinas como por
exemplo a antropometria, a economia, a biônica e a ecologia, entre outras.
O design é também uma profissão,
cujo profissional é o designer.
Os designers normalmente se
especializam em uma determinada área ou atividade. Atualmente as
especializações mais comuns são o design de produto, design visual, design de moda, design de interiores e o design gráfico.
Mesmo estando presente em vários momentos da
história da civilização, como busca da união da estética dos objetos às suas
funcionalidades, as práticas que
caracterizam o design moderno tomaram corpo na Revolução Industrial. Posteriormente,
no meio cultural e industrial alemão da primeira década do século vinte, o
design passou a ser tomado como um objeto de estudo e seus conhecimentos
organizados em uma disciplina.
O design no Brasil foi bastante
influenciado, principalmente no seu ensino, pela tradição alemã da Deutscher Werkbund (Federação Alemã do Trabalho), da Bauhaus e da Escola de Ulm.
A primeira instituição a oferecer um curso superior
em design no Brasil foi a Escola Superior de Desenho Industrial - ESDI.
Fundada no ano de 1962 como uma entidade autônoma, seu modelo de ensino foi
fortemente influenciado pelo modelo alemão da Escola de Ulm. No ano de 1975 ela
foi incorporada ao Centro de Tecnologias e Ciências da UERJ,
passando a fazer parte da mesma.
O senso comum costuma perceber o desenho industrial
apenas pelas suas intervenções estéticas. Entretanto, uma importante
preocupação do design é unir a forma e a função desse objeto,
e como ele se relaciona com o usuário. E, em um processo de retroalimentação,
as intervenções do desenho industrial no produto acabam, inclusive, por otimizar
suas funções.
O crescimento e aperfeiçoamento da produção
industrial contemporânea aumenta a importância da concepção e acabamento formal
dos produtos. Na construção de um produto, os designers levam
em conta valores estéticos que possam ser aliados aos aspectos de
funcionalidade do mesmo, permitindo seu melhor posicionamento no mercado. Bens
podem se tornar mais desejados apenas com alterações em sua abordagem de
desenho industrial.
Esse mesmo processo tem tornado os requisitos de
projeto cada vez mais complexos, e por isso incentivado o aparecimento de
muitas especializações dos designers. Dentre mais comuns na
atualidade se encontram:
Existem ainda atividades que se auto identificam
com a expressão design, mas sem qualquer relação com a
atividade de projeto propriamente dita. Exemplos incluem hair designer (para cabeleireiro), cake designer (para confeiteiro) e body designer (para tatuador).
O estudo do design sempre esteve
ligado a outras áreas do conhecimento como a psicologia, a teoria da arte,
a comunicação e a ciência da cognição. No entanto, o design possui
um conhecimento próprio que se desenvolveu através da sua história, mas tem se
tornado mais evidente nos últimos anos. Isso pode ser percebido pela criação de
cursos de doutorado e mestrado específicos sobre design, em todo o
mundo.
Alguns pesquisadores vem buscando compreender
melhor esse conhecimento próprio, que segundo alguns constitui uma filosofia
do design[4] . Estudam as hipóteses, fundações, e
implicações do design. O campo é definido por um interesse em um
conjunto de problemas, ou interesse nas preocupações centrais ou fundamentais
do design. Além desses problemas centrais para o design como
um todo, muitos filósofos do design consideram que esses problemas
como aplicados às disciplinas específicas (por exemplo, a filosofia da arte).
O filósofo tcheco naturalizado brasileiro Vilém Flusser estudou a relação entre os objetos e os seres
humanos, com especial atenção a fotografia. Ele dava ao design uma
importância central na criação da cultura, principalmente na cultura
contemporânea.
Um exemplo desse tipo de conhecimento é o estudo
da tipografia, sua história e seu papel na estruturação do
conhecimento humano.
Entretanto, essas concepções do design ainda
apresentam muitos conflitos, de forma que várias abordagens mais ou menos
diferentes coexistem atualmente. Entre elas:
O termo deriva, originalmente, de designare,
palavra em latim, sendo mais tarde adaptado para o
inglês design. Houve uma série de tentativas de tradução do termo,
mas os possíveis nomes como projética industrial acabaram em
desuso.
No Brasil, o termo 'Design' foi adotado durante o
5º ENDI (Encontro Nacional de Desenhistas Industriais), que ocorreu em Curitiba
em 1988. Desenhistas Industriais (hoje chamados Designers) do país todo
reuniram-se e acordaram em utilizar os termos 'Design' e 'Designer'.
Em inglês, a palavra design pode
ser usada tanto como um substantivo quanto como um verbo. O
verbo refere-se a um processo de dar origem e então desenvolver um projeto de
algo, que pode requerer muitas horas de trabalho intelectual, modelagem, ajustes interativos, e até mesmo processos
de re-design, ou seja, o verbo é sinônimo em português
de projetar. O substantivo se aplica tanto ao produto
finalizado da ação (ou seja, o produto do design em si), ou o
resultado de se seguir ao plano de ação, assim como também ao projeto de uma
forma geral.
O termo inglês é bastante abrangente, mas quando os
profissionais o absorveram para o português, queriam designar somente a prática
profissional do design, ou seja, projetar. Era preciso, então, diferenciar design de drawing (ou
seja, o projeto diferente do desenho), enfatizando
que a profissão envolvia mais do que a mera representação das coisas
projetadas. Na língua espanhola também existe essa distinção (sem uso
do anglicismo): existem as palavras diseño (que
se refere ao design) e dibujo (que se refere ao
desenho).
Estudos etimológicos de Luis Vidal Negreiros Gomes indicam que também no português existem essas
nuances de significado, com as palavras debuxo como traçado
e desenho como projeto, comportando toda a riqueza de
significados do diseño. A questão do pouco uso das variantes
linguísticas do desenhar (desenhador, desenhismo, desenhante, desenhística,
desenhamentos) e do debuxar (debuxos técnicos) no Brasil reflete na verdade a
atrofia que as áreas criativas e técnicas sofreram na educação. O arquiteto
brasileiro João Batista Vilanova Artigas, em um ensaio intitulado O desenho,
faz referências ao uso durante o período colonial da palavra desenho com
significado de desejo ou plano.
Na Bauhaus, adotou-se a palavra Gestaltung, que
significa o ato de praticar a Gestalt, ou seja, lidar com as formas, ou formatação.
Quando traduzida para o inglês, adotou-se design, já usada para se
referir a projetos.
No Brasil, com
a implementação do primeiro curso superior de design, por volta da
década de 50,
adotou-se a expressão desenho industrial, pois à época era proibido
o uso de palavras estrangeiras para designar cursos em universidades nacionais. O nome desenho industrial foi
assim pensado porque refere-se à prática de desenhar, esboçar e projetar algo
que será reproduzido posteriormente em escala industrial. Antes disso, em
1934, Eliseu Visconti, um pioneiro do design brasileiro,
ministrou curso de extensão universitária em "arte decorativa aplicada à
indústria", na Escola Politécnica da Universidade do Rio de Janeiro. A
disputa por uma nomenclatura para a profissão se estenderia por décadas.
Atualmente tanto a legislação do MEC para cursos superiores, quanto várias
associações profissionais usam o termo design, por entenderem que
este sintetize melhor a essência da prática profissional, além se ser uma
palavra menor e que já faz parte do saber popular.
Contudo, no Brasil, a nomenclatura desenho
industrial mantém-se em uso atualmente, sobretudo entre os cursos
de design em instituições públicas de ensino superior. O
termo desenhista industrial, porém, já não segue o mesmo rumo, pois
cada vez mais cai no desuso, dando lugar ao termo inglês designer.
O já citado Vilanova Artigas tentou resolver a
questão propondo a palavra desígnio como sendo a tradução
correta de design, pois dessa forma, este apresentaria diferenças
do simples "desenho". Apesar de ser desenho, o design possuiria algo
mais: uma intenção (ou desígnio). Entretanto, apesar das pesquisas realizadas
pelo arquiteto, sua proposta não foi adotada. Porém, Artigas considera legítimo
também o uso da palavra desenho como tradução de design,
devido ao seu contexto histórico: Artigas explora os significados da
palavra desenho e vai até o Renascimento, quando o desenho possuía um conteúdo mais
abrangente que o mero ato de rabiscar.
Outra proposta de nomenclatura era o
neologismo projética, proposto por Houaiss, que também não foi adotada.
Em todas as propostas de nomenclatura está
implícito o conceito "projeto".
Na filosofia o substantivo abstrato design refere-se
a objetividade, propósito, ou teleologia. O conceito é bastante moderno, e se interpõe
entre ideias clássicas de sujeito e objeto. O design é então
oposto a criação arbitrária, sem objetivo ou de baixa complexidade.
Recentemente o termo passou a ser empregado em
discussões religiosas, quando foi proposta uma lei que obrigaria as escolas
americanas a apresentar o argumento do design inteligente como uma alternativa à teoria da seleção natural de Darwin. O
argumento sustenta que alguns aspectos do universo e da vida são complexos
demais ou perfeitos demais para se originarem sem uma inteligência criadora.
No Brasil, desenho industrial é uma categoria de
direito autoral passível de proteção regulamentada na Lei 9.279/96. É
importante ressaltar que deve ser um resultado visual novo para que tenha a
referida proteção na legislação brasileira. O registro de desenho industrial
vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos e admite 3 (três) prorrogações por períodos
sucessivos de 5 (cinco) anos cada. O pedido de prorrogação deverá ser formulado
durante o último ano de vigência do registro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário