Arte escultórica
Publicado por diana ribeiro
As águas cristalinas de
Cancun, no México, não oferecem apenas uma fantástica vista à superfície. Escondem
um verdadeiro tesouro nas profundezas: um museu de arte subaquático. Jason
DeCaíres é o responsável pelas várias exposições - entre elas “A evolução
silenciosa”, composta por 400 esculturas humanas, em tamanho real, que
representam a mudança e a transformação dos seres ao longo dos tempos.
Os primeiros passos para a construção deste
ambicioso projeto foram dados em 2009, por Jaime Gonzalez Cano, Roberto Diaz e
Jason DeCaires Taylor. Este último, (re)conhecido artista pelos trabalhos já realizados
nas profundezas de outros mares, é, para além de diretor artístico do museu,
responsável e criador das várias exposições apresentadas. Depois de uma
infância passada entre as águas da Malásia e uma formação superior em Escultura
e Cerâmica em Londres, Jason DeCaires trabalhou vários anos como instrutor de
mergulho, ao mesmo tempo que investia também na fotografia subaquática.
A sua forte ligação ao mar, o fascínio pela
natureza e as atividades a que se foi dedicando levaram-no, em 2006, a criar o
primeiro parque subaquático de esculturas em Granada, nas Antilhas. Três anos
depois, já estavam a ser projetados o MUSA e algumas exposições - entre elas “A
evolução silenciosa”. Composta por 400 esculturas de formas humanas, em tamanho
real, todas as figuras foram inspiradas em pessoas, sobretudo habitantes
mexicanos - de todas as idades e classes sociais, de ambos os sexos. As
primeiras trezentas esculturas foram colocadas em Agosto passado e as restantes
cem, no mês de Novembro.
Numa espécie de linha de tempo, num profundo
momento de silêncio e concentração, as esculturas de Jason DeCaires representam
as mudanças e a evolução do ser humano ao longo dos séculos. E, tal como nós,
elas próprias também mudarão a sua aparência. Fabricadas com materiais que não
prejudicam o meio ambiente (cimento marinho, areia, pequenas rochas, varetas e
coral vivo), vão permitir a multiplicação das espécies. Ou seja, com o passar
do tempo, vão transformar-se em recifes artificiais, onde será possível
recomeçarem a crescer outros (novos) recifes.
Este processo irá não só contribuir para a
conservação da vida marinha do parque, como desviar futuros mergulhadores do
local, diminuindo assim o impacto no habitat.
“A evolução silenciosa” é, sem dúvida, uma
forte atração turística. Uma exposição intercativa, onde os visitantes
mergulham nas águas mexicanas e podem explorar as obras nadando à sua volta. E,
dependendo do momento do dia em que o façam, a vida subaquática vai
encarregar-se de apresentar as esculturas com “diferentes visões”.
Por detrás de tudo isto está o principal
objetivo de Jason DeCaires: alertar a população para a proteção do meio
marinho. O artista inglês incorpora nas suas esculturas o poder transformador e
sobretudo regenerador da natureza. A partir deste ano, o MUSA vai contar com a
participação de outros artistas, que queiram “unir” as artes e a ciência,
repovoando o fundo do mar duma forma bela.
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