Sociedade/entretenimento
Escândalos mancham a memória do
ator mexicano, um dos mais célebres da América
VERÓNICA CALDERÓN México
Florinda
Meza e Roberto Gómez Bolaños, nos anos noventa.
O legado de um dos atores mais populares da América
Latina, o mexicano Roberto Gómez Bolaños Chespirito, foi acompanhado pela polêmica
por anos antes de sua morte, em 28 de novembro de 2014. Mas após o falecimento
do protagonista de Chaves, as brigas pela partilha do bem-sucedido
programa e, sobretudo, as declarações polêmicas de sua viúva, Florinda Meza,
mantiveram seu nome na berlinda.
Enquanto os
seis filhos do ator (fruto de seu primeiro casamento, com a também falecida
Graciela Fernández) mantiveram um silêncio hermético desde sua morte, Florinda Meza concedeu várias entrevistas à imprensa latino-americana
para falar do ator. “Estou aprendendo a viver de outra maneira... estou sobrevivendo”,
afirmou ao programa mexicano Ventaneando. A também atriz revelou
que Chespirito sofria de um “Parkinson tardio” no fim da vida, o que “acelerou”
sua debilitação.
Meza falou
dos casos que teve com outros atores além de Chespirito (com Enrique Segoviano,
primeiro produtor do programa, e com Carlos Villagrán, o Kiko) e reconheceu
que, quando iniciou seu romance com o ator, sabia que era casado e tinha seis
filhos. “Comecei [a relação] com muitas dificuldades, uma esposa e seis filhos
e era muito arriscado. Não pedi que se divorciasse, chegou com a roupa do
corpo”, afirmou. “Não foi fácil vê-lo sofrer por seus filhos”.
Alguns
veículos publicaram que Meza e os filhos do ator mantêm um discreto cabo de
guerra sobre a herança de Chespirito, mas sem consequências graves. Os direitos
de retransmissão de seus bem-sucedidos programas arrecadaram em apenas dez anos
mais de 1,7 bilhão de dólares (6,8 bilhões de reais). Os direitos para
transmitir um episódio de Chaves custam 1,5 milhão de dólares.
Roberto Gómez Fernández, o primogênito do intérprete, descartou qualquer ação
legal e afirmou que sua intenção é manter uma boa relação com a viúva.
“Tentamos fazer com que todas as lembranças sejam com todo o carinho e o amor
que ele gerava e isso ajuda”, afirmou em maio. As demais descendentes (todas as
mulheres) optaram por um silêncio diplomático.
Florinda Meza, enquanto isso mantém seu luto midiático. Em sua conta no
Twitter, a viúva deixa claro o vazio que Chespirito deixou em sua vida.
“#SaudadesdeChespirito porque era
bom, porque era sábio, porque era um homem sereno, que não acreditava na
ofensa”. Outra mensagem, lançada em tom de reflexão, diz: “Meus amados, o mal
cresce, eu sei, mas lembrem-se sempre dos ensinamentos de meu Rober. A vingança
nunca é boa, mata a alma e a envenena”.
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