Engenharia
Verdadeira
maravilha dos tempos modernos
A ponte situa-se perto de Millau. Antes da sua
construção, o tráfego de veículos entre Paris e Barcelona tinha de descer até o vale do rio Tarn,
causando pesados congestionamentos, principalmente na época das férias de
verão. A ponte agora atravessa o vale pelo ponto mais alto, formando a última
ligação entre Clermont-Ferrand, a região do Languedoc e a Espanha, reduzindo consideravelmente o custo de
transitar por esta rota. Muitos turistas indo para
o sul da França e/ou Espanha seguem esta rota por ser direta e sem pedágio (portagem), exceto o da própria ponte.
O grupo Eiffage opera um pedágio na ponte, para se
ressarcir dos custos da construção, segundo contrato com o governo, que dá a
companhia direitos de portagem por 75 anos.
Comparação da altura do pilar P2 do viaduto
com a Torre Eiffel.
O viaduto Millau é formado por oito trechos
construídos em aço, suportados por cabos estaiados escorados em sete
pilares de concreto (betão) armado. A pista pesa 36.000
toneladas, e tem 2460m, com 32 m de largura por 4,2m de altura.
Forma a maior pista suportada por cabos do mundo. Os seis vãos centrais medem
342 m cada e os outros dois, nas pontas, 204m cada. A pista de rolagem tem uma
declividade de 3% do sul para o norte, com curvas suaves de 20 km de raio, o
que dá aos motoristas excelente visibilidade. Comporta duas faixas de tráfego
de cada lado.
Os pilares medem de 77 até 246 m, com a seção
variando de um diâmetro de 24,5 m na base até 11m no alto. Cada um pesa
2230 toneladas. Os pilares foram construídos primeiro,
juntamente com pilares adicionais e temporários em aço, então as rampas
deslizaram por eles a uma velocidade de 600mm a cada quatro horas, pela força
de macacos hidráulicos guiados por GPS.
Os pilares do
viaduto sendo construídos.
A construção começou em 10 de outubro de 2001, e
estava planejada para durar três anos, mas as más condições climáticas
atrasaram a inauguração. O viaduto foi finalmente inaugurado pelo presidente Jacques Chirac em 14 de dezembro de 2004 e
aberto ao tráfego dois dias depois.
Nos estudos iniciais se examinaram quatro
opções:
Atravessar
Millau pelo leste, em duas largas pontes acima do Tarn e o Dourbie;
Atravessar
Millau pelo oeste, a 12 km de distância, sendo necessárias quatro pontes;
Seguir
o traçado da Route Nationale 9, provendo bom acesso a Millau, mas ao custo de
dificuldades técnicas e intromissões na cidade; e finalmente:
Atravessar
o meio do vale.
A quarta opção foi escolhida pelo governo em 28 de junho de 1989.
Existiam ainda duas opções, a alta e a baixa, esta consistido em construir uma
ponte de 200 metros para cruzar o rio,então um viaduto e um túnel no
lado do Lazac. Após
longos estudos, esta opção foi abandonada por custar mais, interferir com a
cidade e aumentar a distância.
Após a escolha do viaduto alto, cinco equipes de
arquitetos e pesquisadores trabalharam na busca de uma solução técnica. O
conceito da ponte deve-se ao projetista francês Michel Virlogeux. Os arquitetos
foram a equipe da empresa Britânica Foster and Partners. Eles trabalharam com a
empresa alemã de engenharia ARCADIS, responsável pelo desenho técnico da ponte.
Implementação
O piso da ponte foi
construído no solo, no final do viaduto e deslocado lentamente
de uma torre até a outra, com sete torres temporárias, em aço, provendo
sustentação adicional. O movimento era monitorado por um sistema controlado por
computador, que acionava atuadores hidráulicos que se moviam numa sequência
pré-determinada.
Os
construtores
Quatro consórcios competiram pelo contrato de
construção da ponte:
A empreiteira espanhola Dragados, com a sueca Skanska e a francesa BEC;
A Societé du Viaduc de Millau, das empresas ASF, Egis, GTM, Bouygues Travaux Publics, SGE, CDC Projets, Tofinso (todas da França)
e Autostrade (Itália);
Generale Routiere,
com GTI (França), Cintra, Necso, Acciona e Ferrovial Agroman (Espanha); e
Os
vencedores, liderados pelo Grupo Eiffage, produto da fusão dos grupos Fougerolles-SEA.
A empreita foi assumida por uma empresa chamada
Companhia Eiffage do Viaduto de Millau. O consórcio é composto pela
empresa Eiffage nas partes de concreto, a Companhia
Eiffel para as partes de aço e a ENERPAC para os suportes hidráulicos.
Custos
e recursos
A construção da ponte consumiu mais de 394 milhões
de euros, com
uma praça de pedágio 6 km a norte adicionando mais 20 milhões. Os
construtores, Eiffage, financiaram a construção, pela concessão do direito de
recolher pedágio por 75 anos, até 2080.
Entretanto se a concessão for muito rentável, o governo tem a opção de assumir
a ponte em 2044.
A construção consumiu 127.000 m³ de concreto,
19.000 toneladas métricas de aço para a estrutura e mais 5.000 toneladas
métricas de aço pré-estirado para o estaiamento. Os construtores afirmam que a
ponte tem uma vida útil estimada em 120 anos.
O tráfego previsto no projeto era de 10.000 veículos por dia logo após a inauguração e de
projetados 20.000 veículos em média diária no ano de 2010.
O tráfego real foi de 4.353.799 veículos em 2005,
média diária de 11.928. Em 2006 foram
4.347.930, média diária de 11.912. Em 12 de agosto de 2006 registrou-se
o recorde de 53.795 veículos que passaram sobre o viaduto. A quantidade é 8%
maior que as previsões iniciais.
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