quarta-feira, 14 de outubro de 2015

50 ANOS DE ESTILO

Moda/design: vestuário feminino






(Moda É CULTURA)

Publicado por Flávia Pimenta Palmeira,
é uma cidadã do mundo, navegadora e apreciadora de arte e da cultura, com formação em Música, Psicologia, Arquitetura e Urbanismo.
Uma fã incondicional de Amyr Klink, apaixonada por história, fotografia, esportes radicais e animais.
Atualmente, distante da terra natal.




Não sou especialista em tendências da moda, mas existem alguns períodos na história que considero fascinantes, pela maneira que influenciam e inspiram nosso comportamento e vestuário até hoje. A partir do momento em que a mulher deixa de usar espartilho, tudo mudou muito rápido. Dizem que a moda sempre volta, mas alguns estilos que surgiram nessas 5 décadas ainda permanecem. Por isso, resolvi trazer a história da moda neste post, começando pela inesquecível “Coco” Chanel.

  
Anos 20


“Coco” Chanel revolucionou a década de 20, criando o estilo da mulher moderna, independente, ousada e versátil, e libertou as mulheres dos espartilhos usados até o final do século 19. Símbolo de status e elegância, o ‘pretinho básico’, as bolsas estilizadas e colares de pérolas marcaram a época. A partir daí, a mulher começou a ter mais liberdade e se permitia mostrar as pernas – a sensualidade da mulher eram os tornozelos. A referência feminina de beleza não tinha curvas, e seus seios e quadris deveriam ser pequenos. O figurinista Jacques Doucet, em 1927, subiu as saias até aparecerem as ligas rendadas das mulheres.
O filme "The Great Gatsby" retrata muito bem essa época.
Após uma década de alegria, desenvolvimento e o “american way of life”, os eufóricos anos 20 chegaram ao fim na crise de 1929. A queda da Bolsa de Valores de Nova York iniciou um período conhecido como ‘a grande depressão’.

Anos 30


Ao contrário dos anos 20, que desconstruíram as formas femininas, os anos 30 remodelaram as formas do corpo da mulher através de um recatado refinamento e sofisticação. Saias e cabelos longos, vestidos retos e justos, capas e boleros, decotes profundos nas costas e cortes em viés, que favorecem o caimento do tecido no corpo. Todas as vestimentas eram feitas com tecidos baratos, como algodão, claro, por causa da crise.
Uma das modelos de beleza feminina dos anos 30 era Greta Garbo. Assim como o corpo voltou a ser valorizado, a mulher, então, passou a usar sutiã e um tipo de espartilho flexível. As formas eram marcadas e naturais.
A mulher magra, esportiva e bronzeada tornou-se a referência da moda atual, assim como o short, que surgiu a partir do uso da bicicleta. Modelos de vestuário foram criados para atender o novo estilo de vida ao ar livre com banhos de sol, como os maiôs e os óculos escuros.
Com o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, as roupas possuíam um estilo militar, assim como as saias com abertura lateral para o uso de bicicletas.

Anos 40


Durante a guerra, a escassez de tecidos fez com que as mulheres reformassem suas roupas e utilizassem materiais alternativos. Essa habilidade continua em alta até hoje, para aquelas que querem estar na moda mas não têm recursos para isso. As meias finas desapareceram com a escassez de náilon e seda, surgindo o uso das meias soquete e de pinturas falsas atrás da perna, imitando a costura das meias.
A mulher europeia era magra e de cabelos ainda mais longos, arrumados com grampos, lenços ou chapéus criativos. Suas roupas possuíam corte reto e masculino, em estilo militar. Saias mais curtas, franzidas ou com pregas. Os sapatos eram mais pesados e sérios. Jaquetas e abrigos em tecidos pesados, com acolchoados nos ombros e cinturões. Calças compridas eram práticas e os vestidos imitando duas peças se tornaram populares.
A partir daí surgiram os conjuntos, permitindo que as mulheres criassem novos modelos misturando as peças entre si, e depois com o fundamento do “sportwear”, que se tornou uma forma moderna e prática de se vestir.
No pós-guerra, as meias de náilon e o Chanel nº5 voltaram, e Christian Dior apresentou sua primeira coleção, de estilo jovial, alegre e glamoroso.

Anos 50


A mulher dos anos 50 ficou mais feminina e sofisticada, influenciada pelo estilo Dior, de saias rodadas e compridas com muito tecido, cintura fina, ombros e seios naturais, luvas e sapatos de salto alto, trazendo de volta o luxo e a sofisticação com peles e joias. Marilyn Monroe e Brigitte Bardot eram referência de beleza da época, numa combinação de sensualidade e ingenuidade. Surgiram as top models pioneiras, o salto agulha, o lenço de seda Hermès e o batom Coronation Pink.
Os anos 50 chegaram ao fim com o rock n'roll e o rebolado frenético de Elvis Presley.

Anos 60


Os anos 60 foram a década da juventude, da geração beat e dos pacifistas do final da década de 50. Era o fim da moda única, que se tornou mais livre na forma de se vestir e mais ligada ao comportamento e estilo próprio: psicodélico, geométrico ou romântico.
Foi por influência das tendências nas ruas que surgiu a minissaia. Os tecidos eram variados nas estampas e fibras, inclusive os sintéticos. E vieram as linhas retas, botas brancas, roupas ‘espaciais’ metálicas e fluorescentes, vestidos tubinho e estampas psicodélicas. O jeans e a camiseta surgiram como modelo unissex, e as mulheres vestiam-se com roupas masculinas e o uso de perucas se tornou popular, com suas diversas cores e modelos.
No final dos anos 60, através do movimento de contracultura, surgiram as roupas coloridas e os cabelos longos, influenciados pelo culto ao misticismo oriental, músicas e drogas. A moda passou a ser as roupas que antes eram usadas pelas classes operárias, como o jeans; e a moda chique, era o estilo étnico nos casacos afegãos, fulares indianos, túnicas floridas e acessórios kitsch, retrô e pop.

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