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O chamado "turismo
vermelho", que exalta a história e os valores comunistas, parece estar
cada vez mais na moda na China.
Porém,
a ideia de inaugurar um parque de diversões dedicado exclusivamente ao Partido
Comunista não tem sido necessariamente um êxito se considerarmos os comentários
nas redes sociais.
O
maior parque desse tipo acaba de abrir suas portas em Wuhan, no centro do país,
a tempo para a chamada "Semana Dourada", que, composta por uma série
de feriados, impulsiona o turismo no país.
Sua
aparência austera, no entanto, não tem impressionado. E há ainda quem
classifique o local como uma tentativa de "lavar o cérebro" da
população.
O
objetivo autodeclarado do parque é ajudar os visitantes a compreender melhor
conceitos como o de "socialismo com características chinesas" e as
"extraordinárias contribuições" das figuras históricas do partido.
Entre
suas atrações se destaca uma bandeira dos Jovens Pioneiros e uma escultura
iluminada com os valores do Partido Comunista da China.
"Está
incompleto. Faltam algumas estátuas de funcionários corruptos para que a gente
possa cuspir em cima", afirmou no Weibo, rede social mais usada no país, o
usuário Netizen H_Helios.
"Esse
tipo de lavagem cerebral é feito com o dinheiro dos contribuintes", disse
o internauta Wowowojiubu na mesma plataforma.
O
parque recém-inaugurado deverá enfrentar a concorrência de um Disney Resort em
Xangai, previsto para 2016. Além disso, o estúdio Universal planeja abrir uma
atração semelhante em Pequim, em 2019.
Já
não faltam, porém, opções no país para os interessados em lugares peculiares e,
digamos, menos ideológicos. Confira algumas delas:
1) O Museu do Pato Assado
Visitar
museus pode dar fome, o que, sem dúvidas, é uma boa notícia para a rede de
restaurantes Quanjude, que está por trás do Museu do Pato Assado de Pequim.
O
espaço tem modelos de argila que demonstram o processo de preparação do prato e
fotos de personalidades, como Charlie Chaplin, degustando o "pato de
Pequim".
Embora
possa parecer um tema estranho para um museu, esse é apenas um exemplo de uma
tendência que vem levando à abertura, anualmente, de centenas de museus de
todos os tipos no país.
2) O Museu da Melancia
Uma
dica de museu para os interessados em um alimento mais saudável que o pato
laqueado é o criado no distrito de Daxing, em Pequim, em homenagem à melancia.
Esse
templo dedicado à popular fruta dá ricos detalhes sobre sua história,
propriedades e métodos de cultivo.
E
a localização não é algo acidental: esse distrito do sul da capital chinesa é
famoso por sua produção de melões e melancias.
3) O Parque da Vida Guerrilheira
No
ano passado, a agência estatal Xinhua noticiou a existência de um parque
temático dedicado à vida guerrilheira, instalado na província de Shanxi, no
norte do país.
Segundo
a agência, o parque "permite aos turistas experimentar a vida de
guerrilheiros" por meio da representação de histórias de guerras e de
passeios pelo condado de Wuxiang, de onde operavam muitos dos antigos heróis
revolucionários da China.
4) O Parque do Titanic
Dada
a sua trágica história, muitos diriam que reconstruir o Titanic – navio que
afundou após se chocar com um iceberg em 1912 – não é a melhor das ideias.
Porém,
o Seven Satr Energy Investment Group parece estar decidido a fazer com que uma
réplica do barco seja a principal atração do parque de diversões que está
construindo na província de Sichuan
.
Segundo
o tabloide chinês Global Times, o custo do projeto é estimado em cerca de US$
157 milhões (R$ 597 milhões).
O
dono do estaleiro que está construindo o barco reconheceu, para a imprensa
local, que a tarefa é um grande desafio, pois precisa respeitar os padrões
técnicos atuais.
O
que, considerando a história do Titanic, não é nenhuma má ideia.
5) Crime e castigo
O
presidente Xi Jinping tem usado seu mandato para combater a corrupção e
estimular o patriotismo.
Desta
forma, não deveria surpreender a ninguém que, ao lado de atrações de
"turismo revolucionário", também haja cada vez mais museus dedicados
à luta contra o crime e a corrupção.
O
Museu da Polícia de Pequim aborda os dois temas, oferecendo muitos exemplos de
comportamentos ilegais ao lado de amostras de seu trabalho contra as forças de
Kuomintang durante a Guerra Civil.
Com
tantos funcionários públicos sendo acusados de corrupção nos últimos tempos, as
amostras sobre o que acontece com os poderosos excessivamente ambiciosos não
buscam apenas entreter: desempenham também um papel claramente preventivo.
A
cidade oriental de Shiyan, por exemplo, obriga os funcionários públicos e suas
mulheres a fazer um tour pela prisão local. E centros educativos para combate à
corrupção abundam em toda a China.
Em
um deles, no distrito de Haidian, em Pequim, as tenebrosas portas da cadeia se
juntam a amostras da alta tecnologia que ajuda a visualizar melhor o que espera
os corruptos.
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