Série: maravilhas naturais do mundo
Foi a
última grande montanha dos Alpes a ser escalada, talvez devido aos receios que
provocava em muitos montanhistas. A sua primeira ascensão marca o final da idade de ouro do alpinismo de meados do século XIX. Apesar de se
destacar com um desnível alto e forma triangular bem definida, não possui um
valor elevado de proeminência topográfica pois muitos montes mais altos são
próximos e unidos por tergos de altitude elevada (casos do Monte Rosa, Dom, Liskamm e Weisshorn). O seu cume-pai é o Weisshorn.
A sua
vertente norte é uma das "grandes vertentes norte dos Alpes".
A sua
forma inspirou a cultura ocidental em numerosas ocasiões, desde o formato do
chocolate Toblerone, ao batismo de outros montes de forma
semelhante (como o Machapuchare, o Matterhorn do Nepal), à decoração de
capas de álbuns dos grupos Depeche Mode e Goldfrapp.
Este acidente geográfico faz parte da divisória de águas entre o mar Adriático e o mar Mediterrâneo, e com 4478 m faz parte dos cumes dos Alpes com mais de 4000 m.
História da primeira
escalada
Foi
apenas em 14 de julho de 1865, que depois de muitas tentativas falhadas, que Edward Whymper e o guia Peter Taugwalder tentaram seguir a chamada rota Hörnli, e
conseguir subir ao cume do Matterhorn/Cervino, tendo sido surpresos pela
facilidade do percurso.
Na
realidade a cordada que completa era formada pelo guia Michel Croz que acompanhava Charles Hudson, Lord Francis Douglas, Robert Hadow e
pelo guia Peter Taugwalder pai, acompanhado pelo seu filho também
chamado Peter, e por Edward Whymper, ganhou o cotovelo pela aresta de Hörnli. Mais
acima dirigiram-se para a face norte. Edward Whymper foi o primeiro a atingir o cume e
para esse fim cortou a corda e poder assim, quase correndo, ser o primeiro a lá
chegar. Foi seguido pelo seu guia Michel Croz de Chamonix, que achou por bem não o deixar partir em
solitário. Mais lentamente foram chegando os outros composto pelo reverendo
Charles Hudson, Lord Francis Douglas, Douglas R. Hadow, o grupo dos ingleses,
assim que Peter Taugwalder e o filho.
Uma descida trágica
A tragédia do Monte Cervino em 14 de julho de 1865 - gravura de Gustave Doré
Na
descida os quatro primeiros da cordada Croz, Hadow, Hudson e Douglas, fizeram uma
queda mortal ao longo da face norte, acima do famoso "cotovelo". As
pesquisas feitas por um descendente de Robert Hadow junto da Biblioteca Bodleiana de Oxford descobriu um livro escrito pelo
presidente do Alpine Club para celebrar o centenário da conquista
do Cervino (Ver ref RTS à partir de 1 h 15 do início da emissão) e no qual ele
descreve que Whymper tinha cortado a corda quando o cimo estava à vista, e que
foi esse pedaço de corda que faltou para ligar as duas cordadas uma vez que
havia a corda de muito boa qualidade usada pelo grupo do Alpine Club que
amarrava os primeiros da cordada, a corda normal francesa que amarrava o
segundo grupo e a corda de reserva que ligava estes dois grupos e que teve de
ser usada devido ao que aconteceu no fim da subida.
Ficou
assim comprovada a culpabilidade de Wymper que portanto havia no livro que
escreveu intitulado 'Ascent of the Matterhorn' culpabilisava Peter Taugwalder pai, que aliás nunca mais se restabeleceu
dessa acusação [1] . Os corpos de todos salvo o de Douglas foram
descobertos mais tarde e foram enterrados em Zermatt.
e depois
O Matterhorn refletido no Riffelsee
Três
dias depois, em 17 de julho, um grupo conduzido por Jean-Antoine Carrel alcançou
o cume pelo lado italiano. Julio Elliott realizou
a segunda subida pelo lado de Zermatt em 1868 e
pouco depois Juan Tyndall também.
Em1871 Lucy Walker foi a primeira mulher a chegar ao topo, e
semanas mais tarde também a sua rival Meta Brevoorto conseguiu.
Todas
as arestas e faces do Matterhorn/Cervino já foram escaladas, em todas as
estações do ano, e os guias de montanha acompanham centenas de pessoas pela
rota Hörnli em
cada
Verão. Segundo os padrões modernos, a subida é técnica mas fácil, e os passos
mais delicados têm colocadas seguranças permanentes para simplificar a subida.
A rota mais seguida é iniciada em Zermatt por teleférico para continuar a marcha até ao Hörnli-hütte (3260
m.), um grande edifício de pedra na base da aresta de Hörnli, onde se passa uma
noite. De madrugada bem cedo, (às 2-3 da madrugada), parte-se para ter tempo de
alcançar o cume e descer antes que apareçam as nuvens e
as tempestades da tarde.
Origem: Wikipédia
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