Arte Pictórica
Publicado por Rejane Borges,
gosta das cores de folhas secas ao chão. E das cores das folhas velhas
dos livros.
Alguns contornos
inusitados conferem uma aparência mais descontraída e bem humorada a quadros
célebres da arte ocidental. Em uma reinterpretação coletiva, artistas
contemporâneos se juntam para homenagear os mestres.
Girl with a Pearl Earring de Johannes Vermeer (esquerda) e Ringoism de
Dave Macdowell (direita).
Algumas obras de famosos pintores como Van
Gogh, Vermeer e Rembrandt tomam novos traços e cores. É possível? Para a
Galeria britânica London Miles, sim. No último mês de novembro o local
inaugurou a exposição “The Idol Hours” – uma interessante mostra de pinturas
clássicas reinterpretadas por artistas contemporâneos. Dentre os quadros que
tiveram uma releitura estão “O Beijo”, de Klimt, “Noite estrelada”, de Van
Gogh, e “O Nascimento de Vénus”, de Botticelli.
Uma ousadia da galeria, visto que muitas
pessoas não concordam em reinterpretação dos clássicos por considerarem que tal
ação diminui tanto as obras quanto os próprios artistas originais.
Para Tina Ziegler, curadora do London Miles
Gallery, o tema da exposição é bastante delicado, por isso tratou de ser
cuidadosa. Primeiro, por ter consciência de que nem todos os artistas recebem
de bom grado um convite para recriar outra obra. Segundo, porque poderia ter de
enfrentar a dificuldade do público em perceber que se trata de uma homenagem e
não de uma tentativa de denegrir os clássicos.
Claro que são obras de incontestável valor e
reproduzi-las com outras técnicas e perspectivas, à primeira impressão, parece
polêmico e causa algum desconforto. Mas depois de observar as novas versões, o
sentimento muda. Formam-se interessantes contrastes entre técnicas artísticas
de uma era digital e de uma era em que tudo era feito à luz de velas. Os
artistas fazem uma releitura das obras que um dia os inspiraram, cada qual com
muita personalidade, de modo despretensioso e bem humorado.
De acordo com Tina, a resposta do público foi
extremamente positiva, e a mostra atraiu diversas faixas-etárias. O resultado
foi satisfatório, não somente para a galeria, mas para todos os artistas
participantes.
Dave Pressler, por exemplo, apresentou sua
releitura de “Homem Vitruviano”, de Leonardo Da Vinci, e conta que o trabalho é
desafiador, mas deve ser algo divertido de fazer.
Mais releituras podem ser encontradas no site
da London Miles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário