Série os mais famosos
detetives da literatura mundial:
Ignatius
Arthur Conan Doyle,
foi um escritor e
médico britânico, nascido na Escócia, mundialmente famoso por suas 60 histórias
sobre o detetive Sherlock Holmes, consideradas uma grande inovação com
inigualável atuação no campo da literatura criminal.
Sherlock Holmes em ilustração de 1904
por Sidney Paget
Sherlock Holmes ainda hoje é um dos mais atraentes personagens dos
romances policiais. Carismático e astuto, fez do método científico e da lógica
dedutiva suas melhores armas. Sua habilidade para desvendar crimes
aparentemente insolúveis, até mesmo para Scotland Yard, transformou seu nome em
sinônimo de detetive.
A primeira aparição de Sherlock Holmes se deu
em 1887 na
revista Beeton's Christmas Annual na história de A Study in Scarlet. Em Fevereiro de 1891, o
romanceThe Sign of the Four foi publicado em outra revista, Lippincott’s Magazine. Em Junho de 1891 Holmes
estreia na Strand Magazine com o conto A Scandal in Bohemia . O conto obteve tanto sucesso que
garantiu a Holmes um longo tempo de publicações na Strand Magazine (até 1927), tendo todas suas histórias
publicadas lá desde então.
O personagem Sherlock Holmes tornou-se tão poderoso
que, como pouquíssimas vezes na história, engoliu o seu criador; raramente se
ouve falar em Sherlock Holmes como "o personagem criado por Conan Doyle", mas sim de Conan Doyle como "o homem
que criou Sherlock Holmes".
The
Sherlock Holmes Museum, no 221B da Baker Street.
Fachada do museu.
Não é necessário viver na Inglaterra para conhecer o lar de Sherlock Holmes;
o 221B Baker Street é um dos endereços mais famosos
de Londres e abriga hoje um museu com o nome do personagem.
As histórias do detetive se passam entre vários cartões postais da capital
inglesa.
A
Londres de Sherlock Holmes
Um dos locais mais visitados por Sherlock Holmes,
entre um caso e outro, pois Holmes sempre estava de viagem marcada, é a Charing
Cross Station. Quando a investigação era em Londres, Holmes não deixava de passar pela Fleet Street, pela Oxford Street, pela Strand,
no Pall Mall, e na Tottenham Court Road, endereços
recorrentes dos contos do personagem .
Sherlock Holmes teve a maior parte de suas
histórias relatadas pelo seu colega de quarto e fiel escudeiro Dr. Watson, que várias vezes ficou surpreso com o rápido
raciocínio de Holmes, que conseguia muitas vezes ler os pensamentos de Watson,
satirizando a cena em que C. Auguste Dupin lê os pensamentos de seu colega em Os Assassinatos da Rua Morgue de Edgar Allan Poe. Watson esteve presente na maioria das histórias
de Holmes.
Sherlock Holmes aparece ao todo em cerca de 60
obras de autoria de Arthur Conan Doyle, compostas por cerca de 56 contos e 4
romances, onde Sherlock Holmes resolvia casos insolúveis até mesmo para a Scotland Yard. O personagem habita o imaginário de jovens e
adultos há mais de 120 anos.
Sherlock Holmes (direita) e o Dr. John H. Watson, por Sidney Paget.
Holmes costuma ser uma pessoa arrogante, que está
correta sobre inúmeros assuntos e com palpites certeiros. A primeira amostra de
sua exatidão é descrita em "Um Estudo em Vermelho". Quando Watson e
Holmes se conhecem, em alguns poucos segundos Holmes já sabia que ele estivera
no Afeganistão.
Além do aspecto erudito, não demonstra muitos
traços de sentimentalismo, preferindo o lado racional de ser. Apesar disso, em
alguns contos o Dr. Watson diz que a "máscara gelada" de
Holmes cai às vezes, dando mais humanidade a Sherlock Holmes.
Orgulhoso, parece dominar vários assuntos sem Doyle
descrever seus estudos. Holmes apresenta alguns hábitos peculiares como a
prática de artes marciais como boxe, esgrima de armas brancas e de bengala.
Watson relata também a aparência física de Holmes.
Muito alto, possui mais de um metro e oitenta, extremamente magro, pálido,
nariz fino. Pratica exercícios físicos apenas se exigidos em sua profissão de
detetive. Dependendo do enigma do caso em que estiver envolvido, passa horas
fumando cachimbo, que diz esclarecer a mente. Além do uso habitual da cocaína em protesto a monotonia, e diz-se que é um
exímio violinista.
Holmes tem como característica não gostar que o
interrompam em suas reflexões. Não se vê Holmes estudando sobre tudo, mas
domina incrivelmente uma vasta quantidade de assuntos do conhecimento humano, tais como História, Química, Geologia,
Línguas, Anatomia, Literatura Sensacionalista, etc.
Um retrato de Sherlock Holmes por Sidney Paget de
The Strand Magazine, em 1891 "O Homem com a boca torta".
Segundo Conan Doyle, criador do personagem,
Sherlock Holmes viveu em Londres, no apartamento 221B Baker Street, entre os anos 1881 e 1903 ,
durante o último período da época Vitoriana, onde passou muitos anos na companhia do seu
amigo e colega, Dr. Watson. Hoje esse endereço é um museu dedicado a
Sherlock Holmes.
Sherlock Holmes descreve-se como um "detetive
consultor" (um dos exemplos é o início do livro "O Signo dos Quatro"), o que significa que as pessoas
vêm-lhe pedir conselhos sobre os seus problemas, ao invés de se dirigir a
elas. Doyle conta-nos que Holmes é capaz de resolver os problemas a ele
propostos sem sair do seu apartamento, apesar de este não ser o caso em
diversas de suas mais interessantes histórias, que requerem a sua
presença in situ. A sua especialidade é resolver enigmas
singulares, que deixam a polícia desnorteada, usando a sua extrema faculdade de
observação e dedução.
Holmes demonstra, ao longo das suas histórias, uma
capacidade de dedução e um senso de observação impressionantes, ajudados por
uma cultura geral extensa e variada (ele é capaz de identificar a marca de um
tabaco somente pelo seu cheiro e pela cor de suas cinzas). Quando envolvido com
algum problema, pode passar noites sem dormir ou comer, o que inquieta o seu
amigo Watson. Mestre na arte do disfarce, maneja com habilidade a espada e
daria, segundo Watson, um bom pugilista.
Outra de suas marcas registradas, a frase:
"Elementar, meu caro Watson", foi criada no teatro, com muitas outras
particularidades, como o cachimbo curvo do detetive. Muito embora alguns
aleguem que se trate de uma das primeiras falas do personagem em seu romance de
estreia Um Estudo em Vermelho (1887), ela não se encontra no
original nem em outras traduções do texto. No resto de toda a obra, a frase não
torna a acontecer, aí sim tendo sido popularizada pelas adaptações das aventuras.
Segundo alguns indícios, Holmes nasceu em 6 de Janeiro de 1854 ,
filho de um agricultor e de uma mãe de origem francesa, pois sua avó era irmã do pintor Horace Vernet.
O seu irmão mais velho, Mycroft, trabalha para o Serviço Secreto britânico. Mycroft passa a maior parte do seu tempo livre
no Diogenes Club. Segundo Holmes, seu irmão Mycroft não
somente é mais brilhante do que ele próprio, como também possui um senso de
observação e de dedução muitas vezes superior ao seu, embora seja preguiçoso
demais para ir aos locais das investigações para analisá-las quando faltam
fatos. Na investigação de Holmes, chamada por Watson de "o intérprete
grego", Watson descreve um encontro entre Sherlock e Mycroft, onde os dois
se encontram no Diogenes Club, de que Mycroft é um dos fundadores. Os dois
mantêm um diálogo recheado de deduções sobre um transeunte que deixam Watson
completamente atônito.
Placa comemorativa em Meiringen.
Após os seus estudos, o jovem Sherlock Holmes
instala-se como detetive em Londres, onde divide um apartamento em Baker Street com um médico que acabara de voltar do
Afeganistão, onde trabalhou como médico militar durante os tumultos entre Índia
e Inglaterra no período pré-Guerra, John H.Watson, que se torna o biógrafo de Holmes.
O seu grande inimigo, também dotado de
extraordinárias faculdades intelectuais, é o professor Moriarty. Em 4 de maio de 1891, após
uma luta feroz, Holmes e Moriarty desaparecem nas cataratas de Reichenbach, perto de Meiringen, na Suíça (The
Adventure of the Final Problem). Os protestos dos leitores foram
tantos e de tal forma violentos que Doyle foi obrigado a ressuscitar seu
herói após esse verdadeiro assassinato. Holmes acaba reaparecendo
no conto "The Adventure of the Empty House", com a engenhosa
explicação que somente Moriarty havia caído, e como Holmes tinha outros
perigosos inimigos, ele havia simulado sua morte para poder investigá-los
melhor.
Professor Moriarty, como imaginado por
Paget.
Esse período de 1911 a 1913 ,
compreendido entre a "morte" e a "ressureição" do detetive,
é conhecido pelos sherlockianos como o grande hiato (The
Great Hiatus).
Depois de observar qualquer estranho, o Dr. Joseph Bell (1837-1911), um
cirurgião de Edimburgo, era capaz de deduzir muito de sua vida e de
seus hábitos. Isso impressionou um de seus alunos, Arthur Conan Doyle, que admitiu ter usado e ampliado seus
métodos quando concebeu o detetive Sherlock Holmes.
Bell inspirou não somente a criação da
personalidade de Holmes, mas também o porte físico do detetive. Em um texto
publicado no periódico The National Weekly em 1923,
Doyle conta como foram seus anos na faculdade de medicina, quando iniciou o
processo de criação de seu personagem mais famoso. Neste, o aluno descreve seu
notável professor Bell:
"Era magro, vigoroso, com rosto agudo, nariz
aquilino, olhos cinzentos penetrantes, ombros retos e um jeito sacudido de
andar. A voz era esganiçada. Era um cirurgião muito capaz, mas seu ponto forte
era a diagnose, não só de doenças, mas de ocupações e caráteres."
Doyle teria se baseado também na filosofia de Bell,
que dizia:
"A maioria das pessoas veem, mas não sabem
observar", dizia o dr. Bell aos seus convivas. "Olhando de relance um
indivíduo, a gente pode identificar-lhe o país de origem por suas feições;
pelas mãos, a profissão e os meios de vida; e o resto da sua história é
revelado pelo modo de andar, os maneirismos, os berloques do relógio, e até os
fiapos que aderem às suas roupas."
Pelo caráter arrogante de Holmes, Bell negou a
inspiração e tomou-a como pejorativa à sua pessoa.
Exemplo de personagem influenciado pelo personagem
de Doyle, na televisão, é o detetive Adrian Monk, da série homônima, que tem um senso de observação
e dedução do mesmo nível de Sherlock, mas destaca-se pelo seu transtorno
obsessivo-compulsivo (que, por sinal, são parte de seu sucesso como
detetive). Outro personagem inspirado em Sherlock é Gregory House, da série de TV estado-unidense House M.D., chefe da ala de diagnósticos que utiliza lógica
dedutiva para desvendar as mentiras de seus pacientes; House costuma sempre
dizer "Todo mundo mente". As similitudes entre Holmes e House são
muitas: o homem que atirou em House se chama Moriarty, maior inimigo de Holmes,
House também é viciado, também tem gosto pela música e mora no número 221B, da
Baker Street.
Nos quadrinhos, a Disney criou o personagem Sir Lock Holmes, visivelmente inspirado em Sherlock pois, além do
nome parecido, possui o mesmo porte físico, está sempre com o cachimbo e gosta
de tocar violino. Diferente de Sherlock, porém, é totalmente desafinado no
violino e erra todas as deduções (estando mais para Inspetor Clouseau). Outro
personagem da Disney com nome e características parecidas é Berloque Gomes, porém este não é um personagem cômico, e sim um
detetive que auxilia Mickey em algumas investigações.
Apesar do grande sucesso de sua obra, Conan Doyle
não gostava de escrever histórias para Sherlock Holmes pois considerava o
romance policial literatura de segunda classe e, na verdade, esse tipo de
história só passou a ser respeitado após o sucesso de seu personagem. Conan
Doyle preferia escrever o que considerava literatura de qualidade (o único
livro medianamente famoso é O Mundo Perdido). Em novembro de 1891, ele escreveu
para sua mãe: "Acho que vou assassinar Holmes… e lhe dar fim de uma vez
por todas. Ele priva minha mente de coisas melhores." E realmente o fez,
no conto titulado "O Problema Final", o último do livro
"Memórias de Sherlock Holmes". Ele deixou Holmes de lado durante 10
anos (de 1893 à 1903) mesmo com todos os protestos por parte dos fãs. Em 1901
Doyle escreveu o que viria a ser um dos mais famosos dos livros do detetive,
"O Cão dos Baskerville", um ano antes de sua ressurreição no conto
"A Casa Vazia", o primeiro do livro "A Volta de Sherlock
Holmes".
Origem: Wikipédia
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