Política/corrupção na
política brasileira (Operação Lava-Jato)
Valor coincide com quantia
citada por delatores da operação Lava Jato.
EL PAÍS São Paulo,
O Jornal Global, Facebook
O cerco
da Operação Lava Jato ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ganhou novos elementos nesta
quinta-feira. A Justiça da Suíça bloqueou quatro contas secretas pertencentes a
Cunha (PMDB-RJ), e sua mulher, Cláudia Cruz. A
quantia congelada chega a 5 milhões de dólares, de acordo com o jornal O
Globo, e a suspeita é que o montante seja fruto de pagamentos de propina. O
valor coincide com o citado por um dos delatores da Operação Lava Jato, Júlio Camargo, que em seu depoimento afirmou
que o deputado cobrou esta quantia para viabilizar um negócio
entre a Petrobras e uma empresa. É a mesma soma mencionada também na denúncia
do Ministério Público Federal, enviada pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal.
O depoimento
de outro colaborador da Justiça, o suposto operador do PMDB no esquema de
corrupção na Petrobras João Augusto Resende Henriques, também reforça a
suspeita de que as contas pertençam de fato a Cunha. O delator afirmou na
semana passada ter feito depósitos no exterior que tinham o presidente da
Câmara como destinatário. Em depoimento à CPI da Petrobras no início do ano,
Cunha negou ter dinheiro fora do país.
De acordo com
as autoridades suíças, as contas foram abertas em nomes de empresas
offshores - sediadas em paraísos fiscais com pouco ou nenhum controle sobre a
procedência do dinheiro - mas eram operadas por Cunha e sua mulher. Este tipo
de operação financeira é frequentemente usada para burlar o pagamento de
impostos ou lavar dinheiro fruto de atividades criminosas.
O
parlamentar tinha uma viagem à Itália programada para o final desta semana, mas
desistiu alegando ter um outro compromisso no Brasil, o casamento do senador
Romero Jucá (PMDB-RR). Ele negou que a desistência tenha relação com as contas
atribuídas a ele pelas autoridades suíças. “Era uma viagem muito comprida,
(...) e faria apenas um discurso no evento. Achei que seria muita corrida para
um evento que não tem tamanho que justificasse”, disse nesta quinta-feira.
Até o
momento, cinco delatores da Lava Jato já afirmaram que Cunha recebeu propina para facilitar negócios de
empresas com a estatal petroleira. Ainda assim, o peemedebista mantém seu poder na Câmara e tem
acossado o Governo.
Em nota, os advogados do
parlamentar disseram que “a defesa do deputado Eduardo Cunha desconhece
qualquer procedimento investigatório realizado naquele país [Suíça]. Por tal
razão, está impedida de tecer comentários acerca dos supostos fatos
noticiados". Além disso, eles afirmam que estão prontos a "prestar os
devidos esclarecimentos que se façam necessários, mas mantendo a sua postura de
se manifestar exclusivamente nos autos de processos"
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