sábado, 3 de outubro de 2015

VOCÊ JÁ PENSOU EM ESCREVER UM LIVRO?








Publicado por Gisele Bellucci
é paulistana, formada em Publicidade e Propaganda, yogini, escritora e completamente apaixonada por livros e pelas histórias que eles contam.




Se você já pensou mesmo em escrever um livro, deve ter se deparado com algumas dificuldades e dúvidas a respeito. Esse artigo pretende mostrar a você que não é tão difícil quanto parece e irá transformar esse bicho de sete cabeças em algo com que você possa lidar facilmente. Não são simplesmente regras, mas sim, dicas que podem lhe ajudar nesse processo e torná-lo cada vez mais agradável, tanto para você, escritor, como para os seus leitores.


 Você já pensou em escrever um livro? Este é o título do livro da escritora Sonia Belloto, também publicado em Portugal, com o título Como escrever um livro e conseguir que um editor o publique. Sonia e eu nos tornamos grandes amigas, e na época em que o adquiri parecia fazer alquimia transformando sonhos em realidade. Parece que está no inconsciente coletivo que para se tornar um escritor de verdade é preciso ter uma vida desregrada, com muita boemia e álcool. Mas através deste livro pude perceber que não é bem assim, e que a primeira característica para se tornar um escritor é a disciplina. Você terá de ser fiel ao seu propósito de vida e descobrirá brevemente se é isso mesmo que quer para a sua vida. Terá de permanecer horas sentado na frente do computador, ver tudo à sua volta com outros olhos, captando novas ideias para a sua próxima história, e ter sempre à mão um bloco de notas para registrar o que é importante, porque pode ser que uma grande ideia lhe apareça de supetão em um sonho, em uma conversa alheia, ou sabe-se lá quando e onde. Assim, não perca nenhuma oportunidade.
Aprendi com minha amiga escritora que são necessários cinco personagens de você mesmo para o processo da escrita, sendo: garimpeiro, planejador, escritor, copidesque e divulgador. Estes cinco personagens devem aparecer separadamente, cada qual no seu momento, sem deixar que um interfira no outro, como por exemplo, o copidesque não pode vir antes do escritor. Nunca permita que um tome o lugar do outro, porque você poderá eliminar algo que seria crucial para uma boa escrita. Claro que o fato do escritor ser um leitor assíduo também ajuda muito na escrita e no vocabulário, sem contar nas ideias que poderão surgir ao ler uma história. Por mais que você goste e se inspire em uma história em particular, quando for escrever a sua ela será diferente e terá o seu próprio olhar. Não tema se inspirar nas histórias que lê, pois isto é natural. O que não pode é plagiar na cara dura, apenas "copiando" aquele texto que você adora. No entanto, as mesmas ideias podem surgir para pessoas diferentes, e cada uma terá um olhar específico, porque cada um de nós vive sua própria vida, é criado de tal maneira, acredita ou não em contos de fadas, e tudo isto acaba influenciando a obra.
Para melhorar a escrita, nada melhor do que o treino. Escreva sem pudor e sem medo. Simplesmente escreva. Jamais julgue o que está escrevendo, nem tenha medo do que os outros vão pensar. Escreva. Depois de ter colocado suas ideias no papel, nada melhor do que adequar o seu texto, e para isto existem algumas "regras" da escrita criativa, como por exemplo, escrever frases curtas ou longas, mas sempre claras, deixar o leitor criar uma imagem particular na própria mente, ter boa gramática ao escrever, embora o revisor de textos possa auxiliá-lo. Também tem as "ilustrações" para adultos, que são as analogias, bastante lúdico e cativante.
Depois que você conseguir planejar seus personagens, criar uma história com começo, meio e fim, através de uma sinopse, é chegada a hora de relacionar a sua história à jornada do herói, uma influente estrutura do livro "O herói de mil faces", de Joseph Campbell. A estrutura básica é bem simples e mostra o herói (protagonista) em sua rotina. Em seguida ele sai deste mundo comum e se depara com novas experiências, até que ao final da história ele retorna ao mundo comum, mas transformado, porque passou por uma experiência e aprendeu uma lição. Este é um modelo usado como ferramenta de orientação, e não como uma forma rígida na qual as histórias devem ser encaixadas. Mas seguir as 12 etapas da Jornada do Herói dá certo. Primeiramente o protagonista vive a sua rotina, depois é chamado para a aventura, recusa o chamado, passa pelo encontro com o mentor, faz a travessia do limiar, passa por testes, aliados e inimigos, se aproxima do objetivo, passa pela provação suprema, conquista a recompensa, se prepara para o caminho de volta, sofre uma depuração e, finalmente, retorna ao mundo comum (rotina) transformado, porque viveu a experiência e se fortaleceu no aprendizado. Esta estrutura, desvendada por Campbell, não lhe dá a pedra filosofal, mas mostra um caminho, um guia, lhe oferece um norte, de onde partir e para onde ir. A maioria das histórias se encaixa neste modelo, especialmente os best-sellers, e se a sua história se adequar a esta estrutura, já terá meio caminho andado.
Por fim, nada melhor do que o entusiasmo para se escrever uma história, o talento, a vontade de seguir em frente, apesar de todas as dificuldades que colidem conosco em todas as carreiras. Se realmente você quiser se tornar um escritor, não poderá focar nos problemas e sim nas soluções. Enfrentamos dificuldades em todas as áreas, e nesta não seria diferente. Como diz o ditado popular: "quem quer arruma um jeito, quem não quer arruma uma desculpa". Mas eu tenho certeza que você vai arrumar um jeito de escrever uma história cativante, e quero ser a primeira na fila dos autógrafos!




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