segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

CARTA ABERTA DE LUIZ CARLOS FACÓ PARA JOSÉ MENDONÇA



Luiz Carlos Facó
Blog do Facó

BOM EXEMPLO
  
Não costumo enviar cartas (muito menos abertas) aos amigos. Quando tenho algo a lhes dizer prefiro faze-lo, e você sabe, frente a frente, olhos nos olhos, reflexos da alma, como dizia minha querida mãe.


Abro agora uma exceção ao dirigir-me ao companheiro, após vinte e cinco anos do relacionamento usufruído por nós, que aos poucos foi transformado em amizade verdadeira, sempre lastreada em sólidos sentimentos como a confiança, a admiração, o respeito. Sobretudo, por comungarmos e carregarmos como dogmas das nossas vidas princípios morais e éticos que têm sido abandonados ao longo dos últimos doze anos, em nosso país.

Pobre país! Dirigido, até recentemente, por quem revelava abertamente não gostar de ler (num flagrante desrespeito para com a juventude necessitada dos ensinamentos dos compêndios), sucedido por uma prepotente e voluntariosa senhora, que apesar de bacharel em ciências econômicas, nada entende dos mais comezinhos conceitos daquelas matérias (como se dizia na nossa época de estudantes, foi formada nas ‘coxas’). Ambos, visando um só objetivo: a manutenção do poder pelo poder. Restando como resultantes o descalabro da lassidão propositada para com as coisas públicas, pouco caso no trato com do dinheiro do povo (Mensalão, Lava-Jato, “Petrolão”, compra de uma refinaria enferrujada por bilhão de dólares, etc.), na substituição de acordos politicamente éticos por chantagens (toma lá da cá), na escolha de nomes nus de inteligência ou parcos de integridade e credibilidade para a direção de relevantes cargos na administração federal. Proezas que se disseminaram em meio à sociedade que tem se mostrado cada vez mais passiva, quando não relapsa, deseducada, disposta a trilhar o caminho da corrupção exemplada pelas ações citadas, salvo as raras exceções de sempre. Nichos tais em diminuição, cujos adeptos estão descrentes de que sua atuação não é vista ou absorvida por ouvidos moucos tampouco por olhares míopes.

Preâmbulo longo para qualquer autor que deseja alçar objetivo simples, mas perdoável diante da situação que lhe é imposta, provocadora de vergonha e indignação.

Você José, colaborador assíduo deste Blog, o que muito me honra, que faz ecoar seus textos juntamente com o Jornal A Tarde, não tem minimamente mudado sua posição, o que resulta numa satisfação íntima, acendendo a esperança de que nem tudo está perdido.




Contrapor-se ao ‘status quo’ vigente, verberar contra administrações municipais que se locupletam da economia popular, ficar contra decisões que vão ao do arrepio da lei, acatando-as como naturais, leva-me acreditar que há ainda neste país bolsões de resistência nos quais podemos acreditar.

Continue assim, exemplo vivo de Mamede Paes Mendonça, seu pai.  Como sempre, acredito em você.

Nenhum comentário:

Postar um comentário