quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

ESCRITO NAS ESTRELAS: INSISTIR NO (AMOR VERDADEIRO) OU AMADURECER?



Arte cinematográfica
 Publicado por Renata Lima 
É mineira, tem 24 anos, apaixonada por livros, filmes e séries. Encontra nas palavras o sentido para todos os seus anseios e por mais que eu tente ver o mundo como todas as pessoas veem, não consegue. 
Adoro um drama, olho nos olhos, e fotografa paisagem.
Além de escrever aqui, paga de escritora no seu blog pessoal e em alguns cadernos por ai. 

Escrito nas estrelas é um filme cativante e piegas, despretensioso e com um alto índice de amor à primeira vista envolvido, cliché, mas nos faz querer voltar no tempo e acreditar novamente que o 'Felizes para sempre' existe.



Escrito nas estrelas (Serendipity) é aquele tipo de filme que faz com que voltemos ao nosso estado original, aquele estado incrível de euforia quando nos damos conta de que estamos apaixonados. O filme, que foi dirigido por Peter Chelsom e lançado dia 13 de setembro de 2001, conta a história de Jonathan Trager (John Cusack) e Sara Thomas (Kate Beckinsale) que se encontram por acaso em uma loja, poucos dias antes do Natal, e logo que se cruzam se sentem automaticamente atraídos um pelo outro. Apesar do fato de ambos estarem envolvidos em outros relacionamentos, Jonathan e Sara passam a noite andando em meio a magia de Manhattan. Quando a noite chega ao fim Jonathan propõe que Sara dê seu número para que ele possa encontrá-la outra vez, mas Sara acredita fielmente que nada é por acaso e faz com que Jonathan aceite que eles só voltarão a se ver novamente se isso estiver no destino dos dois.


Um filme deliciosamente cativante e despretensioso, maravilhosamente piegas, mas com uma mensagem maravilhosa. Desde pequenos somos treinados para acreditar em 'Amor à primeira vista' ou em 'Felizes para sempre', mas com o passar dos anos somos tão pressionados pelas desilusões amorosas que simplesmente não aceitamos viver acreditando que em um passe de mágica encontraremos o Amor de nossas vidas. Serendipity é uma palavra intraduzível para o português, mas segundo o meu pequeno conhecimento linguístico significa 'uma coisa maravilhosa que acontece por acaso' e é usada para definir o encontro de algo precioso quando não se está procurando por nada. O fato é que o significado dessa palavra chamou a minha atenção desde o princípio, Jonathan não procurava nada além de luvas novas em uma loja onde por acaso Sara estava procurando exatamente a mesma coisa e a partir daí, o encontro.


Será que somos capazes de saber, exatamente, quando temos um encontro? Não aquele encontro casual com alguém, mas O Encontro, aquele que mudará as nossas vidas? Durante o filme todo eu me peguei pensando no quanto eu gostaria de ter o encontro que Jonathan e Sara tiveram no filme, eu me peguei imaginando o quão maravilhoso é se sentir daquela maneira, conectados por uma força maior e mais forte do que tudo que eles viveram até aquela noite. Devemos insistir no "Amor verdadeiro' ou amadurecer? Jonathan nem se quer por um momento cogita a ideia de desacreditar do destino, anos esperando para que O Encontro acontecesse outra vez. Sara por sua vez, tocou a vida, mas sem deixar de lembrar todos os dias daquela noite em Manhattan.


Somos muito duros conosco mesmo e com as pessoas ao nosso redor, temos a necessidade de esfregar na cara das pessoas que somos felizes em nossos relacionamentos, tiramos fotos e postamos nas redes sociais para provar para pessoas desconhecidas que temos uma boa vida ao lado de uma pessoa que "supostamente" amamos. Mas aquela famosa pergunta: "Você está feliz?" te incomoda? Se sim, meu caro, você está fazendo a coisa errada, ou pior, você está tentando provar para você mesmo que amor verdadeiro é coisa de cinema e que o que você tem é o bastante, mas por mais que eu queira te privar de decepções, eu tenho que te falar a verdade: não é o bastante. Assim como sara e Jonathan, você seguirá sua vida com aquilo que você acha que é o bastante, mas um dia você vai acordar, olhar para o lado e ver uma pessoa que apesar dos anos ao seu lado, você não ama mais. O amor pode acabar? Claro, mas se você acreditar que tem o bastante, quando no fundo você sabe que aquilo não é bastante, você descobrirá lá na frente que a sua consciência estava certa o tempo todo e você não quis acreditar.


É questão de insistir no amor verdadeiro, é questão de nadar contra a maré e acreditar sim que existe uma pessoa que foi feita para você. É imaturidade? Talvez, mas o que eu estou tentando dizer é que as melhores coisas acontecem quando nós saímos da nossa zona de conforto, as melhores coisas acontecem para aqueles que acreditam, que tem fé em alguma coisa, que apesar das decepções dessa vida, não deixaram de acreditar no conto de fadas Hollywoodiano. Loucura? Sim, mas e daí? Jonathan usou de todas as formas possíveis para encontrar a mulher que mudou a sua vida em poucas horas, Sara abandonou um namoro cliché para viver uma história maravilhosa, e ela tinha o direito de fazer isso porque se tratava da felicidade dela, como ela conseguiria viver se não provasse para ela mesma que o amor verdadeiro existia e que ela merecia um?


Escrito nas estrelas nos ensina que nada jamais se comparará a ter uma boa vida ao lado de quem se ama de verdade. Ensina como é importante ter fé nas coisas mais difíceis de acreditar. Ensina que amar ultrapassa todos os limites do bom senso e que a vida nem sempre vem com um manual de instruções, mas também ensina que tudo dá certo no final se você, simplesmente, acreditar. E por mais clichê que pareça ser, o filme nos mostra que amor é questão de amor, e que nada vai conseguir preencher a falta dele em nossos corações.


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