Arte cinematográfica
Publicado por Renata Lima
É mineira, tem 24 anos, apaixonada por livros, filmes e
séries. Encontra nas palavras o sentido para todos os seus anseios e por mais
que eu tente ver o mundo como todas as pessoas veem, não consegue.
Adoro um drama, olho nos olhos, e fotografa paisagem.
Além de escrever aqui, paga de escritora no seu blog pessoal
e em alguns cadernos por ai.
Escrito nas estrelas é um filme cativante e piegas,
despretensioso e com um alto índice de amor à primeira vista envolvido, cliché,
mas nos faz querer voltar no tempo e acreditar novamente que o 'Felizes para
sempre' existe.
Escrito nas estrelas (Serendipity) é aquele tipo de filme
que faz com que voltemos ao nosso estado original, aquele estado incrível de
euforia quando nos damos conta de que estamos apaixonados. O filme, que foi
dirigido por Peter Chelsom e lançado dia 13 de setembro de 2001, conta a
história de Jonathan Trager (John Cusack) e Sara Thomas (Kate Beckinsale) que se
encontram por acaso em uma loja, poucos dias antes do Natal, e logo que se
cruzam se sentem automaticamente atraídos um pelo outro. Apesar do fato de
ambos estarem envolvidos em outros relacionamentos, Jonathan e Sara passam a
noite andando em meio a magia de Manhattan. Quando a noite chega ao fim
Jonathan propõe que Sara dê seu número para que ele possa encontrá-la outra
vez, mas Sara acredita fielmente que nada é por acaso e faz com que Jonathan
aceite que eles só voltarão a se ver novamente se isso estiver no destino dos
dois.
Um filme deliciosamente cativante e despretensioso,
maravilhosamente piegas, mas com uma mensagem maravilhosa. Desde pequenos somos
treinados para acreditar em 'Amor à primeira vista' ou em 'Felizes para
sempre', mas com o passar dos anos somos tão pressionados pelas desilusões
amorosas que simplesmente não aceitamos viver acreditando que em um passe de
mágica encontraremos o Amor de nossas vidas. Serendipity é uma palavra
intraduzível para o português, mas segundo o meu pequeno conhecimento
linguístico significa 'uma coisa maravilhosa que acontece por acaso' e é usada
para definir o encontro de algo precioso quando não se está procurando por
nada. O fato é que o significado dessa palavra chamou a minha atenção desde o
princípio, Jonathan não procurava nada além de luvas novas em uma loja onde por
acaso Sara estava procurando exatamente a mesma coisa e a partir daí, o
encontro.
Será que somos capazes de saber, exatamente, quando temos um
encontro? Não aquele encontro casual com alguém, mas O Encontro, aquele que
mudará as nossas vidas? Durante o filme todo eu me peguei pensando no quanto eu
gostaria de ter o encontro que Jonathan e Sara tiveram no filme, eu me peguei
imaginando o quão maravilhoso é se sentir daquela maneira, conectados por uma
força maior e mais forte do que tudo que eles viveram até aquela noite. Devemos
insistir no "Amor verdadeiro' ou amadurecer? Jonathan nem se quer por um
momento cogita a ideia de desacreditar do destino, anos esperando para que O
Encontro acontecesse outra vez. Sara por sua vez, tocou a vida, mas sem deixar
de lembrar todos os dias daquela noite em Manhattan.
Somos muito duros conosco mesmo e com as pessoas ao nosso
redor, temos a necessidade de esfregar na cara das pessoas que somos felizes em
nossos relacionamentos, tiramos fotos e postamos nas redes sociais para provar
para pessoas desconhecidas que temos uma boa vida ao lado de uma pessoa que
"supostamente" amamos. Mas aquela famosa pergunta: "Você está
feliz?" te incomoda? Se sim, meu caro, você está fazendo a coisa errada,
ou pior, você está tentando provar para você mesmo que amor verdadeiro é coisa
de cinema e que o que você tem é o bastante, mas por mais que eu queira te
privar de decepções, eu tenho que te falar a verdade: não é o bastante. Assim
como sara e Jonathan, você seguirá sua vida com aquilo que você acha que é o
bastante, mas um dia você vai acordar, olhar para o lado e ver uma pessoa que
apesar dos anos ao seu lado, você não ama mais. O amor pode acabar? Claro, mas
se você acreditar que tem o bastante, quando no fundo você sabe que aquilo não
é bastante, você descobrirá lá na frente que a sua consciência estava certa o
tempo todo e você não quis acreditar.
É questão de insistir no amor verdadeiro, é questão de nadar
contra a maré e acreditar sim que existe uma pessoa que foi feita para você. É
imaturidade? Talvez, mas o que eu estou tentando dizer é que as melhores coisas
acontecem quando nós saímos da nossa zona de conforto, as melhores coisas
acontecem para aqueles que acreditam, que tem fé em alguma coisa, que apesar
das decepções dessa vida, não deixaram de acreditar no conto de fadas
Hollywoodiano. Loucura? Sim, mas e daí? Jonathan usou de todas as formas
possíveis para encontrar a mulher que mudou a sua vida em poucas horas, Sara
abandonou um namoro cliché para viver uma história maravilhosa, e ela tinha o
direito de fazer isso porque se tratava da felicidade dela, como ela
conseguiria viver se não provasse para ela mesma que o amor verdadeiro existia
e que ela merecia um?
Escrito nas estrelas nos ensina que nada jamais se comparará
a ter uma boa vida ao lado de quem se ama de verdade. Ensina como é importante
ter fé nas coisas mais difíceis de acreditar. Ensina que amar ultrapassa todos
os limites do bom senso e que a vida nem sempre vem com um manual de
instruções, mas também ensina que tudo dá certo no final se você, simplesmente,
acreditar. E por mais clichê que pareça ser, o filme nos mostra que amor é
questão de amor, e que nada vai conseguir preencher a falta dele em nossos
corações.
© obvious:
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