sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

ABGAIL IZQUIERDO FERREIRA MAIS CONHECIDA COMO BIBI FERREIRA

Brasil: personalidade

Bibi aos 92 anos

Bibi é viciada em palcos. Até hoje, enquanto desfruta seus saudáveis 94 anos, os percorre usando sapato de plataforma, com a leveza de uma garça. Poliglota, domina cinco idiomas. Cativa a todos com a sua simpatia e modéstia. Tem memória privilegiada, capaz de reproduzir textos inteiros das peças em que atuou e dirigiu, afora as letras das canções que cantou no idioma original. 




Bibi Ferreira, nome artístico de Abigail Izquierdo Ferreira (Rio de Janeiro, 1 de junho de 1922), é uma atriz, cantora, diretora e compositora é considerada pelos críticos com a mais completa atriz dos palcos nacionais. É também a mais longeva de todas, em plena atividade aos 94 anos.


É filha de Procópio Ferreira, o maior ator brasileiro de todos os tempos, e da bailarina espanhola Aída Izquierdo. Nem Bibi sabe ao certo o dia em que nasceu. A mãe dizia que ela nascera em 1º de Junho; o pai falava que a data era 4 de Junho mas, sua certidão de nascimento traz a data de 10 de Junho.

Fez sua estreia teatral aos 24 dias de vida, na peça Manhãs de Sol, de autoria de Oduvaldo Vianna, substituindo uma boneca que desaparecera pouco antes do início do espetáculo. Logo após os pais se separaram e Bibi passou a viver com a mãe, que foi trabalhar na Companhia Velasco, uma companhia de teatro de revista espanhola. Seu primeiro idioma, até os quatro anos, foi o espanhol. O idioma português e o grande amor pela ópera ela viria a aprender com o pai.


De volta ao Brasil, tornou-se a atriz mirim mais festejada do Rio de Janeiro. Entrou para o Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde permaneceu por longo tempo, até estrear na companhia do pai. Aos nove anos teve negada a matrícula no Colégio Sion, em Laranjeiras, por ser filha de um ator de teatro. Completou o curso secundário no Colégio Anglo Americano.


Sua estreia profissional nos palcos aconteceu em 28 de fevereiro de 1941, quando interpretou "Mirandolina", na peça La locandiera. Em 1944, montou sua própria companhia teatral, reunindo alguns dos nomes mais importantes do teatro brasileiro, como Cacilda Becker, Maria Della Costa e a diretora Henriette Morineau. Pouco mais tarde, foi para Portugal, onde dirigiu peças durante quatro anos, com grande sucesso.


Na década de 1960, vieram os sucessos dos musicais, como Minha Querida Dama (My Fair Lady), estrelado por Bibi e Paulo Autran. Nessa época atuou também em musicais de teatro e televisão. Em 1960, iniciou a apresentação na TV Excelsior de São Paulo, de Brasil 60, (61, 62, 63, etc, conforme o ano), um programa ao vivo, que durante dois anos levou à televisão os maiores nomes do teatro.


Bibi Ferreira participou, atuando ou dirigindo, de alguns dos grandes espetáculos teatrais e musicais montados no Brasil. Em 1970, dirigiu Brasileiro, Profissão: Esperança, de Paulo Pontes (foi numa das versões desse espetáculo que pela primeira vez dirigiu a cantora Maria Bethânia, na outra versão dirigiu Clara Nunes); em 1972, atuou em O Homem de La Mancha ao lado de Paulo Autran, com tradução de Paulo Pontes e Flávio Rangel, além das versões de Chico Buarque e Ruy Guerra para as canções; em 1975, participou de Gota d'Água, de Chico Buarque e Paulo Pontes; em 1976, dirigiu Walmor Chagas, Marília Pêra, Marco Nanini e 50 artistas em Deus Lhe Pague, de Joracy Camargo.


Na década de 1980, dirigiu de textos comerciais a peças de dramaturgia sofisticada, de musicais de grande porte a dramas intimistas. Em 1980, dirigiu Toalhas Quentes, de Marc Camoletti; em 1981, Um Rubi no Umbigo, de Ferreira Gullar, e Calúnia, de Lillian Hellman. No mesmo ano, com sua produção e direção, estreou O Melhor dos Pecados, de Sérgio Viotti, promovendo a volta aos palcos de Dulcina de Moraes, após vinte anos de ausência. Em 1983 voltou aos palcos com Piaf, a Vida de uma Estrela da Canção, espetáculo de grande sucesso de público e crítica. Por sua atuação recebeu os prêmios Mambembe e Molière, em1984 e, no ano seguinte, da Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (APETESP) e Governador do Estado. O espetáculo, que fez muitas viagens, permaneceu seis anos em cartaz e, em quatro anos, atingiu um milhão de espectadores, incluindo uma temporada em Portugal, com atores portugueses no elenco.


Dirigiu ainda inúmeros programas de televisão e shows de artistas da música popular brasileira, como Maria Bethânia e Clara Nunes nos anos 70 e 80.

Nos anos 90, Bibi Ferreira reviveu seus maiores sucessos, remontando Brasileiro, Profissão: Esperança e fazendo um espetáculo em que cantava canções e contava histórias de Piaf. Em Bibi in Concert, comemorou 50 anos de carreira e, depois de anos de temporada, fez o Bibi in Concert 2. Em 1996 recebeu o Prêmio Sharp de Teatro. Encenou Roque Santeiro, de Dias Gomes, em versão musical. Em 1999, dirigiu pela primeira vez uma ópera, Carmen de Georges Bizet.

Em 2003, na Marquês de Sapucaí recebeu homenagem da Escola de Samba Unidos do Viradouro.

Na década de 2010, Bibi começou a realizar espetáculos focados em apenas um artista, como a francesa Edith Piaf, a portuguesa Amália Rodrigues, e o americano Frank Sinatra

Almas adversas - (1949) ... Zefa e Georgina

Em 1936 participa do filme Cidade Mulher, de Humberto Mauro, produzido e estrelado por Carmen Santos.

http://www.funarte.gov.br/brasilmemoriadasartes/acervo/atores-do-brasil/biografia-de-bibi-ferreira/
Em 1947 filma O Fim do Rio (The End of River), de Derek Twist, no qual tem como partner o ator indiano Sabu.

http://www.funarte.gov.br/brasilmemoriadasartes/acervo/atores-do-brasil/biografia-de-bibi-ferreira/


Filha de Procópio Ferreira e de Aída Izquierdo, neta paterna dos portugueses Francisco Firmino Ferreira e Maria de Jesus Quental, ambos da Ilha da Madeira; sendo Francisco filho de Manuel Ferreira e de Rosa de Jesus. Neta materna dos espanhóis Antônio Izquierdo e Irma Queirolo, esta filha de José Carlos Queirolo e de Petrona Sallas. Em 29 de setembro de 1943, casou-se, em Assunção, com o diretor Carlos Martins Lage, não havendo descendência desta união. Casou-se, a segunda vez (1954-1955), com Armando Carlos Magno, primo de Pascoal Carlos Magno, com quem teve sua única filha, Teresa Cristina, nascida em 20 de agosto de 1954, no Rio de Janeiro. A terceira vez (1956-1958) casou-se com o ator Herval Rossano. Depois, com o ator Édson França (1963-1965); e com o ator Paulo Porto (1966-1967). Sua última união (1968-1976) foi com Paulo Pontes, com quem viveu por quase oito anos, até a morte dele, em 27 de dezembro de 1976.

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