Publicado por Maria Brockerhoff
Punta Arenas, com 110 mil habitantes, está na esquina do mundo e, por isto, fustigada por ventos constantes, como bem demonstram estes bravos Lupinus.
Foto: Rainer Brockerhoff
Situada no Estreito de Magalhães, a vila foi fundada em 1848. A gente daqui se considera mais magallanicos do que chilenos.
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Têm razão em orgulhar-se de Hernando de Magallanes, o trágico herói realizador da primeira circum-navegação da Terra. Dom Manuel, o pretensioso rei português, não reconheceu os excelentes serviços prestados anteriormente por Magalhães, nem lhe deu crédito quando apresentou o projeto da volta ao mundo pelo oeste. A humilhante rejeição levou Fernão de Magalhães à renúncia da cidadania portuguesa, à troca de nome e ao oferecimento dos serviços ao rei de Espanha, Carlos I, mais tarde coroado Carlos V, imperador alemão.
O intrépido navegante ao realizar “a maior proeza da história da exploração da Terra, a odisseia mais esplêndida na história da humanidade” (Stefan Zweig in “Magellan”, 1938) passou por aqui em 1520.
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Em 1519 Magallanes lançou ao mar, em Sevilha, a frota de cinco navios. Após indizíveis sofrimentos, angústias, motins, a passagem do oeste para leste estava aberta e confirmada a inaceitável e absurda tese, desde Ptolomeu, da redondeza da Terra.
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Até a abertura do Canal do Panamá em 1914, o Estreito era a rota principal entre o Atlântico e o Pacífico. Com 570km de comprimento e apenas 2km de largura, o Estrecho de Magallanes é uma confusão de enseadas, complicados canais, baías, fiordes, os quais só se pode atravessar com muita sorte e máxima habilidade. As entradas são irregulares, bifurcam-se três ou quatro vezes à direita e à esquerda, sem contar os ventos adversos e redemoinhos repentinos.
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O cemitério de Punta Arenas cheio de ciprestes, curiosos mausoléus e os mais belos canteiros das sepulturas bem simples.
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A zona franca de Punta atrai muita gente ‘compradeira’. Daqui pode-se fazer os passeios pelas baías e canais azulados do Estreito de Magalhães, pelas reservas de pinguins, pelas haciendas típicas e alcançar as maravilhas de Torres del Paine.
Em Magdalena — a ilha com 120 mil pinguins e uma colônia de leões-marinhos — não há árvores, nem mesmo arbustos. Apenas tufos de grama. Os pinguins de rabo duro são encantadores, apesar do cheiro forte. São dóceis; apenas uns poucos se assustam com o movimento das pessoas. Fazem os ninhos como tatus; vimos alguns ninhos pisados por descuido de um ou outro turista, uma pena!
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Do farol se tem acesso, por uma escada estreita em caracol, a uma vista espetacular em 360 graus.
Foto: Rainer Brockerhoff
A beleza silenciosa da costa chilena é envolvente e especial para nosotros dos trópicos. A cada vez, esta natureza solitária e altiva nos mostra quão pequenos somos!
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