Brasil: cidade
A
Princesa da Serra
Lages é um município do estado de Santa Catarina, na região sul do Brasil.
Possui 158 846 habitantes, conforme estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de agosto de 2014, e faz parte
da mesorregião (política) e região (geográfica) serrana do estado. - sede da Região Metropolitana de Lages.
Sua primeira denominação foi Campos de Lajes. Lages
recebeu esse nome porque havia muita pedra laje (arenito) na região. A denominação religiosa de Lages
foi Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Lajes. Esse nome homenageia a
santa de devoção de Correia Pinto. Em 1960, recebeu o nome de Lages. O
atual nome é escrito com a letra g.
Em 1728, durante a abertura de uma picada
denominada "Estrada dos Conventos"
ou de "Araranguá", eixo de ligação entre o litoral de Santa Catarina e a região de Lages, foi encontrado,
por Francisco de Souza Faria, construtor da referida estrada, muito gado
selvagem. Francisco de Souza Faria observou também uma grande quantidade de cruzes,
levantadas provavelmente pelos padres jesuítas. Certamente fazia parte do rebanho que se
encontrava na região dos Campos de Vacaria, no Rio Grande do Sul. O gado selvagem, que restou das criações dos
jesuítas, também era visto nos extensos campos do limítrofe estado sul-brasileiro.
Prefeitura Municipal
O ilustre tropeiro Cristóvão Pereira de Abreu, em 1732, viajava no mesmo caminho de Souza
Faria, mudando a picada em diversos pontos. Esses fatos ocorreram nos primeiros
tempos do século XVIII, quando os primeiros homens se estabeleceram
no município, no entanto sem ter uma data precisa.
A certeza histórica é que, durante a chegada do
bandeirante paulista (português vindo para o Brasil durante a infância), Antônio Correa Pinto, que fundou Lages, em 22 de novembro de 1766,
existia nesses campos, de forma esparsa, fazendeiros, que vieram
do Rio Grande do Sul. Aliás, na época, no estado do Rio Grande do Sul,
defendia-se a ideia de que fosse o rio Canoas o limite com Santa Catarina e não o rio Pelotas.
D. Luiz Antonio de Souza, Morgado de Mateus, governador de São Paulo, determinou que Correia Pinto se encarregasse da
fundação de Lages, objetivando por fim às pretensões espanholas, que desejavam
aquela área e a expansão territorial da Capitania de São Paulo.
Correia Pinto, que se enriqueceu com a venda de muares levados
pelos tropeiros entre o Rio Grande do Sul e as feiras de Sorocaba, já era conhecedor da região de Lages,
quando recebeu instruções para a fundação de uma vila naquele local.
Inverno em Lages
Lages, sob a proteção da padroeira Nossa Senhora dos Prazeres, começou no local Taipas, no qual havia uma
igreja dos tropeiros. Logo foi abandonado aquele sítio, iniciando-se um núcleo
de povoamento próximo ao rio Canoas, mas as águas das enchentes levaram tudo. E somente em 22 de maio de 1771
foi fundada Lages no atual lugar onde é atualmente encontrada, estando à frente
o ilustre Correia Pinto.
Por uma série de razões, a começar pela falta de comunicações, a localidade demorou a se desenvolver.
Diante dos incessantes ataques dos indígenas, Correia construiu uma represa no riacho, no
meio da povoação, no qual as mulheres podiam lavar as roupas e,
assim não ficariam divididas e afastadas de suas casas, fossem expostas aos
ataques dos indígenas.
Em 1787-1790, o alferes Antonio José da Costa construiu
uma rota de Desterro (atual Florianópolis) até Lages, que seria um dos motivos para que, no
ano de 1820, Lages deixasse de ser controlada pela Capitania de São Paulo e
fosse jurisdicionado ao governo com sede na ilha de Santa Catarina.
Turismo rural
O município foi palco de
uma grande quantidade de fatos históricos. Além dos já mencionados, foi
participante ativo da Guerra dos Farrapos, chegando os lageanos
(em sua quase totalidade partidária dos farroupilhas) a serem os autores da
proclamação da República em sua terra. Foi teatro, também, de fatos
sanguinários, no tempo da Guerra do Contestado.
Lages da atualidade, conhecida pelo apelido de
"Princesa da Serra", é o município de maior extensão territorial de Santa Catarina e é famosa pela criação de gado, por suas madeireiras e lavoura, sendo um dos mais importantes municípios de Santa
Catarina pela sua participação econômica.
Criou-se o município em 9 de setembro de 1820, com
área de 2.644 km², pertencente à região dos Campos de Lages
A economia lageana é
basicamente sustentada pela pecuária, agricultura (com
destaque para a vinicultura), indústria madeireira (com destaque na
produção de papel e celulose) e turismo rural.
A economia de Lages sofreu um forte declínio com a
redução sistemática da pujança do ciclo da madeira, que teve seu auge até a década de 1950. O município, outrora o maior e mais rico do
Estado, teve sua fatia do produto interno bruto estadual bastante reduzida. Novos
projetos industriais, desenvolvimento regional sustentável e investimentos no
município têm contribuído para que a arrecadação voltasse a crescer.
O Turismo Rural em Lages nasceu no ano de 1984, na Fazenda Pedras
Brancas, pioneira do turismo rural do Brasil. Fazendas centenárias da região
começaram a adaptar-se para receber visitantes e turistas que queriam conhecer
a "lida de campo", a vida simples do homem serrano, com ordenhas,
plantações, gastronomia etc. Hoje, o Turismo Rural é conhecido nacionalmente e cada vez mais procurado por pessoas que
vivem no agito da cidade e refugiam-se para passar dias agradáveis junto a
natureza. Lages também é conhecida como Capital
Nacional do Turismo Rural.
A cidade conta com vários pontos turísticos, tanto
na área urbana quanto na rural. Entre eles, estão:
Cacimba
da Santa Cruz: foi desativada (1968) e chegou a ficar soterrada. Em 1973, foi
desaterrada e, em 1976, restaurada. Atualmente, é considerada um ponto
turístico.
Lages é também a terra do Pinhão
Catedral
Diocesana Nossa Senhora dos Prazeres: concluída em 1922, a Catedral foi
construída pelos padres franciscanos com blocos de pedra arenito, típica das
formações rochosas da região.
Memorial
Nereu Ramos: o Memorial Nereu Ramos é um espaço em homenagem a este lageano que
se destacou na política estadual e nacional, chegando a Presidência da
República. Neste memorial estão guardados seus restos mortais, documentos e
objetos pessoais. Foi inaugurado em 3 de setembro de 1992.
Mesquita
Islâmica: a Sociedade Islâmica de Lages, fundada em 20 de maio de 1977, foi a
primeira a ser construída em Santa Catarina e a quinta no Brasil. A Mesquita de
Lages tem esse nome em homenagem à cidade que acolheu os imigrantes vindos do
Líbano, Palestina, Jordânia e Síria.
Monumento
"Boi de Botas": o idealismo da luta farrapa que durou 10 anos, e a
valentia dos heróis anônimos, marcaram uma importante página na história de
Lages. Em vista do civismo e bravura que o originou, "Boi de Botas" é
sinônimo de heroísmo, de que se orgulham todos os lageanos.
Monumento
"Os Imigrantes": este monumento foi construído em homenagem aos
imigrantes que aqui se instalaram e ajudaram no desenvolvimento da cidade.
Monumento
"O Tropeiro": construído em homenagem aos tropeiros paulistas que
cruzaram o Planalto Serrano no início da povoação de Lages.
A amêndoa do pinhão
Museu
Histórico Thiago de Castro: maior acervo documental particular do Estado. Foi
fundado em 1943, porém iniciou suas atividades em 1960. Seu acervo é composto
de aproximadamente 1 900 peças, 15 000 documentos e 2 000 fotografias do século
XVIII e XIX, bem como de armas usadas em guerras e lutas regionais, objetos de
uso doméstico e, ainda, peças de vestuário.
Museu Malinverni Filho: o museu apresenta
aproximadamente 2000 peças: desenhos, pinturas, esculturas, fotos, documentos e
objetos pessoais do artista lageano Agostinho Malinverni Filho, pintor e
escultor.
Parque
Jonas Ramos - o popular "Tanque": em 1771, o fundador de Lages,
Correia Pinto, mandou cercar de taipas o local para proteger as lavadeiras da
vila do ataque de índios e animais ferozes. Próximo ao chafariz existe uma
fonte de água, que, na época, era chamada de Minas de Água. Este é o local onde
se originou a 'Lenda da Serpente do Tanque'.
Parque
Pedras Brancas: o lugar possui formações rochosas de contornos curiosos que
completam a sua beleza. Está localizado na propriedade da Fazenda Pedras
Brancas, necessitando autorização para visitação.
Salto
do Rio Caveiras: localizado a 20 quilômetros do centro, este lugar é conhecido
pela belíssima paisagem formada pelo lago da barragem construída no local nos
anos 1960, além da exuberante queda d'água nas proximidades. Durante muito
tempo, a Usina do Caveiras forneceu energia para a cidade, mas hoje é utilizada
emergencialmente. O local possui grande potencial para balneabilidade.
Teatro
Marajoara: construção iniciada em 1947 e inaugurada em 1948 com a denominação
de Cine Teatro Marajoara. Caracteriza-se pela mistura do estilo arquitetônico art déco com a cultura indígena da América Central. Atualmente, o Teatro Marajoara é palco de
grandes espetáculos e eventos em Lages.
Origem:
Wikipédia
Nenhum comentário:
Postar um comentário