Literatura: crônica
“(É) carioca
e psicóloga, interessada em literatura, filosofia e
Outros ramos
da arte e da cultura...”
Shakespeare na obra 'O
Menestrel':
“Não importa o que você tem na vida, mas quem você tem na vida… Reconheça que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos”.
“Não importa o que você tem na vida, mas quem você tem na vida… Reconheça que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos”.
A figura de La
Catrina a “bela dama” do artista mexicano José Guadalupe Posada (1852-1913+-) é
representada pelo esqueleto de uma dama da alta sociedade com objetivo de
lembrar que na morte não há diferenças sociais. É uma sabedoria do povo para
demonstrar humildade e enfrentar o desconhecido. Para os mexicanos a morte faz
parte da vida, assim como o sol morre e a lua nasce, não existiria felicidade
se não houvesse a tristeza.
O povo mexicano
homenageia a morte celebrando o “dia de finados” costume milenar com hábitos do
povo em diversas linguagens artísticas no país.
Diego Riviera
companheiro de Frida Khalo rebatizou a figura de Posada e a reproduziu em seu
mural "Sonho de uma tarde dominical na Alameda Central", pintada em
1948, vestida com um chapéu elegantíssimo ao lado dos três célebres artistas.
Evidente que para o costume brasileiro, a morte é diferente do que ensina a
cultura mexicana que a trata com mais leveza, amenizando a dor da perda, dando
chance para expressar de forma diferente o sentimento pelo ente querido, embora
seja um tema sofrível para os brasileiros, a cultura mexicana não trata de
maneira leviana.
[arte do artista José G. Posada]
A consciência da
morte para muitos é muito triste, por várias razões, algumas por relembrar
temas da existência do individuo traumatizante, entretanto aprendemos na existência
que perdemos e que ganhamos com cada escolha que fizemos a cada instante para
nos tornar responsáveis e sujeitos. Assim morremos e renascemos ainda em vida.
Todavia por morte
entende-se a passagem da vida à decomposição, faz parte da vida não vivida, não
experienciada. Há uma espécie de proliferação do ser, pois aquele que era deixa
de ser. Por isso somos seres finitos na existência, ao se fazer cada escolha se
dará um novo passo diante ao desconhecido, deixando para traz o passado, se faz
necessário nascer de novo ainda em vida com possibilidades infinitas. Assumir a
escolha é assumir a morte como possibilidade, para uma existência autêntica e
criativa. Somos livres para escolher com toda angustia a nos presentear como um
aviso de que não podemos tudo. Esse é o absurdo da existência.
A vida se regenera,
para recordar e acordar de novo, é um ciclo, um movimento incessante e um
momento importante. Podemos morrer dizendo que nós escolhemos o melhor possível
até esse momento. Há uma celebração a de que cumprimos bem a vida nesse mundo.
A vida pede fé e coragem no que virá. A morte uma transformação à espera de um
recomeço.
Ahhh madame La
catrina quanta crueldade! Por que queremos tudo no tempo que nos é dado?
Essa resposta,
somente o tempo irá nos dizer.
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