Brasil
Estância -
Sergipe
Colaboração
especial de Luiz Eduardo Costa
A AGENDA
SURREALISTA DA PRESIDENTE DECAÍDA
Instalada no que lhe resta de um poder ilusório, a
ex-presidente Dilma dedica-se a cumprir uma agenda surrealista. Ela está ainda
cercada pelos aparatos que lhe restam do poder que deixou escapar-lhe pelas
mãos inábeis. A presidente teimou em ser presidenta, uma teimosia irrelevante,
mas que ficou como marca registrada de todas as demais irrelevâncias do seu
governo néscio, que nos levou a esta crise, que talvez seja a mais complexa da
nossa complicada História de República presidencialista. Enquanto espera pelo
julgamento no Senado que, com quase certeza, lhe será desfavorável, Dilma
preenche o ócio bem remunerado, participando de protestos realizados pelo país
por grupos que ainda nela acreditam. Gasta dinheiro do sacrificado contribuinte
na tentativa inútil de retornar ao poder, que não conseguiu exercer com um
mínimo de competência. Por isso, nos
legou a calamidade retratada em números desastrosos, e no que é pior: o
sentimento de decepção que foi o único e devastador legado que nos deixou a
equivocada senhora.
A
CODEVASF DEPOIS DE SAID SHOUCAIR
Chegando à direção da CODEVASF, aquela complicada e polêmica
empresa, que, tanto tempo depois de criada ainda acumula problemas
irresolvidos, o advogado Said Schoucair conseguiu imprimir um ritmo novo,
mantido nesses dois anos em que a dirige. Problemas que se arrastavam foram
resolvidos, e no sempre encalacrado Projeto Betume, alcançou-se uma
produtividade recorde de 10, 5 toneladas de arroz por hectare, cifra que supera
os resultados do Rio Grande do Sul. O projeto Jacaré-Curituba recebeu atenção
especial, e as obras finalmente foram concluídas. Aquele projeto de irrigação,
o primeiro no país criado para instalar assentamentos dos Sem Terra, foi
idealizado no governo de Albano Franco, que levou o Frei Enoque e o hoje
deputado federal João Daniel para uma decisiva conversa com o presidente
Fernando Henrique, que garantiu recursos para as desapropriações e elaboração
dos projetos. Gastou-se tempo para a
conclusão, e para garantir o projeto, contribuíram os governos de João Alves,
Marcelo Déda e Jackson Barreto, e o apoio também recebido do presidente Lula. O
Jacaré-Curituba é um marco decisivo para os movimentos sociais em pareceria com
governos e dirigentes da CODEVASF que têm sensibilidade para os tormentos da pobreza.
Sem essa forma de entendimento e parceria, o projeto sofrerá consequências.
O
CENTENÁRIO DE ANTONIO GARCIA
O médico, escritor, jornalista, poeta, professor, músico,
militante social, polemista, líder católico, gestor público, Antonio Garcia
Filho, assim, precedido por todas essas suas funções, competências,
habilitações, talentos e
características, ainda ficaria carente para uma compreensão mais nítida
do cidadão que ele foi.
Garcia foi um cidadão
singular, uma referencia para a ideia generosa da cidadania virtuosamente
exercida.
No centenário que se comemora, surge a oportunidade para uma
melhor compreensão da sua personalidade, e dimensionamento da sua obra, de
tantas coisas admiráveis que ele fez ao longo da existência, do legado que ele
deixou aos filhos. Eles seguiram, todos, a sua trilha exemplar.
Instituições diversas reuniram-se para a comemoração do
centenário, entre elas, a Academia Sergipana de Letras, a Academia de Medicina
de Sergipe, a Assembleia, o Governo, a Câmara
de Aracaju.
Na Academia de Medicina, nesse dia 27, haverá o Sarau Antonio
Garcia. Em foco o músico. O presidente Lúcio Prado Dias convidando para o
evento.
O HOMEM
DO MARATÁ LEMBRADO NO SENADO
Nessa quarta o empresário Jose Augusto vai receber medalha no
Senado. É solenidade que se repete todos os anos, destacando empreendedores de
todo o país. Ano passado foi a vez do ex-governador e empresário Albano Franco.
Este ano, por indicação dos senadores Ricardo Franco e Eduardo Amorim, o
criador do Grupo Maratá, Jose Augusto, será o homenageado.
Jose Augusto é um exemplo do empreendedor bem sucedido. Ele
saiu da pobreza para criar um grande grupo empresarial. É o maior empresário de
Sergipe, e continua modesto, da mesma forma
quando vendia fumo no mercado. Detalhe pouco conhecido: Jose Augusto foi
deputado estadual, mas, logo descobriu que a política não era o campo ideal
para a sua criatividade e vontade de realizar, imensas.
O
SILÊNCIO DO REITOR
Há um insopitável, suspeito silêncio, do reitor do IFS,
professor Ailton, a respeito do deplorável caso da destruição nada responsável
dos prédios onde funcionava em Poço Redondo a Fundação Dom Jose Brandão de
Castro. Com a intempestiva e açodada demolição restam mais de 400 estudantes
mal acomodados em improvisados locais. E traídos foram tantos outros que
esperaram confiantes pelo vestibular no novo campus do IFS. Derrubou-se
apressadamente, para que fosse construído o prédio que abrigaria os cursos superiores.
E até agora nada. Continua sem ser
explicado o motivo da demolição, e também o destino final de todo o material
desaparecido após o vandalismo oficial
contra as edificações públicas. Já o reitor Ailton, este, permanece
pressurosamente mudo.
DOMINGOS
PASCOAL O NOVO ESTANCIANO
Domingos Pascoal é um semeador de boas iniciativas, de ações
que geram frutos. Escritor, membro da Academia Sergipana de Letras, ele
resolveu espalhar Academias pelo interior. Já fundou várias, e com elas surgem
muitos protagonistas do fazer cultural, tudo exatamente o que Pascoal mais
queria. Ele ajuda agora a ser realizado o Concurso Literário que a Loja
Maçônica Cotinguiba realiza todos os anos, e depois publica em livro os
trabalhos premiados.
Pascoal, que tanto fez e tanto faz, certamente andou fazendo
coisas em Estância. Por isso, merecidamente, a Câmara estanciana, nesse dia 25,
entregará a ele o titulo de Cidadão da Estância. O presidente da Câmara Luiz
Sérgio Nascimento Melo, convidando para a solenidade às 18, 30hs.
MILTON
COELHO E AS SOFRIDAS MEMORIAS
Milton Coelho, trabalhador da PETROBRAS, foi em Sergipe a
vítima maior das truculências e desatinos de um desatinado período do
absolutamente desarvorado regime autoritário que vivemos, e do qual alguns têm
saudade, e desejam repeti-lo, talvez por não terem conhecido as entranhas do
monstro. Todas as ditaduras, sejam de qualquer natureza, de direita ou de
esquerda, carregam a deformação de origem, que fazem sair delas as
monstruosidades.
Milton Coelho resultou cego após torturas continuadas e
meticulosamente infligidas. Não viu a face dos filhos que depois nasceram. Cego
há 40 anos, ele é um dínamo em permanente atividade intelectual. Sabe, melhor
do que tantos que enxergam, o que se passa no mundo, e o que se passou antes,
nos tempos malignos da repressão. Ele interpreta melhor os fatos com a dimensão
que o tempo transcorrido permite avaliar, e quer agora contá-los, ou
denunciá-los, em textos que enviará à Apreciação da Comissão da Verdade.
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