terça-feira, 31 de maio de 2016

NOTÍCIAS DE SERGIPE



Brasil: Aracaju, Sergipe


Sergipe: Canindé de São Francisco

Colaboração especial de Luiz Eduardo Costa
É jornalista, escritor, um dos maiores articulistas do Brasil


HUNALDINHO, O AFÁVEL POETA

 

Hunald Alencar, Hunaldinho sempre, para todos os seus tantos amigos, era um ser humano que carregava a essência espiritual do bem. Homem afável, simples, inimigo de protocolos e vaidades, era repleto de saberes e iniciativas. Advogado que nunca quis advogar, professor por toda a vida, era no Brasil um dos maiores conhecedores da língua portuguesa, também, um dos seus grandes poetas. Fez teatro, sendo ator e teatrólogo. Escreveu peças comparáveis aos seus poemas.
Hunaldinho andava ultimamente muito triste. Aos 72 anos tinha uma aposentadoria irrisória. Descuidou-se da carreira acadêmica, não fez doutorado ou mestrado, por isso, não permaneceu na cátedra da Universidade. Fechou, por não mexer bem com finanças, o bem sucedido curso de português particular que criou.
O desembargador Luiz Mendonça o convidou para ser, no Tribunal, um revisor de textos, e ele tranquilizou-se por algum tempo, mas, veio a determinação do Conselho da Magistratura para afastar a todos os contratados com mais de 70 anos e aposentados. O conselheiro Carlos Pinna o levou para o Tribunal de Contas, onde não havia a restrição para exercer o mesmo oficio, e ele lá ficou até o término do mandato de Pinna como presidente. Quase se fixou em Canindé, entusiasmado que estava como professor do curso de excelência em português e matemática que o município manteve até que sobreviesse o desastre da queda de 40% na arrecadação, consequência dos erros clamorosos ocorridos no sistema elétrico, causando a redução do ICMS pago pela Usina Xingó. O poeta refugiou-se na sua poesia e continuou criador e criativo, mas, a ânsia das contas avolumando-se de mês a mês o torturava, e talvez essa tortura o tenha levado ao infarto fatal.
Destino ingrato para um intelectual que além das glórias acadêmicas, necessitava, pelo menos, do reconhecimento ao seu valor, à sua importância como ator social atuante, que sempre depositou na  arte a crença de fazê-la instrumento da evolução do povo.

O PROCURADOR HELI NASCIMENTO

Heli Nascimento foi, por toda a vida, uma pessoa extremamente reservada e discreta. Isso, desde os tempos de estudante quando também ajudava o pai, atendendo no balcão da Livraria e Papelaria Nascimento. Como os demais irmãos e irmãs, todos se encaminharam para as poucas faculdades que então existiam em Aracaju ou foram buscar o diploma superior em outras cidades ou o oficialato nas Agulhas Negras. Sobre o depois íntegro e diligente Procurador de Justiça que foi Heli Nascimento, o ecrevinhador sente-se devedor de um público depoimento pessoal, fugindo, assim, à impessoalidade com que sempre procura traçar estas linhas.

Numa tarde de 8 de dezembro de 1972, feriado santo em Aracaju, o escrevinhador dormia  em sua casa na então quase deserta Atalaia, após uma caranguejada regada a cerveja. A esposa o acorda para informar-lhe que havia, na porta, uma patrulha da Marinha para levá-lo até a Capitania dos Portos, convocado pelo Capitão de Corveta Eduardo Pessoa Fontes. Antes mesmo de levantar-se a patrulha armada já estava no seu quarto, e o escrevinhador foi posto num Jeep, todavia sem mal tratos ou sequer ofensas verbais. Além do constrangimento pela situação insólita, não houve maiores contratempos até o ingresso na sala onde se encontrava o Capitão dos Portos. O militar estava na cabeceira de uma mesa, parecia presidir mais uma reunião da tenebrosa Comissão Geral de Investigações, um poder discricionário que o regime militar atribuíra à Marinha de Guerra. À mesa estavam alguns oficiais e os promotores Heli Nascimento, Carlos Leite, e o contador Poconé, todos, retirados de suas atividades normais, e convocados para integrarem a temida CGI. Quando o escrevinhador devidamente escoltado transpôs a porta da sala, o Comandante contra ele investiu aos gritos, o segurou e ameaçou espancá-lo. Foi quando o promotor Heli Nascimento levantou-se da cadeira e colocou-se entre o escrevinhador e o militar, logo depois sendo seguido pelo promotor Carlos Leite.

Gestos assim, que hoje pareceriam comuns e até indispensáveis, diante de tais situações naqueles dias, seriam impensáveis se partidos de pessoas que estavam subordinadas a uma autoridade militar. O promotor Heli Nascimento ao ouvir um dia o agradecimento do escrevinhador, disse que nem mais se recordava do gesto, o que era mais uma demonstração da forma exemplar como desempenhava suas funções.



O FOGO OLÍMPICO E A CHUVA NO SERTÃO

Talvez esse sábado, dia 28 de maio, tenha sido o único em que os sertanejos de Canindé, tão carentes de chuva, tenham pedido a São Pedro que dissipasse as nuvens escuras até que chegasse e cruzasse o município a Tocha Olímpica. Houve um minucioso e bem sucedido trabalho de preparação para o evento. Apesar das restrições financeiras resultantes dos desmandos na política energética nacional, o Prefeito Heleno Silva fez a festa merecida para receber o fogo olímpico que entrava em Sergipe por Canindé, tendo antes percorrido o cânion fantástico de Xingó. O governador Jackson Barreto lá estava atento e entusiasmado para recebê-lo.

O DIPLOMA JOSE ERMÍRIO

Jose Augusto, o criador do Grupo Maratá foi o segundo empresário sergipano a receber, no Senado Federal, o Diploma Jose Ermírio de Morais. O primeiro foi Albano Franco. Na solenidade presidida pelo senador Eduardo Amorim, estava o outro senador sergipano Ricardo Franco que, com Eduardo, sugeriram a homenagem a Jose Augusto.

O deputado Laércio Oliveira foi o indicado para saudar Jose Augusto e falar sobre o sentido da homenagem. Ele lembrou que tem sido sempre em todas as ocasiões uma voz a ressaltar a importância do empresário, as vezes sendo incompreendido num país onde a papel exercido pela iniciativa privada em alguns setores ainda é visto com reservas, a seu  ver absurdas, porque sem o empresário e sem o trabalhador não há crescimento econômico, e os dois têm atribuições complementares que se harmonizam em vez de serem antagônicas. Presentes à solenidade, entre outros, o ex-governador Albano Franco, o vice prefeito de Aracaju Jose Carlos Machado, os deputados federais, Valadares Filho, Pastor Joni e Fábio Reis, o ex-deputado Gilton Garcia, os deputados estaduais Zezinho Guimarães e Goreti  Reis,  o Prefeito de Canindé Heleno Silva,  e o ex-deputado Zeca Silva.


Nenhum comentário:

Postar um comentário