quarta-feira, 2 de novembro de 2016

COMO SABER SE VOCÊ É UM GÊNIO MESMO COLECIONANDO NOTAS RUINS NA ESCOLA

 Ciência












Notas ruins em matemática ou português não bastam para definir o grau de inteligência

Quantas vezes você se sentiu mal ao chegar em casa com notas baixas?



O senso comum mostra que o sistema educacional convencional junta, em uma mesma sala de aula, crianças diferentes e exige o mesmo desempenho de todas - algo analisado por um psicólogo da Universidade Harvard, para quem não existe apenas uma inteligência, mas várias.
"Quando você tira notas altas no colégio, fica achando que é muito inteligente. Mas se for ao teatro, visitar uma fazenda ou uma granja, verá que outras inteligências são também importantes" , disse Howard Gardner, autor da Teoria das Inteligências Múltiplas.
Gardner, que trabalha na Universidade Harvard, ganhou, em 2011, o importante Prêmio Príncipe de Astúrias por sua contribuição à Psicologia e à Educação.

Um astro do rock como Angus Young, guitarrista do AC/DC, pode ser tratado com a mesma reverência que o físico Albert Einstein, pai da Teoria da Relatividade?
O psicólogo americano afirma que existem oito tipos de inteligência e, assim, é possível identificar gênios entre pessoas consideradas medíocres ou não valorizadas pelo sistema de educação tradicional.
Descubra que tipo de gênio você pode ser, segundo a classificação de Gardner.
1. Inteligência lógico-matemática
Todo mundo conhece alguém com habilidade extraordinária em desafios de lógica e numéricos.
São pessoas que conseguem identificar padrões, resolver e propor problemas matemáticos com facilidade.
A velocidade para resolver esses problemas é o que determina quanta inteligência lógico-matemática a pessoa tem.
O famoso teste de quociente de inteligência (QI) é baseado nisso.
Esses gênios brilham naturalmente como cientistas, economistas, acadêmicos, engenheiros e matemáticos.

As grandes conquistas da humanidade envolvem vários tipos de inteligência - a matemática, por exemplo, foi fundamental na exploração espacial
2. Inteligência linguística
É a inteligência daqueles que entendem o sentido de uma poesia ou de um conto antes de todo mundo. São os mestres da palavra.
Escrevem com facilidade e são o centro das atenções quando contam um caso.
Isso também é levado em conta no teste de QI.
Mas Gardner encontrou ainda outros seis tipos de inteligência.

Os sistemas de avaliação tradicionais são padronizados, embora as competências dos alunos sejam distintas
3. Inteligência musical
Não se trata apenas de curtir música. Esta inteligência tem a ver com a capacidade de criação musical.
Esses gênios podem ser identificados ainda bem jovens pela habilidade de acompanhar ritmos, tocar vários instrumentos, ler e compor peças musicais com facilidade. O compositor Mozart é um bom exemplo.
Mas há muita gente que considera música talento, não inteligência.
"Por que se você é bom com palavras é inteligente e com ritmos é talentoso? Ninguém nunca me respondeu", questiona Gardner.
Todas as culturas têm alguma forma de música mais ou menos elaborada - e, para Gardner e seus colegas de Harvard, todos os indivíduos têm uma inteligência musical latente.
Algumas áreas do cérebro estão relacionadas à execução e composição da música. Como qualquer outro tipo de inteligência, você pode treinar e melhorar.
4. Inteligência espacial
É aquela na qual é o destaque é a capacidade de observar o mundo e os objetos em diferentes perspectivas.
Essas pessoas criam imagens mentais com facilidade, desenham bem, identificam detalhes e têm grande senso estético.
Engloba profissionais como pintores, fotógrafos, designers, publicitários, arquitetos e aqueles de quem se espera criatividade.

Força e explosão: a americana Simone Biles foi a primeira atleta da história a ganhar três títulos individuais gerais consecutivos em campeonatos mundiais de ginástica artística
5. Inteligência corporal e sinestésica
Saber usar bem ferramentas é um exemplo de inteligência sinestésica corporal.
Além disso, a capacidade intuitiva da inteligência corporal é utilizada para expressar sentimentos através do corpo.
Nesta categoria, os gênios podem ser bailarinos, atores, atletas, cirurgiões e artistas plásticos.
Em comum: todos usam racionalmente suas capacidades físicas.
6. Inteligência interpessoal
Muita gente também a chama de inteligência emocional.
Essas pessoas têm grande capacidade de lidar com grupos, compreendem bem as circunstâncias e problemas dos outros.
Este é o perfil de vendedores, professores, psicólogos, terapeutas, advogados e educadores.
"A inteligência também pode ser nociva. Um vendedor com grande inteligência interpessoal pode ficar esgotado com facilidade", adverte Gardner.

Poucos líderes foram tão polêmicos quanto o venezuelano Hugo Chávez, que tinha uma habilidade impressionante de mobilizar as massas
7. Inteligência intrapessoal
Esta pode ser a praia dos tímidos ou retraídos.
Gardner define este tipo de inteligência como a capacidade de nos conhecermos por meio da reflexão e autoanálise.
Filósofos, pensadores e teólogos são exemplos.
8. Inteligência naturalista
Nos tempos de escola, suas experiências com plantas davam certo?
Se a resposta foi sim, sua inteligência é naturalista: detecta, diferencia e categoriza questões relacionadas à natureza.
O evolucionista Charles Darwin é um exemplo de gênio naturalista.
O psicólogo de Harvard incluiu esta categoria posteriormente, em 1995, por considerá-la uma das inteligências fundamentais para a sobrevivência do ser humano.

A inglesa Jane Goodall é famosa pelas pesquisas com chimpanzés com os quais conviveu durante 30 anos - sua inteligência é naturalista
Saber distinguir variedades de animais e plantas e caminhar pela mata como se estivesse em casa é uma demonstração de genialidade.
Esta é a característica de quem se destaca em áreas como biologia, botânica, meio ambiente e atividades ligadas à agricultura.
Uma lista sem fim
Gardner afirma que o fato de terem sido identificados oito tipo de inteligência não significa a conclusão da teoria.

O psicólogo Howard Gardner (esq.) recebeu o Prêmio Príncipe de Astúrias, em 2011
No momento, o pesquisador e sua equipe analisam se a habilidade de ensinar pode ser considerada mais uma nova inteligência a ser incluída na lista.


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