Arte rítmica: dança
Publicado por Taoana Aymone Padilha
“Nós fazemos nós; mas fazemos melhor quando fazemos laços? Inflexões e
reflexões sobre os relacionamentos humanos na atualidade.”
Maria Nieves e Juan
Copes revolucionaram o tango. Foram os primeiros a levar a dança portenha para
os palcos. Chegaram na avenida Corrientes, na Broadway. Brilharam no mundo.
O gênio criador era Juan, é o que diz Maria. Fato é que o estilo Copes, nomeado segundo o sobrenome dele, foi inventado pelos dois, em seus 50 anos de arte compartilhada. Ela dançava rápido, ele, lento. Assim, criaram um novo ritmo, uma nova forma de dançar, de olhar, de tocar. Marcaram o tango com sua química explosiva.
O gênio criador era Juan, é o que diz Maria. Fato é que o estilo Copes, nomeado segundo o sobrenome dele, foi inventado pelos dois, em seus 50 anos de arte compartilhada. Ela dançava rápido, ele, lento. Assim, criaram um novo ritmo, uma nova forma de dançar, de olhar, de tocar. Marcaram o tango com sua química explosiva.
Como a fragilidade tem força. E como a
potência revela fragilidade.
Maria Nieves e Juan Copes revolucionaram o
tango. Foram os primeiros a levar a dança portenha para os palcos. Chegaram na
avenida Corrientes, na Broadway. Brilharam no mundo. O gênio criador era Juan,
é o que diz Maria. Fato é que o estilo Copes, nomeado segundo o sobrenome dele,
foi inventado pelos dois, em seus 50 anos de arte compartilhada. Ela dançava
rápido, ele, lento. Assim, criaram um novo ritmo, uma nova forma de dançar, de
olhar, de tocar. Marcaram o tango com sua química explosiva.
“Eu era apaixonada por ele. Dançar era uma
desculpa”, disse ela. “Ela tinha a altura, os movimentos perfeitos para mim.
Achei meu Stradisvarius”, disse ele. Fato é que Juan e Maria são frutos de uma
cultura que divide muito precisamente o lugar do homem e o lugar da mulher na
sociedade. “Ela achava que eu era dela. Era ela que era minha!” Continua Juan.
“Eu sempre a respeitei no sentido humano. Mas tive minhas debilidades… O que
era natural. Senão, eu não me consideraria homem”. Maria, que não tivera um
pai, um homem para chamar de seu, encontrara no forte, belo, inteligente e
ambicioso Juan, um ideal. Ele, que aprendera a dançar pisando nos pés das
mulheres – porque é assim que se aprende a bailar, como ele mesmo diz –
encontrou, na linda e brilhante Maria, o seu melhor instrumento.
Dançaram, dançaram e dançaram. E dançaram
mais. Viajaram o mundo, “com uma mala cheia de ilusões”. Juan e Maria se
casaram em Las Vegas. "Mas o casamento em Las Vegas não vale no resto do
mundo", segundo Juan. "Foi lindo, eu estava muito emocionada",
segundo Maria. Um dia, uma atriz contou para Maria que Juan tinha um filho com
outra mulher. Diz Maria: “Você sofre, mas cresce como artista”. Maria defende
que o casal de tango deve continuar junto, apesar de tudo. É a paciência, a
constância, a capacidade de trabalhar com os inúmeros conflitos, o que permite
a construção de um estilo próprio do casal. "Não importa o que acontece.
Importa o que você faz". “Meu sonho era casar e ter filhos, e não ser uma
artista. Aconteceu o contrário”.
A vida é mesmo uma dança imprevisível do
acaso com o destino.
Ela ri. Ela ri. Maria ri muito, enquanto
conta sobre os episódios difíceis que enfrentou. “O amor não existe. É uma
mentira.” Continua: “Tive que escolher, e escolhi o tango”. Maria e Juan
pararam de se falar. Não existia mais uma relação. Existia a dança. Existia o
tango e o amor pelo tango. “Eu dançava com ódio!”, conta Maria. E o ódio a levava
para a superação. "Eu queria dançar cada vez melhor, para
destruí-lo". Dançavam, mas não se falavam. Nas fotos, os olhares não se
cruzavam mais.
Estavam conectados no desencontro?
O que restara? O amor pelo tango. A
construção. O amor é uma construção. Uma linguagem que envolve, no mínimo,
dois.
Um dia, a esposa de Juan deu o ultimato: se
ele continuasse dançando com Maria, ele não voltaria para casa. Juan escolheu a
casa, depois de 50 anos de parceria com Maria. A separação artística foi a sua
maior dor, Maria revela. Juan era desumano, cruel, mas o amor ao tango, que
surgira nela, a partir de seu amor por Juan, permanecia e apenas crescia.
Um sonho não realizado: a maternidade.
Indica: se você deseja ser mãe, seja, a carreira pode esperar alguns anos.
No dia do último tango juntos, após o show,
Maria falou: “O tango é sobre a comunicação entre o casal. Pode ser de amor, e
pode ser de ódio. Eu nasci para dançar tango e morrerei pelo meu tango.
Obrigada”. A artista, a ‘mujer’, a tango, ensina tanto: “Sim , sofri muito, mas
acho que toda mulher sofre. Todo homem sofre em algum momento da vida. Me
lembro das coisas ruins, mas com felicidade e perdoando. Porque eu agora sou
eu. Bem ou mal, sou Maria Nieves”.
Um brinde a densidade e a verdade que são os
atributos dos que amam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário