Bahia
O garimpo
conta com inúmeros motores equipados com moinhos para a trituração de pedra e
cascalho.
Pedro Oliveira - Da
Sucursal Regional do Sisal em Coité | 04/02/2014 - 07:34
Foto: Pedro Oliveira/Tribuna da Bahia
As terras
da maior mina de diamantes do mundo, no município de Nordestina, na Bahia, são
ricas, também, na produção de ouro
As terras
da maior mina de diamantes do mundo, no município de Nordestina, na Bahia, são
ricas, também, na produção de ouro. A fazenda Baixinha, a 23 quilômetros da
sede do município, vem se transformando em uma mini Serra Pelada. Nessa região,
existem cerca de 4 mil garimpeiros trabalhando em jazidas a céu aberto e
subterrâneas. O garimpo localizado em uma área de trabalhadores sem terras,
conta com inúmeros motores equipados com moinhos para a trituração de pedra e
cascalho na busca pelo ouro.
O jacobinense
Genésio Balor, que há nove anos trabalha em garimpos, disse que a maior
quantidade de ouro conseguida em um dia de trabalho foram 22 gramas. “Durante
toda a manhã desta quinta-feira (30/1), só consegui nove décimos de grama de
ouro. Trabalho em mina aqui porque não tenho outra opção de ganhar dinheiro
para sustentar a família. O grama de ouro custa R$ 70 e o máximo que já
consegui obter em uma semana de trabalho foram 50 gramas, e isso ocorre quando
damos sorte com material retirado do subsolo”, explica.
Balor disse
que são vários pais de família que dependem do ouro da Fazenda Baixinha para
sobreviver e explica que em Jacobina, o material adquirido (cascalho) depois de
utilizado não tem repasse, o que não ocorre em Nordestina. “Aqui, na Baixinha,
o material para ser triturado no moinho é adquirido e depois do trabalho de
trituração e seleção a caçamba de cascalho é revendida, custando de R$ 500 a R$
600. Mas nós não sabemos a quantidade de ouro que fica no resíduo e muito menos
o produto usado por outros garimpeiros no rebeneficiamento do material”,
explica Genésio Balor. Ele acredita que em muitos casos quem compra a caçamba
de material triturado termina encontrando mais ouro do que eles.
Garimpeiros
negam prejuízos ambientais
Em relação
a prejuízos que os garimpos trariam para a natureza, como muitas pessoas
reclamam, Genésio Balor nega que isso seja verdadeiro. “Algumas pessoas dizem
que nós, garimpeiros, somos destruidores da natureza, como se quiséssemos
acabar com a terra e a natureza, o que não é verdade. Nós não acabamos com
nada, fazemos nosso trabalho preservando tudo. Veja as barragens de capacitação
de repasse do material, como elas são bem feitas, para que os resíduos não
corram para o leito do rio e muito menos cheguem às suas margens. Tudo aqui é
preservado”
explica.
O
garimpeiro Nélio Ferreira do município de Araci, disse que trabalha no garimpo
há um ano e chega a conseguir de 3 a 20 gramas de ouro/dia. “Moramos aqui em
barracos de taipa, sem as mínimas condições de infraestrutura” relata,
informando que 10% da produção são repassadas para uma associação de sem-terra
que é a detentora da área. As escavações no local são feitas por mãos de homens
e através de máquinas com a utilização de compressor com rompedor. Já Manoel
Costa, que veio de Caem, informou que a maior quantidade de ouro retirado em um
dia de trabalho foram 50 gramas.
As pessoas
que trabalham nas minas subterrâneas na Fazenda Baixinha usam capacete, bota,
cinto de segurança, máscara e recebem o ar através de uma mangueira. Eles
garantem que nenhum garimpeiro usa produtos químicos e fizeram questão que a
reportagem do Diário do Sisal e Tribuna da Bahia vissem como é feito o trabalho
de moagem do cascalho e pedras pelas maquinas que ficam a aproximadamente 150
metros do leito do Rio Itapicuru, sem que a natureza nesta área seja
prejudicada.
Origem:
Tribuna da Bahia
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