Acolhimento
de crianças abandonadas
A roda
dos expostos ou roda dos enjeitados consistia num
mecanismo utilizado para abandonar (expor na linguagem da época) recém-nascidos que
ficavam ao cuidado de instituições de caridade.
O
mecanismo, em forma de tambor ou portinhola giratória, embutido numa parede, era construído de tal forma que aquele que
expunha a criança não
era visto por aquele que a recebia.
Esse
modelo de acolhimento ganhou inúmeros adeptos por toda a Europa, principalmente a católica, a partir do século
XVI.
Em Portugal, as rodas espalharam-se a partir de 1498 com o surgimento das irmandades da
Misericórdia, financiadas pelas Câmaras municipais.
A
Santa Casa de Lisboa foi pioneira neste dispositivo.
Segundo
as Ordenações Manuelinas de 1521 e confirmadas pelas Filipinas de 1603, as Câmaras Municipais deveriam arcar com o
custo de criação do enjeitado nascido sob a sua jurisdição, caso esta não
tivesse a Casa dos Expostos e nem a Roda dos Expostos. A Câmara teria essa
obrigação até que o exposto completasse sete anos de idade.
As
primeiras Santas Casas de Misericórdias da América Portuguesa que receberem a
Roda dos Expostos foram as de Salvador (1726) e a do Rio de Janeiro (1738).
Verbete
elaborado por Jussara Gallindo – Roda dos expostos
“O nome roda se refere a um artefato de
madeira fixado ao muro ou janela do hospital ou convento, no qual era depositada
a criança, sendo que ao girar o artefato a criança era conduzida para dentro
das dependências do mesmo, sem que a identidade de quem ali colocasse o bebê
fosse revelada.
A roda dos expostos, que teve origem na
Itália durante a Idade Média, aparece a partir do trabalho de uma Irmandade de
Caridade e da preocupação com o grande número de bebês encontrados mortos. Tal
Irmandade organizou em um hospital em Roma um sistema de proteção à criança
exposta ou abandonada.
As primeiras iniciativas de atendimento
à criança abandonada no Brasil se deram, seguindo a tradição portuguesa,
instalando-se a roda dos expostos nas Santas Casas de Misericórdia. Em
princípio três: Salvador (1726), Rio de Janeiro (1738), Recife (1789) e ainda
em São Paulo (1825), já no início do império. Outras rodas menores foram
surgindo em outras cidades após este período.”
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