segunda-feira, 5 de maio de 2014

HISTÓRIAS DE SEBASTIÃO NERY

Rio – Eles tinham nomes estranhos e bonitos: Pachacuti, Yupanki, Huaina Capac, Atahualpa Capac, Manco Capac, Tupac Amaru 1º, Tupac Amaru II. Todos reis incas. Todos assassinados pelos espanhóis.

Ainda bem que seus assassinos espanhóis, Francisco Pizarro, Diego de Amagro el Mozo, Hernando Pizarro, vice-reis da Espanha, representantes do “católico” reino da Espanha e abençoados e ajudados pelo padre-tesoureiro Hernando de Luque, foram todos também assassinados. Mas por eles mesmos.
“O Peru é um sobrevivente de si mesmo; no Peru só se protegem os pássaros de alto voo”, escreveu Sofocleto. Já foi Berú, Belú, Birú. Quando a “civilização europeia e católica espanhola” o invadiu e massacrou, a partir de 1530, o Império Inca ia do rio Ancasmayu, no norte (Colômbia) ao rio Maule, no sul (Chile). A capital era Cuzco e a religião era o culto do Sol.
INCAS
1.      “A sociedade era organizada em classes relativamente fechadas. Os funcionários (“orejones”, “orelhões”, pelo uso de adereço nas orelhas), o clero e os chefes militares formavam a classe privilegiada. O povo comum, o (“ratum runa”), formava a mola mestra do Estado”.
2.      “A região costeira, praticamente desértica, era cortada por canais de irrigação. O altiplano era trabalhado em degraus múltiplos, formando sucessivos planos para o plantio. A tecnologia era rudimentar, mas usavam o adubo animal. Caçavam alpacas, retiravam a lã da vicunha e domesticaram a lhama, utilizada para fornecer carne e servir como animal de carga”.
3.      “O império era cortado por uma rede de magníficas estradas e servido por correios. Os incas conseguiram organizar um complexo sistema administrativo, cuja estrutura foi aproveitada nos anos iniciais da conquista pelos espanhóis, antes da fixação dos órgãos hispânicos”.
4.      “Possuíram elaborada arquitetura, destacando-se as obras de cantaria, como as fortalezas de Sacschuamán, Pugara, Paramonga e a cidade de Machupichou. A cerâmica e a tecelagem eram produzidas em massa, mantendo características individualizantes” (Enciclopédia Britânica).
PERU
Desde 1513, “a fama das riquezas do Peru motivou a malograda viagem de Pascual de Andagoya, depois as de Pizarro e Almagro em 1524 e 1526”, até, afinal, a ocupação e massacre a partir de 1530. Os espanhóis chegaram e começou a pilhagem das riquezas:
“A mineração espanhola utilizava a mão-de-obra índia, mediante a “mita” (trabalho obrigatório dos índios)”, que dizimou a população indígena. “Durante cem anos de meados do século 16 a meados do século 17, a prata peruana, apesar do considerável desperdício pelas rudimentares técnicas de mineração, teve papel decisivo na circulação monetária europeia e, mesmo, mundial” (EB).

Cinco séculos depois, tudo como antes. O Peru continua lutando para ser o Peru e não apenas uma possessão externa. 

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