Rio – Eles
tinham nomes estranhos e bonitos: Pachacuti, Yupanki, Huaina Capac, Atahualpa
Capac, Manco Capac, Tupac Amaru 1º, Tupac Amaru II. Todos reis incas. Todos
assassinados pelos espanhóis.
Ainda bem
que seus assassinos espanhóis, Francisco Pizarro, Diego de Amagro el Mozo,
Hernando Pizarro, vice-reis da Espanha, representantes do “católico” reino da
Espanha e abençoados e ajudados pelo padre-tesoureiro Hernando de Luque, foram
todos também assassinados. Mas por eles mesmos.
“O Peru é um
sobrevivente de si mesmo; no Peru só se protegem os pássaros de alto voo”,
escreveu Sofocleto. Já foi Berú, Belú, Birú. Quando a “civilização europeia e
católica espanhola” o invadiu e massacrou, a partir de 1530, o Império Inca ia
do rio Ancasmayu, no norte (Colômbia) ao rio Maule, no sul (Chile). A capital
era Cuzco e a religião era o culto do Sol.
INCAS
1. “A sociedade era organizada em
classes relativamente fechadas. Os funcionários (“orejones”, “orelhões”, pelo
uso de adereço nas orelhas), o clero e os chefes militares formavam a classe
privilegiada. O povo comum, o (“ratum runa”), formava a mola mestra do Estado”.
2. “A região costeira, praticamente
desértica, era cortada por canais de irrigação. O altiplano era trabalhado em
degraus múltiplos, formando sucessivos planos para o plantio. A tecnologia era
rudimentar, mas usavam o adubo animal. Caçavam alpacas, retiravam a lã da
vicunha e domesticaram a lhama, utilizada para fornecer carne e servir como
animal de carga”.
3. “O império era cortado por uma rede
de magníficas estradas e servido por correios. Os incas conseguiram organizar
um complexo sistema administrativo, cuja estrutura foi aproveitada nos anos
iniciais da conquista pelos espanhóis, antes da fixação dos órgãos hispânicos”.
4. “Possuíram elaborada arquitetura,
destacando-se as obras de cantaria, como as fortalezas de Sacschuamán, Pugara,
Paramonga e a cidade de Machupichou. A cerâmica e a tecelagem eram produzidas
em massa, mantendo características individualizantes” (Enciclopédia Britânica).
PERU
Desde 1513,
“a fama das riquezas do Peru motivou a malograda viagem de Pascual de Andagoya,
depois as de Pizarro e Almagro em 1524 e 1526”, até, afinal, a ocupação e
massacre a partir de 1530. Os espanhóis chegaram e começou a pilhagem das
riquezas:
“A mineração
espanhola utilizava a mão-de-obra índia, mediante a “mita” (trabalho
obrigatório dos índios)”, que dizimou a população indígena. “Durante cem anos
de meados do século 16 a meados do século 17, a prata peruana, apesar do
considerável desperdício pelas rudimentares técnicas de mineração, teve papel
decisivo na circulação monetária europeia e, mesmo, mundial” (EB).
Cinco
séculos depois, tudo como antes. O Peru continua lutando para ser o Peru e não
apenas uma possessão externa.
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