sábado, 21 de junho de 2014

TAÇA, COPO, COPA, COZINHA, ALEGRIA: ISSO É BAHIA!

HELÔ SAMPAIO



Eu todo dia digo: a rainha da Inglaterra deu a maior sorte de reinar em terras britânicas. Se ela é rainha no Brasil, estava frita: na terceira vez que fosse à tevê, nêgo já ia dizer ‘lá vem a chata da rainha, de novo’. Beth, você deu sorte. Fique por aí, viu, fia?
Porque eu falo isso? Porque nós conseguimos realizar um dos maiores eventos do Mundo no nosso ‘patropi’ (agora eu me lembrei que as gerações mais novas não sabem o que é isso: é uma forma amorosa de dizer ‘país tropical’). A Copa do Mundo reúne turistas, gente animada e alegre de todos os países que se espalham por todos os estados e se apaixonam pelo nosso povo terno e carinhoso.
Eu tiro pelos dois jornalistas japoneses que vieram à Bahia, um dos quais falava português pois é correspondente no Brasil. Ao se comunicar com a Secretaria de Turismo pedindo informações sobre nosso patrimônio, cultura, culinária, essas coisas, Pedro Galvão, meu querido secretário, disponibilizou toda assistência aos nipônicos e aos que procuraram o apoio da Setur. Eu pedi a Iracema Dias, minha irmãzinha do coração, para ciceronear os japoneses. Ela ainda pegou a escritora Iray Galrão para conduzi-los pelos lugares mais atraentes, igrejas, terreiros, capoeira, Olodum, o que eles queriam ver, explicando tudinho.
E o coleguinha japonês, que não conhecia estas bandas, saiu encantado com a nossa terrinha. Sorria a todo momento - me conta Cema -, e tentava se comunicar na linguagem do ‘gesticulês’ com a baianada, apesar da coleguinha correspondente traduzir tudo. O pior é que Iracema gostou dos ‘zapons’ que agora só quer falar japonês. É ‘ari gatô’ pra lá, ‘sayonara’ pra cá. Ou arrasa num ‘duiu anderistande me, mai frendi?’. Tá uma verdadeira poliglota. É duro! He-he!
No auge do trabalho na Setur, fui obrigada a fazer um’pit stop’ no Hospital da Bahia: senti dores intensas, insuportáveis no sábado, dia 7, e fui internada e operada da tal de diverticulite que não tem nada de divertido. Fiquei nove dias internada e agora estou liberada para continuar o tratamento em casa. Graças a Deus, os competentes doutores Eduardo Napoli, Luis Henrique e Nelson Moscoso atuaram maravilhosamente bem e não precisei de maiores intervenções. Vou ficar boa logo, logo. Boa, não, que já sou ótima. Vou sarar logo desse babado.
Mas fiz um sucesso danado no hospital. Amizade com Rafa, Jamille, Edi. No terceiro dia, quando o dr. Nelson chegou todo profissional, todo compenetrado, me matando de fome e sede – levei quatro dias sem comer nada, nem beber água; beber água, meu benzinho, não podia – eu virei para ele e perguntei:
- Doutor, o senhor é casado?
- Não.
- Então vou casar com você.
E ele entrou na brincadeira. E me perguntou:
- E qual é o dote?’.
Aí eu não resisti e cantei: Eu não tenho carro, não tenho teto, e se gostar de mim é pelo meu lepo-lepo. E sorrimos muito. Se dr. Jorge Calmon estivesse ainda nessa esfera, ele balançaria a cabeça e diria: “essa Heloisa não toma jeito”. Tomo, não, dr. Jorge, tomo não.
Mas eu estava falando da rainha da Inglaterra lá em cima, para dizer que, com esta parada, tive que ficar na ponta da televisão. E já estou até aqui de futebol. É de manhã, de tarde, meio dia, de noite, duas horas, madrugada. Ligou a tevê, vem futebol. E quando não é o jogo, é o noticiário, as fofocas. Eu gosto de partida bem disputada. Arrepiei com o jogo da Holanda com a Espanha e de Portugal com Inglaterra. Que lavagem! Como se diz lá na minha terra, a Espanha e Portugal passaram a ter equipes que se disputa. He-he!

Para digerir este ‘chocolate’ luso-espanhol, vamos saborear este doce de leite, receita do Mauro Rebelo. Cris Caetano preparou esta delicia para mim. Experimenta, meu lindo, comemorando a vitória do nosso Patropi. Bora Brasil pro hexa.


Doce de Leite de corte
Ingredientes
-- 4 xícaras (chá) de açúcar
-- 2 xícaras (chá) de leite em pó de sua preferência
-- 1 xícara (chá) de água fria
-- 2 colheres (sopa) de margarina
Modo de preparo
-- Em uma panela grossa misturar o açúcar, o leite ninho e a água.
-- Levar ao fogo médio por 20 minutos, mexendo sempre. 
-- Quando levantar fervura, abaixar o fogo e continuar mexendo. 
-- Após os 20 minutos a coloração estará mais escura. 
-- Desligar o fogo, acrescentar a margarina, e continuar mexendo por mais uns 2 minutos, até que comece a endurecer. 
-- Despejar no mármore, esperar uns 8 a 10 minutos para ficar totalmente duro. Depois cortar do jeito que quiser e desgrudar do mármore.

Importante: É uma receita das antigas, diz Mauro. Depois que tirar do fogo Doce de Leite de corte, continuar mexendo, tipo esfriando mingau por uns 2 minutos, esse procedimento deixara a cocada mais fofa, aerada. *Na foto é a metade da receita. 

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