Série:
Municípios baianos
Município da região da Chapada Diamantina
Livramento
de Nossa Senhora é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população estimada em 2013 é de 45.236
habitantes.
Está
localizado a sudoeste da capital Salvador,
distante cerca de 606 quilômetros por via rodoviária de pavimentação asfáltica.
Limita-se ao norte com o município de Rio de Contas,
ao sul com os municípios de Brumado e Caetité, a leste com o município de Dom Basílio,
a oeste com o município de Paramirim e a noroeste com o atual município
de Érico Cardoso (antigo Água Quente).
No
fim do século XVII,
1681, quando o sargento-mor Francisco
Ramos, o cônego Domingos
Vieira de Lima, Manuel O. Porto e o vigário
Antônio Filgueiras subiram o rio das Contas até
a serra do Sincorá, á existiam negros mocambados na margem esquerda do rio de Contas
Pequeno (rio Brumado).
Esse povoado era chamado de Arraial dos Crioulos, que se transformou em ponto
de pouso para osviajantes do
norte de Minas Gerais e Goiás para Salvador.
Em 1710, a bandeira paulista de Sebastião Raposo subiu o rio das Contas Pequeno (rio
Brumado) até as nascentes, onde, em decorrência da descoberta de ouro, surgiu a Aldeia de Mato Grosso.
Novas pepitas foram achadas rio abaixo, surgindo um assentamento humano no
local da atual cidade de Livramento em 1715, onde foi construída uma capela de pau-a-pique
pelos padres
jesuítas sob
a invocação de Nossa Senhora do Livramento,
tradição portuguesa. Ao redor dessa
primitiva capela e
nas cercanias do Tomba, aos poucos surgiram assentamentos humanos. Com a
descoberta de ouro no Passa-Quatro,
grande assentamento humano se fez na rua do Areão e rua do Fogo (Tabimã), sendo
construída uma capela na rua do Areão sob a invocação de São João Batista.
Nessa região, as baixadas permitiam melhor agricultura
de subsistência (arroz, feijão, milho, mandioca).
Por
alvará de 11 de abril de 1718, o povoado de Mato Grosso foi erigido à
primeira freguesia do Sertão de
Cima sob a invocação de Santo
Antônio do Mato Grosso. Por resolução de 9 de fevereiro de 1724, do 4º vice-rei do Brasil d. Vasco
Fernandes César de Meneses, conde de Sabugosa, foi criada a Vila de Nossa Senhora do Livramento das Minas do
Rio das Contas, pelo sertanista coronel Pedro
Barbosa Leal, com sede no sítio da atual cidade
de Livramento. Em 1725,
o mesmo sertanista ligou a vila de Nossa Senhora do Livramento das Minas de Rio
das Contas até a vila de Jacobina por uma estrada que incluiu a construção
de uma ladeira calçada
depedras para
escoamento do ouro da região para Salvador e daí para Lisboa, trabalho esse executado por escravos.
Em 13 de maio de 1726, uma provisão do Conselho Ultramarino determinou que se estabelecessem casas de fundição nas
vilas de Livramento de Nossa Senhora e Jacobina para evitar a evasão do quinto do ouro.
Funcionaram até 1752,
quando a fundição passou a ser feita em Araçuaí,
Minas Gerais. E, em 1755,
toda a fundição foi centralizada em Salvador.
Devido
às febres que
grassavam durante as cheias do rio, uma provisão de d. João V, Rei de Portugal, ao conde das Galveias, 5º vice-rei do
Brasil André de
Melo e Castro, de 2 de outubro de 1745, autorizou a transferência da Vila de Nossa
Senhora do Livramento das Minas do Rio das Contas para outro local, duas léguas
rio acima, de maior altitude e
salubridade. A mesma provisão determinou a transferência da freguesia de Santo
Antônio do Mato Grosso para a nova vila. A instalação da nova vila (equivalente
ao atual termocidade) se deu em 28 de julho de 1746 próxima ao Arraial dos Crioulos com o nome
de Vila Nova de Nossa Senhora do Livramento das Minas do Rio de Contas.
A freguesia (equivalente ao atual município) passou a se
chamar Santíssimo Sacramento das Minas do Rio das Contas. O novo
sítio da vila era rico de ouro de
aluvião. A provisão determinou a
construção de casa da Câmara e
cadeia, edifício para a igreja para onde foi transferido o tabernáculo da
freguesia do Mato Grosso, abertura de rua e praças e construção de casas com
largos quintais.
Essa
vila seria elevada a cidade em 28 de agosto de 1785 com o nome de Minas de Rio de Contas
(atual município de Rio de Contas). A antiga vila passou a se chamar Vila
Velha, sofrendo grande decréscimo da população e
grande estagnação com a queda da produção do ouro. Em 1755, a vila de Rio de Contas teve que contribuir com Rs.400$000
(quatrocentos mil réis) por ano para a reconstrução de Lisboa, arrasada por
um terremoto.
Em 1765, aporta a cidade do Salvador, Bahia, o fidalgo português Joaquim
Pereira de Castro, vindo da região do Minho, do norte de Portugal. Obteve procuração dos
herdeiros da Casa da Ponte para vender as terras do alto sertão da Bahia,
outrora chamado Sertão de Cima. Em 1770, Joaquim Pereira de Castro casou-se com a filha
de uma índia da região da Tapera em Vila Velha, batizada com o nome de
Francisca Joaquina de Jesus, passando a residir na localidade de Engenho em
Vila Velha, próxima ao Recreio. Constituíram numerosa prole e possuíram grande
parte das terras onde se encontra a cidade de Livramento hoje daí descendo o
vale do rio Brumado. Também no final do século XVIII e
começo do século XIX,
várias famílias fixaram residência em Vila Velha. Dentre elas, as
famílias: Meira, Tanajura, Vilas-Boas, Matias, Guimarães, Machado, Spínola, Alcântara, Rego, Lima, Cambuí,
Fernandes e outras.
Em 1868, a capela de Nossa Senhora do Livramento foi
erigida a freguesia pela resolução n.º 1.004 de 16 de março,
assinada pelo presidente da província da Bahia, José
Bonifácio Nascente de Azambuja,
sendo o primeiro vigário o cônego, doutor Tibério
Severino Rio de Contas.
Tomou
o nome de Livramento do Brumado pela Lei Estadual n.º 131
de 31 de dezembro de 1943.
Em 14 de maio de 1966, pela Lei Estadual n.º 2.325, o
governador Lomanto Júnior mudou
o nome de Livramento do Brumado para Livramento de Nossa Senhora,
assinando-a em praça pública e publicada no Diário Oficial do
Estado em 17 de maio de
1966. Esta lei não foi regulamentada a nível federal, permanecendo a cidade com
os dois nomes, sendo que o IBGE considera o segundo. A comarca foi criada pelo Decreto-Lei n.º 16.253
de 7 de maio de1955, assinado pelo governador Antônio Balbino.
Foi instalada pelo presidente e juiz de direito José Soares Sampaio, sendo o
prefeito José Meira Tanajura (Cazuza). Em 7 de setembro de1956, foi criada a 101ª zona eleitoral, abrangendo
Livramento e Dom Basílio.
A diocese foi criada em 31 de março de 1966, desmembrada da diocese de Caetité, sendo o
primeiro bispo d. Hélio Pascoal e os padres paroquiais: Daniel Stênico e o
vigário José Dias Sobrinho. A catedral de Nossa Senhora do Livramento começou a
ser construída quando foi criada a freguesia, em 1868, pelo cônego Tibério
Severino Rio de Contas, e quando ele faleceu, em 1895, os alicerces estavam a
um metro da superfície. Havia uma capela de pau-a-pique construída pelos padres
jesuítas no século XVIII, rebocada e com tribunas em frente ao Sobradinho, no
Jardim Velho. Havia uma antiga imagem de Nossa Senhora do Livramento, segundo a
tradição oral. Existiu um cemitério ao
lado dessa antiga capela. Depois, foi transferido para onde é a casa paroquial
hoje e, em 1949,
onde é o atual cemitério do Campo Santo.
A
igreja nova ficou pronta no fim do século XIX. Havia tribunas à direita e à
esquerda do altar-mor, com o retábulo de madeira. As atuais imagens de Nossa
Senhora do Livramento, Coração de Jesus e Nossa
Senhora da Conceição foram
doadas pela família Castro no fim do século XIX. A atual imagem de São José foi
adquirida pela paróquia após a restauração do templo nadécada de 1950,
que descaracterizou o estilo original da igreja com a retirada das tribunas e
dos altares laterais de Nossa Senhora da Conceição e Coração de Jesus, abrindo
três naves com altar-mor em alvenaria e altar lateral do Santíssimo Sacramento.
Foi construída uma gruta em louvor a Nossa
Senhora de Lourdes na parte de trás da
igreja pelo pe. Sinval Medeiros. Os cônegos Tibério Severino Rio de Contas e
Manuel Higino da Silveira estão sepultados na catedral. Muitas alfaias da
igreja foram trazidas da igreja da Canabrava pelo pe. Altino do Espírito Santo
e outras foram doadas pela família Castro Tanajura.
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