quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O DESCASO HISTÓRICO DO IPHAN COM O PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO

O destino da Igreja dos Martírios – Recife, Pernambuco.


  Igreja dos Martírios - Recife

A Igreja dos Martírios, uma pequena igreja incrustada no centro do Recife, foi alvo de uma disputa entre a municipalidade (na pessoa do prefeito Augusto Lucena) e a intelectualidade recifense.



Para dar andamento ao seu plano de urbanização do centro do Recife, o prefeito Augusto Lucena viu-se diante da Igreja dos Martírios, que lhe impedia o andamento das obras.
Até então a igrejinha não era tombada. A Igreja de Bom Jesus dos Martírios era uma igreja importante, porque era uma igreja de pardos e pretos do final do século XVIII, e portanto deveria ser preservada. Então, o IPHAN fez o processo de tombamento da igreja, na tentativa de impedir sua demolição.

Eis a avenida e o lamento do recifense: “A AUSÊNCIA DA IGREJA DOS MARTÍRIOS VERSUS A PRESENÇA DA AVENIDA DANTAS BARRETO”.


Augusto Lucena solicitou ao Governo Federal o destombamento da igreja. E, quando alguns técnicos enviados pelo governo deslocavam-se ao Recife para avaliar a solicitação, o prefeito antecipou-se e conseguiu derrubar parte da fachada da igreja, onde ficava o sino. Este ato foi flagrado por um fotógrafo.
Técnicos, na tentativa de dissuasão, apresentaram planos alternativos, para a preservação do monumento histórico.
O prefeito conseguiu o destombamento e a igreja literalmente tombou, dando lugar à Avenida Dantas Barreto, no dizer do arquiteto e paisagista José Luiz Mota Menezes, "uma avenida do nada para o nada".
Como medida paliativa, em 1973 o ministro da educação à época, Jarbas Passarinho, autorizou o destombamento, na condição de a prefeitura do Recife construir outro frontão da igreja, em posição diferente da original, apenas para guardar a memória. Mas esse frontão não foi construído.

Nenhum comentário:

Postar um comentário