O anticoncepcional
promoveu o relaxamento dos costumes, será mesmo?
A revolução
sexual (também conhecida globalmente como uma época de "liberação
sexual") é uma perspectiva social que desafia os códigos tradicionais
de comportamento relacionados à sexualidade humana e aos relacionamentos interpessoais. O fenômeno
ocorreu em todo o mundo ocidental dos anos 1960 até
os anos 1970. Muitas
das mudanças no panorama desenvolveram novos códigos de comportamento sexual,
muitos dos quais se tornaram a regra geral de comportamento.
A liberação sexual
incluiu uma maior aceitação do sexo fora das relações heterossexuais e monogâmicas tradicionais
(principalmente do casamento). A contracepção e
a pílula, nudez em
público, a normalização da homossexualidade e
outras formas alternativas de sexualidade e a
legalização do aborto foram
fenômenos que começaram a ganhar força nas sociedades ocidentais.
O termo "revolução sexual" tem sido utilizado pelo menos desde
o final da década de 1910 e é muitas vezes atribuído como sendo
influenciado pelos estudos de Freud sobre
a liberação sexual e as questões psicossexuais.
Pessoas celibatárias não
eram críticas de outras pessoas que escolheram os caminhos do "amor livre" e da
"liberalização sexual." No final dos anos 1970 e 1980, a
recentemente conquistada "liberdade sexual" foi explorada pelo grande
capital que procurava lucrar numa sociedade mais aberta, com o advento da pornografia pública
e da pornografia hardcore.
O historiador David Allyn argumenta que a revolução sexual foi o
momento da sociedade "sair do armário": em relação ao sexo antes do
casamento, masturbação, fantasias eróticas, o uso
da pornografia e da sexualidade.
A artista
holandesa Phil Bloom, em 1967, ficou conhecida como a primeira pessoa
completamente nua num programa de televisão.
A revolução sexual pode ser vista como uma consequência de um processo
na história recente, apesar de suas raízes poderem ser rastreadas até o Iluminismo (Marquês de Sade) e a era vitoriana (poemas
de Algernon Charles Swinburne de 1866). Seu
desenvolvimento aconteceu no mundo moderno, que assistiu
a uma perda significativa do poder de valores de uma moral enraizada
na
tradição cristã e à
ascensão das sociedades permissivas, que
começam a aceitar uma maior liberdade e experimentação sexual que se espalham
por todo o mundo, fenômenos sintetizados pela expressão amor livre.
O período do puritanismo
da Guerra
Fria, dizem alguns, levou a uma rebelião cultural na forma da
"revolução sexual". Apesar disso, no entanto, antes da década de 1920 e
durante a era Vitoriana, a sociedade era muito mais conservadora do que
nos anos 1930 e 1950. Devido à
invenção da televisão e do
seu uso cada vez mais amplo, a grande maioria dos estadunidenses tinha
um aparelho de televisão na década de 1960.
Este dispositivo
de comunicação de massa, juntamente com outros meios de comunicação como rádio e revistas, podia
transmitir informações em questão de segundos a milhões de pessoas, enquanto
que apenas algumas poucas pessoas ricas influentes controlavam o que milhões de
pessoas que iriam assistir. Alguns têm agora a teoria de que talvez esses meios
de comunicação social tenham ajudado a difundir essas novas ideias
entre as massas.
A difusão dessas
novas ideias para a população através das mídias foi radical e durante o final
dos anos 1960 a contracultura estava
se tornando bem conhecida no rádio, jornais, televisão e
outros meios de comunicação.
Um dos gatilhos
para a revolução sexual moderna foi o desenvolvimento da pílula anticoncepcional, em 1960, que deu o
acesso das mulheres à contracepção fácil
e confiável. Outro fator provável eram as vastas melhorias em obstetrícia, o que
reduziu o número de mulheres que morrem durante o parto o
que, portanto, aumentou a expectativa de vida das mulheres.
Outros dados sugerem que a "revolução" foi
mais diretamente influenciada pela independência financeira adquirida por
muitas mulheres que entraram na força de trabalho durante e após a Segunda Guerra Mundial, fazendo com que a revolução fosse mais sobre a
igualdade individual ao invés da independência biológica. Muitas
pessoas, no entanto, dizem que é difícil apontar uma causa específica para este
fenômeno de grande porte.
A Revolução Industrial no século XIX e o
crescimento da ciência, tecnologia, medicina e saúde, resultou
em melhores métodos anticoncepcionais. Os
avanços na fabricação e na produção da borracha tornou
possível a concepção e produção de preservativos que
podem ser usados por centenas de milhões de homens e mulheres para evitar
a gravidez a um
custo reduzido.
Avanços na produção
de aço e
na imunologia tornou
o aborto prontamente
disponível e menos perigoso. Avanços em química, farmacologia e em
conhecimentos de biologia e fisiologia humana levaram
à descoberta e ao aperfeiçoamento dos primeiros anticoncepcionais também
conhecido como "pílula". Comprar ou adquirir um afrodisíacos e/ou
brinquedos sexuais se tornou "normal".
O sadomasoquismo ("S&M")
ganhou popularidade e o divórcio unilateral
tornou-se legal e fácil de obter em muitos países durante os anos 1960 e 1970.
Todos estes
desenvolvimentos tiveram lugar em paralelo e combinados com um aumento da alfabetização em
todo o mundo e o declínio das práticas religiosas. Antigos
valores, como a noção bíblica de "crescei-vos e multiplicai-vos"
foram postos de lado conforme as pessoas continuaram a se sentir alienadas pelo
passado e aprovavam o estilo de vida da modernização da cultura ocidentalizada.
Outro fator que
contribuiu para esta revolução mais moderna da liberdade sexual foram os
estudos de Herbert Marcuse e Wilhelm Reich, que
assumiu a filosofia de Karl Marx e
outros filósofos, e misturou à liberdade dos direitos sexuais e à cultura
moderna.
Quando se fala de
revolução sexual, os historiadores fazem uma distinção entre a primeira e a
segunda revolução sexual. Na primeira revolução sexual (1870-1910), a
moral vitoriana perdeu seu apelo universal. No entanto, não levou
ao surgimento de uma "sociedade permissiva".
Exemplar para este período é o aumento e diferenciação nas formas de regulação
da sexualidade.
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