segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

EM PLENO SÉCULO XX, UMA REVOLUÇÃO ESTUDANTIL NA FRANÇA - 1968

História: estudantes idealistas, sem subsídios e compromissos com governos

 Maio de 1968, o estudante Daniel Marc Cohn-Bendit com Alan Geismar e Jacques Sauvageot, foram os protagonistas do episódio

Charles de Gaulle, então presidente da França


Em Maio de 1968 (mais referido como Maio de 68) uma greve geral estala na França. Rapidamente adquire significado e proporções revolucionárias, mas é desencorajada pelo Partido Comunista Francês, de orientação Stalinista, e finalmente suprimida pelo governo, que acusa os Comunistas de tramarem contra a República.




Alguns filósofos e historiadores afirmaram que essa rebelião foi o acontecimento revolucionário mais importante do século XX, porque não se deveu a uma camada restrita da população, como trabalhadores ou minorias, mas a uma insurreição popular que superou barreiras étnicas, culturais, de idade e de classe.
Começou como uma série de greves estudantis que irromperam em algumas universidades e escolas de ensino secundário em Paris, após confrontos com a administração e a polícia. A tentativa do governo gaullista de esmagar essas greves com mais ações policiais no Quartier Latin levou a uma escalada do conflito que culminou numa greve geral de estudantes e em greves com ocupações de fábricas em toda a França, às quais aderiram dez milhões de trabalhadores, aproximadamente dois terços dos trabalhadores franceses. Os protestos chegaram ao ponto de levar o general de Gaulle a criar um quartel general de operações militares para obstar à insurreição, dissolver a Assembleia Nacional e marcar eleições parlamentares para 23 de Junho de 1968.


O governo estava em vias de colapso (de Gaulle chegou a refugiar-se temporariamente numa base da força aérea na Alemanha), mas a situação revolucionária dissipou-se quase tão rapidamente quanto havia surgido. Os operários voltaram ao trabalho, seguindo a direção da Confédération Générale du Travail, a federação sindical de esquerda, e do Partido Comunista Francês (PCF). Após as eleições, em Junho, o partido Gaullista emergiu ainda mais poderoso do que antes.
A maioria dos insurretos eram adeptos de ideias esquerdistas, comunistas ou anarquistas. Muitos viam os eventos como uma oportunidade para sacudir os valores da "velha sociedade", contrapondo ideias avançadas sobre a educação, a sexualidade e o prazer. Entre eles, uma pequena minoria, como o Ocidente, professava ideias de direita.
Um filme de Bernardo Bertolucci, Os Sonhadores, narra a história de três jovens que, durante o Maio de 1968, veem a revolução acontecer pela janela do quarto. No extras de um DVD do filme há um documentário sobre a época.
Daniel Marc Cohn-Bendit (Montauban4 de abril de 1945) é um político francês de nacionalidade alemã do partido ecologista Die Grünen, foi deputado europeu e co-presidente do grupo parlamentar Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia. Foi líder estudantil protagonista da massiva movimentação popular em maio de 1968 em Paris. Cohn-Bendit fala perfeitamente o francês e o alemão.

Daniel Cohn

Daniel Cohn-Bendit nasceu na França, filho de judeus alemães refugiados na França em 1933 fugidos do Nazismo. Aos 14 anos, optou pela nacionalidade alemã porque, segundo ele, não queria se sujeitar ao serviço militar francês.
Membro da Federação Anarquista, e depois do movimento "Negro e Vermelho", ele se definiu mais tarde como liberal-libertário. Em 1967, enquanto é estudante de Sociologia da Universidade de Nanterre, começa o movimento de contestação que levará ao Movimento de 22 de Março em 1968. É colocado na "lista negra" dos estudantes da faculdade. Na sequência da evacuação das salas pela polícia em 2 de maio, está entre os estudantes que ocupam a Sorbonne em 3 de maio. Será, junto com Alan Geismar e Jacques Sauvageot, uma das principais figuras de Maio de 68. Em 21 de maio, enquanto está em Berlim, é proibido de retornar à França. Em 28 de maio, com o cabelo tingido e óculos escuro, volta para Sorbonne, onde é aclamado. O slogan "Somos todos judeus alemães" demonstra o apoio dos jovens a quem a imprensa chama de "Dany, o vermelho".
Em 2010 declarou apoio à candidatura de Marina Silva a presidência do Brasil. No segundo turno das eleições assinou documento em apoio à candidatura de Dilma Rousseff. O documento dizia que "por trás de José Serra, a direita brasileira vem mobilizando tudo o que há de pior em nossas sociedades"

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