A maior floresta urbana do mundo
O Parque Nacional da
Tijuca é uma unidade de conservação brasileira de proteção integral da natureza localizada
integralmente na cidade do Rio de Janeiro. Entre os
pontos turísticos do parque, trilhas, grutas e cachoeiras,
encontram-se marcos famosos da cidade, como a Pedra da Gávea, o Corcovado, e o Pico
da Tijuca, ponto
mais alto do parque, elevando-se 1.022 metros acima
do nível do mar. De relevo montanhoso, inclui áreas do Maciço da Tijuca. É administrado pelo Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O Parque
Nacional da Tijuca foi declarado Reserva da Biosfera pela Unesco, em 1991. A área
atual, de 3 958,47 ha, deve-se a
uma ampliação do parque, efetivada através do Decreto Federal sem número
de 4 de julho de 2004.
Atualmente, o Parque Nacional da Tijuca tem sua
gestão compartilhada entre o ICMBio, o Governo
do Estado do Rio de Janeiro e a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. A participação da sociedade através de ONGs, como a Associação dos Amigos do Parque
Nacional da Tijuca, a Terra Brasil e a Terrazul, é incentivada.
O Parque Nacional da Tijuca cobre cerca
de 3,5 % da área do município do Rio de Janeiro. Apesar de ser o
menor parque nacional do Brasil, é o mais
visitado do país, com aproximadamente 2 milhões de visitantes por ano. O
parque está localizado na porção central do município, e por não
possuir território contínuo, está misturado à área urbana da cidade. Tijuca divide-se
fisicamente em quatro setores:
Setor Floresta da Tijuca, que
compreende Floresta da Tijuca, Pico da Tijuca, Pico do Papagaio e Cascatinha
Taunay;
Setor Pedra Bonita/Pedra da Gávea, que
agrupa Pedra Bonita, Agulhinha, Pedra da Gávea e
Rampa de Voo Livre;
Devido à abrangência de seus domínios e
dependências, luta constantemente contra diversos ilícitos ambientais, como
ocupações irregulares, caça, incêndios criminosos, entre outros. O parque
exerce papel de fundamental importância para cidade,
prevenindo a erosão das encostas, enchentes e
desabamentos e reduzindo a poluição atmosférica. Também detém diversas fontes de água que
provêm o abastecimento urbano, ao mesmo tempo em que propicia recreação e qualidade de vida aos
habitantes, além de preservar a paisagem e
fomentar o turismo. A
preservação do parque está
diretamente relacionada ao bem-estar, saúde e riqueza da cidade, sendo talvez o
seu maior patrimônio.
Primitivamente todo o parque esteve coberto por
densa cobertura florestal do tipo de Mata Tropical Pluvial. Historicamente, tal
floresta foi intensamente degradada em razão da retirada de madeira para
construção, lenha e carvão para consumo de numerosos engenhos de
cana-de-açúcar, olarias e fins domésticos, bem como da expansão da lavoura
cafeeira em quase todas as áreas. Em 1860, por ordem do imperador D. Pedro II,
a área começou a ser reflorestado com mudas de árvores nativas. Juntamente com
a regeneração natural, a área foi recuperada, formando a floresta que vemos
hoje, com uma rica e diversificada flora.
Da Mata Pluvial original encontram-se preservados: Açoita-cavalo-miúdo e graúdo, Angicos, Araribá, Brejaúba, Caetés, Caixeta-preta, camboatá, Cambuí, Canelas, cangerana, Cedro, Ingá, Ipê-amarelo, Ipê-tabaco, Jequitibá, Líquens, Murici, Musgos, Pacovas,Palmito, Pau-pereira, quaresmeiras, Samambaiaçus, Urucurana.
Da flora exótica,
hoje aclimatada, fazem parte: Bambus, Beijos de freira, Cafeeiros, Dracenas, fruta-pão, jabuticabeiras, jambeiros,jaqueiras Jaca-do-tupi
(cesta), mangueiras
Como consequência da alteração florística pela qual
passou nos últimos 400 anos, e a falta de conexão com outras florestas, o
parque não apresenta todos os animais que caracterizam sítios similares da
encosta atlântica da Serra do Mar. A maior parte da fauna esconde-se
do visitante ou tem hábitos noturnos. Ocorrem:
Aves: saíras, rendeiras, tangarás, arapongas, beija-flores, juritis, gaviões, urubus, urus, jacupembas, pombos, gralha azuis, inhambus-chintã e
alguns psitacídeos.
Mamíferos: saguis, macacos-prego, cachorros-do-mato, quatis, guaxinins, gatos-do-mato, pacas, ouriços-coendu, caxinguelês,tapitis, tatus, tamanduás-mirim e gambás.
O parque funciona diariamente das 8h às 17h, e até
às 18h no verão. Suas muitas estradas permitem visitá-lo a pé, de bicicleta,
motocicleta, auto e ônibus. Para conhecer a Estátua do Cristo Redentor e o
espetacular Mirante do Corcovado, é oferecida também a opção do trem, com
percurso pela Estrada de Ferro Corcovado, que se inicia na Estação localizada
na Rua Cosme Velho. Diversas empresas de turismo fazem circuitos no parque em
veículos especiais. Também de helicóptero, o Parque Nacional da Tijuca pode
ser observado, sendo possível contratar um voo panorâmico na área do Mirante
Dona Marta.
Por ser compartimentado, o Parque Nacional da
Tijuca pode ser visitado por diferentes caminhos. Os interessados em conhecer o
Setor Floresta da Tijuca, devem utilizar o acesso principal, localizado na
Praça Afonso Vizeu, Alto da Boa Vista. Este pode ser realizado subindo-se a
Estrada do Alto tanto em direção à Barra da Tijuca quanto em direção à Tijuca.
Aos que desejam visitar o Setor Serra da carioca, sugerem-se os acessos pelos
bairros Cosme Velho ou Alto da Boa Vista, ambas em direção às Paineiras e
Corcovado. Uma terceira opção é subir pela Rua Pacheco Leão em direção à Vista
Chinesa e Mesa do Imperador. O Setor Pedra Bonita/Pedra da Gávea tem acesso
pela Barra da Tijuca e São Conrado, sendo indicado principalmente aos
praticantes de voo livre e montanhismo em geral.
No Parque Nacional da Tijuca, além dos
belíssimos panoramas de seus diversos mirantes (Vista Chinesa, Mirante Dona
Marta, Vista do Almirante), consegue-se desfrutar o silêncio, a calma, o ar
puro, a temperatura amena e o ambiente inspirador da floresta tropical.
Caminhadas em trilhas, banhos de cachoeira,
passeios de bicicleta e piqueniques são algumas das atividades recreacionais
permitidas. Através de caminhadas moderadas, descortinam-se soberbas vistas na
Pedra Bonita (524 m), Pico do Papagaio (987 m) e Pico da Tijuca (1.021 m) e,
com caminhada um pouco mais árdua, aprecia-se o panorama espetacular na Pedra
da Gávea (842 m). O parque possui Centro de Visitantes, biblioteca, sanitários
e várias áreas de lazer, como a Cascatinha, o Bom Retiro, a Mayrink e o Açude
da Solidão.
O Centro de Visitantes conta "Uma Floresta na
Metrópole", exposição permanente que apresenta histórico do parque através
de fotos, vídeos, jogos, diagramas da derrubada da mata, tráfico e caça da
animais, textos explicativos sobre fauna, flora, arqueologia, geologia,
hidrologia, ciclos madeireiro, do chá, da cana-de-açúcar e do café, além de
maquete interativa da unidade (tamanho de 3x2 metros) com seus principais
atrativos.
O visitante que quiser circundar todo o parque e
conhecer seus principais pontos turísticos necessitará, em média, de dois dias.
Existem diversas opções de percurso, onde poderão ser conhecidos os setores:
Serra da Carioca (Vista Chinesa, Mesa do Imperador, Cristo Redentor, Paineiras
e Mirante de Dona Marta); Floresta da Tijuca (Cascatinha, Grutas, Excelsior,
Bom Retiro, etc.); e Pedra Bonita/Pedra da Gávea (rampa de voo). O setor Pretos
Forros/Covanca, em Jacarepaguá, é uma zona de recuperação e ainda não apresenta
estrutura para visitação.
O que
não se deve fazer na floresta:
Oferendas religiosas, se deixadas no Parque, poluem os rios, sujam a mata
e afetam os animais;
Atalhos causam erosão. Use a trilha correta;
O uso de bicicletas só é permitido nas vias asfaltadas;
Deposite seu lixo em local apropriado;
Animais domésticos não pertencem à fauna silvestre e devem permanecer
fora dos limites do Parque;
Alimentar a fauna é prejudicial para a preservação das espécies;
Caminhões, ônibus de grande porte e carros de auto-escola devem usar uma
outra rota;
É necessária autorização da administração do Parque para realizar
filmagens de cunho comercial e/ou jornalístico, bem como eventos de qualquer
outra natureza;
O pernoite só é permitido, em casos especiais, mediante autorização;
Os banhos de cachoeira são permitidos nas cachoeiras do Quebra, Primatas,
duchas das Paineiras e na cachoeira das Almas, na Floresta da Tijuca;
A utilização de equipamentos e instrumentos sonoros afeta o ecossistema,
sendo permitida somente no interior de edificações ou mediante autorização;
Para a venda de produtos no PNT é necessária a autorização da
administração.
Panorama da cidade
do Rio de Janeiro com destaque para as montanhas do Corcovado (esquerda), Pão de Açúcar (centro, ao fundo) e Morro Dois Irmãos (direita) a partir da Vista Chinesa.
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