Geografia
Baical ou Baikal – Sibéria, Rússia
O lago
Baikal ou lago Baical (russo: О́зеро
Байка́л (Ozera Baykal)) é um lago no sul da Sibéria, Rússia, entre
Oblast de Irkutsk no noroeste e Buryatia no
sudeste, perto de Irkutsk. Com
636 km de comprimento e 80 km de largura, é o maior lago de água doce da Ásia, o maior
em volume de água do
mundo, o mais antigo (25 milhões de anos) e o mais profundo da terra, com 1680
metros de profundidade.
A
superfície do Lago Baikal é de 31 500 km². É tão
grande que se todos os rios na terra depositassem as suas águas no seu
interior, levaria pelo menos um ano para encher. Alguns sítios ultrapassam os
1600 m de profundidade (dados mais
recentes indicam 1680 m), sendo responsável por 20% da água doce de degelo do planeta.
Desaguam nele cerca de 300 rios. É
um habitat rico
em biodiversidade, com cerca de 1085 espécies de plantas e
1550 espécies e
variedades de animais, sendo conhecido como as "Galápagos" da Rússia.
Mais de 60% dos animais são endémicos: por
exemplo, das 52 espécies de peixes, 27 são
endémicas.
Ondas
congeladas do lago
O lago
Baikal foi inscrito no Patrimônio Mundial pela UNESCO. O Lago
Baikal era conhecido como o Mar do Norte na China Antiga. A Europa não
sabia muito do lago até que houve a expansão da Rússia para a Sibéria no século XVII. O
explorador russo que veio pela primeira vez ao Baikal foi Kurbat Ivanov em 1643.
A ferrovia do
Lago Baikal é um ramo da Transiberiana com
40 túneis e 307 km, e foi concluída em 1904. Antes de
sua construção, os vagões eram transportados em balsas do
Porto Baikal a Babushkin. Enquanto a ferrovia estava sendo construída, uma
grande expedição hidro geográfica chefiada por Fedor Kiríllovitx Drizhenko
desenhou o primeiro atlas detalhado do lago Baikal. A antiguidade e o isolamento do lago produziu uma das faunas de água doce mais ricas e incomuns no mundo.
O Lago
Baikal é um rifte onde
a crosta está
se separando. Com seus 636 km de comprimento e 79 km de largura, é a maior
superfície de água doce da Ásia (31.722 km2), além de ser o mais
profundo lago do mundo com seus 1642 metros de profundidade. O fundo do lago
está a 1186,5 metros abaixo do nível do mar, mas abaixo ainda existem cerca de
7 quilômetros de sedimentos, o que
coloca o fundo do rifte a 8 ou 11 km abaixo da superfície, sendo o mais
profundo em rifte continental. Em termos geológicos este rifte é jovem e
ativo, aumentando cerca de dois centímetros por ano. A área da falha geológica também
é sismicamente ativa,
havendo fontes termais e terremotos a cada poucos anos. O
único rio que
provém do Lago Baikal é o Rio Angara, um
afluente do Ienissei.
Sua idade é
estimada entre 25 e 30 milhões de anos, um dos mais antigos lagos do história geológica. É o único
entre os grandes lagos situados em latitudes elevadas, porque seu sedimentos não
foram afetados pelas geleiras continentais. Os estudos feitos por americanos e
russos na década de 1990 fornecem um registro detalhado das mudanças
em climáticas durante
os últimos 250.000 anos. Num futuro próximo espera-se poder acessar camadas de
sedimento mais profundas. O Baikal é também o único lago de água doce onde
foram encontradas evidências diretas e indiretas da existência de hidrato de gás.
O lago está
completamente cercado por montanhas altas
e íngremes. As Mountanhas Baikal, na costa
norte, e a taiga são
tecnicamente protegidas como parque nacional. O lago contém 27 ilhas, sendo que
a maior, Olkhon, tem 72 km
de comprimento e é a terceira maior ilha lacustre do mundo. O lago é alimentado
pelo fluxo de 336 afluentes. Os
principais afluentes do Baikal são o Selenga, o Barguzin, o Alto Angara, o Turka, o Sarma e
o Snezhnaya. O Baikal deságua no Rio Angara.
As águas
são bem misturadas e bem oxigenadas ao longo da coluna de água, apesar da sua
grande profundidade, e em contraste com a estratificação que ocorre em grandes
massas de água, tais como o Lago Tanganica ou
o Mar Negro. Entre
maio e junho e entre outubro e novembro, quando a temperatura do lago é de
cerca de 4°C (temperatura na qual a densidade da
água é máxima), há grandes movimentos de convecção que
misturam a água naturalmente. Esta mistura permite a oxigenação da água até 200
ou 300 m de profundidade, o que favorece a flora e a fauna do lago.
Além de ser o mais profundo lago do mundo com seus
1.637 m de
profundidade, levando em consideração que o lago está a 455,5 metros acima do nível do mar e o ponto mais baixo está a 1.185,5 metros
abaixo do nível do mar, verifica-se que o Baikal é uma das depressões mais profundas da Terra. A
profundidade média do lago é de 744,4 metros e supera a maioria dos lagos mais
profundos.
Lago Baikal visto a partir do satélite Orb View -2
Montanhas nas margens do Baikal
Várias
organizações estão realizando projetos de pesquisa natural no Lago Baikal. A
maioria deles são governamentais ou associados a organizações governamentais.
O Baikal Research Centre é uma
organização independente de pesquisa que realiza educação ambiental e projetos
de pesquisa no Lago Baikal.
Em julho de
2008, a Rússia enviou dois pequenos submersíveis, Mir-1 e
Mir-2 para descer 1592 metros até o fundo do lago Baikal a fim de realizar
testes geológicos e biológicos em seu ecossistema único. Embora inicialmente
relatado como sendo bem sucedido, não estabeleceram um recorde mundial para o
mergulho mais profundo de água doce, atingindo uma profundidade de apenas 1580
metros. Esse recorde é atualmente detido por Anatoly Sagalevich, a 1637
metros (também no Lago Baikal a bordo do submersível Peixes em
1990) O cientista e político federal russo Artur Chilingarov, líder da
missão, também participou dos mergulhos Mir.
Recentemente, ecologistas russos
alertaram para o processo de degradação a que vem sendo submetido o lago
Baikal. Toneladas de lixo,
provenientes de áreas turísticas e de barcos que trafegam no lago, têm sido
derramadas no lago, ameaçando transformá-lo num pântano. Uma
expedição cientifica recente descobriu que 160 toneladas de
lixo líquido são produzidas a cada temporada na baía de Chivyrkui. Esse lixo
facilmente escoa para o lago. Em consequência da poluição,
observa-se o crescimento de plantas aquáticas estranhas ao ecossistema, como
a Spirogyra e a Elodea canadensis. Um nível
elevado de poluição também foi encontrado na Baía Listvenichesky. Como uma
das medidas para combater a poluição da água, foi proposta uma solução
inovadora e bastante onerosa: o primeiro navio ecológico do mundo, o Trofim
Yaskin. O navio pode tornar-se a plataforma para o desenvolvimento de
tecnologias para evitar a propagação de algas verdes,
reciclando esgotos em combustível e
realizando um tipo de tratamento de resíduos sólidos que elimina a condensação. O navio
também será equipado com um drone, painéis solares e
um gerador eólico. O projeto foi avaliado em 12 milhões de rublos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário