(A Bahia vive sempre enganada!)
Diante das tantas denúncias contra Sérgio Gabrielle, ele, Jaques Wagner,
o fez e o manteve como indescartável secretário do seu governo. (Será que, como
sempre, a Bahia continua e continuará a ser enganada)?
Por
Victor Pinto
Sou ou não culpado:
a serviço de enriquecimento próprio ou mero agente de escusos interesses
partidários?
O governador Jaques Wagner (PT) refutou ontem
as acusações sobre seu envolvimento no caso da Petrobras, em que seu nome é
citado, e pede apuração dos fatos. O petista “espera que tudo que está sendo
divulgado sobre a estatal e a suposta utilização ilegal de recursos seja
amplamente apurado e que os envolvidos e culpados sejam punidos”.
O mesmo conteúdo foi reproduzido no perfil oficial
do político em seu Twitter. O assunto ganhou destaque após novas informações
terem sido divulgadas pelo jornal Valor Econômico e pela Folha de São Paulo.
De acordo com uma publicação da Folha, as denúncias
feitas pela ex-gerente da Petrobras, Venina Velosa da Fonseca, de que houve
vários desvios na estatal e que a direção da companhia foi informada sobre as
irregularidades, atingiram em cheio Wagner, cotado para ser ministro no segundo
mandato de Dilma Rousseff.
Além do governador baiano, foi atrelado também o
nome do ex-presidente da petrolífera, José Sérgio Gabrielli, secretário do
Planejamento do governo do PT. Venina denunciou naquele ano que o então gerente
de Comunicação da área de Abastecimento, Geovane de Morais, havia autorizado
irregularmente gastos milionários sem qualquer comprovação da efetiva prestação
de serviços, com fortes indícios de desvio de recursos.
Baiano de Paramirim, Morais é ligado ao grupo
político petista oriundo do movimento sindical de químicos e petroleiros do
Estado, do qual fazem parte Wagner e Rosemberg Pinto, então assessor especial
do presidente Gabrielli, que também é da Bahia.
Diz a Folha também que a ex-gerente também alertou
a atual presidente da estatal, Graça Foster, e o atual diretor de
Abastecimento, José Carlos Cosenza, que substituiu o delator Paulo Roberto
Costa, de acordo com mensagens internas da Petrobras a que o Valor teve acesso.
Venina prestará depoimento ao MPF (Ministério
Público Federal) em Curitiba, no âmbito na Operação Lava Jato, na próxima
semana. A Petrobras divulgou nota ontem em que afirma que todas as informações
enviadas pela funcionária foram apuradas. A empresa não confirma se Foster e
Cosenza receberam os e-mails publicados pelo jornal. Os alertas são referentes
a desvios em três áreas da empresa.
Após as denúncias divulgadas pela Folha, uma
auditoria interna realizada na Petrobras constatou as suspeitas de fraudes e
desvio de recursos nos pagamentos autorizados por Morais. Duas produtoras de
vídeo que trabalharam nas campanhas do ex-governador Jaques Wagner e de duas
prefeitas do PT receberam R$4 milhões da Petrobras em 2008, sem licitação, em
projetos autorizados por Morais.
Ministério –
Nos bastidores, o assunto soou como uma bomba nos planos dos petistas. Primeiro
no governador Jaques Wagner, em final de mandato, e que pode ser anunciado para
o ministério da presidente Dilma, na próxima semana. O título de homem forte da
presidente pode ficar abalado com as denúncias.
O deputado Rosemberg Pinto (PT), também mencionado
pela Folha, vê sua candidatura à presidência da Assembleia Legislativa entrando
por água abaixo, fato que deixa o deputado Marcelo Nilo (PDT) satisfeito, pois
arremata, praticamente, seu quinto mandato à frente do Legislativo baiano.
Rosemberg Pinto é mencionado
Outro citado nas denúncias é o deputado estadual e
um dos que almejam a cadeira de presidente da Assembleia Legislativa da Bahia,
Rosemberg Pinto (PT).
De acordo com a Folha, o jornal teve acesso em
2009 a todos os contratos de 2008 da área comandada pelo então gerente de
Comunicação da área de Abastecimento, Geovane de Morais. Entre os valores
recebidos pelas duas produtoras, estava R$ 1,5 milhão para filmagem de festas
de São João e Carnaval na Bahia.
A apuração sobre Morais começou por iniciativa de
Venina Velosa, sua então superiora hierárquica direta, na função de
gerente-executiva da área de Abastecimento. A direção da estatal criou, em 5 de
dezembro de 2008, uma comissão para investigar Morais, tendo indicado Rosemberg
Pinto como coordenador da equipe.
Em menos de duas semanas, Rosemberg entregou
relatório, concluindo que Morais não havia respeitado normas de contratação e
de gastos. Não satisfeita, Venina criou uma nova comissão para investigar a
administração de Morais. Da segunda vez, apontou os indícios de desvio de
recursos.
As produtoras Movimento e M&V mantinham
ligações com o PT baiano há muitos anos. Ambas tinham o mesmo dono, Vagner
Angelim, e endereço em Salvador.
O empresário, porém, se recusara a falar sobre a
M&V, como se ela não existisse. Angelim trabalhou na vitoriosa campanha de
Wagner ao governo da Bahia, em 2006. Pessoas próximas ao empresário
afirmaram que ele é amigo do ex-governador. Na época, a assessoria de Wagner
disse que eles tinham apenas uma relação comercial do período de campanha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário