A grande dama do teatro brasileiro
Gentile Maria
Marchioro Della Costa Poloni (Flores da Cunha, 1 de janeiro de 1926 — Rio de Janeiro, 24 de janeiro de 2015) foi uma atriz brasileira. Faleceu
aos 89 anos de idade, quando internada no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona
Sul do Rio de Janeiro.
Nascida no interior
do Rio Grande do Sul, já no Rio de Janeiro estreia como show-girl no
Cassino Copacabana. Em 1944, estreia no teatro em "A Moreninha", de
Joaquim Manuel de Macedo. Em seguida vai
para Portugal estudar arte dramática com a atriz Palmira Bastos, no
Conservatório de Lisboa.
De volta ao Brasil,
passa a fazer parte do grupo Os Comediantes e participa de
espetáculos como: Rainha Morta, de Henry de Montherlant (1946); em 1947, Terras
do Sem Fim, de Jorge
Amado; Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues; e Não Sou
Eu, de Edgard da Rocha Miranda.
Funda em 1948, junto com
seu marido, o ator Sandro Polloni, o Teatro Popular
de Arte, e estreia a peça "Anjo Negro", de Nelson Rodrigues, no
Teatro Fênix, Rio de Janeiro.
Em 1954, inaugura sua própria casa de espetáculos, o
Teatro Maria Della Costa, em São Paulo, projetado por Oscar Niemeyer e
Lúcio Costa. Sandro Polloni, à frente da casa, cria um
repertório considerado um dos melhores do teatro brasileiro. Montagens como
"Tobacco Road", de Erskine Caldwell e Jack Kirkland (1948), "A
Prostituta Respeitosa", de Sartre (1948), "Com a Pulga Atrás da
Orelha", de Feydeau (1955), "A Moratória", de Jorge Andrade
(1955), "Rosa Tatuada", de Tennessee Williams (1956), e "A Alma Boa de Setsuan",
de Brecht (1958), marcam essa fase.
A companhia segue
por uma excursão pela Europa e em 1963 lotam por 45 dias casas de espetáculos
em Buenos Aires. Ao visitar Nova York conhece o autor Arthur Miller e
dele traz, para comemorar os dez anos de seu teatro (1964), a famosa peça
Depois da Queda, dirigida por Flávio Rangel. Com esse
mesmo diretor faz também os espetáculos Homens de Papel, de Plínio Marcos
(1967), Tudo no Jardim, de Edward Albee (1968), entre outros.
No cinema atuou em
diversos filmes: "O Cavalo 13" (1946) e "O Malandro e a
Grã-fina" (1947), ambos sob a direção de Luiz de Barros;
"Inocência" (1949); "Caminhos do Sul" (1949); e "Moral
em Concordata" (1959). É dirigida pelo italiano Camillo Mastrocinque no
premiado "Areião" (1952), produção da Maristela Filmes. Já na
televisão teve pouca participação: fez a novela Beto Rockfeller, na TV Tupi, em 1968,
e na TV Globo atuou
em Estúpido Cupido (1976) e Te contei? (1978).
Em São Paulo, no bairro da Bela Vista, foi
fundado em 1954 um
teatro que leva seu nome. Nos palcos do Teatro Maria Della Costa passaram os
melhores atores e atrizes do teatro brasileiro, bem como importantes cenógrafos,
como Gianni Ratto.
Em 2002, Maria
Della Costa é homenageada pelo Ministério da Cultura com a Ordem do Mérito Cultural. Em seus últimos
anos de vida, residia no município fluminense de Parati, onde
administrava seu hotel.
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