sábado, 21 de fevereiro de 2015

FAÇA UM FETTUCCINE E COMA PENSANDO NO CARNAVAL DE SALVADOR SEM CORDAS

Crônica de
Helô Sampaio

Helô Sampaio e a realeza do carnaval baiano

Agora, só “paroano”. Quarta-feira de Cinzas, modorrenta, após um Carnaval maravilhoso, de muita paz e animação, como há muito não vejo. E eu estava lá, no Campo Grande, coração do carnaval. Circuito que em outras épocas fez a fama de Salvador como o Carnaval do povo na rua, do ‘pipoca’ sem corda, da alegria do bloco puxado por uma banda “chupa-catarro” (eca! Mas era assim que nós chamávamos a bandinha que saía a pé, tocando fo-rom-fon-fon, puxando a galera de ‘mortalha’ – esse era o nome do atual abadá).
Este ano, o circuito Osmar voltou a encantar o folião com os grandes astros tocando para a ‘pipoca’. Foi bom demais ver Saulo, com sua energia e alegria, brincando no meio da galera, embaixo do trio; e muito lindo ver a amada ‘rainha má’ Daniela, mais parecendo um anjo, puxando a massa ignara e laboriosa que esbanjava animação. É a glória acompanhar Ivetão no apogeu, com toda a sua simpatia e irreverência, ou ver Aline Rosa tirar o prefeitinho do camarote para ir dançar com ela em cima do trio. Só se vê na Bahia.
Assessora da Secretaria do Turismo, fiquei sediada na Sala de Imprensa, no Sheraton Hotel da Bahia, bem alí, no coração do Campo Grande. Foi muito sacrificante, não foi, meu lindão? Era só sair na porta e dar de cara com as Muquiranas, com Xanddy ou Daniela e, claro, com Nelson Pelegrino, o secretário do Turismo, que também é folião e dos bons. Todos os dias ele corria os circuitos, via o trabalho dos guias e monitores e desfilava nos blocos Ilê, Mudança do Garcia, Olodum e Filhos de Ghandy, trabalhando e brincando, lógico.
Para mim, duas coisas que aconteceram neste ano serão decisivas para os próximos: a volta do folião ‘pipoca’ nos circuitos, animados pelos grandes astros, promovendo e demonstrando a alegria natural dos baianos. A segunda novidade foi trazida pelo bloco Alavontê, com banda e cantor integrado no trio, no mesmo nível dos foliões, sem aquele paredão de aço isolando o artista do seu público.
Lenilde, colega e amiga jornalista, foi quem chamou a minha atenção. O trio montou a banda com o artista, num patamar armado logo acima dos pneus, pertinho do público, sem divisórias que impeçam a visão dos movimentos, da alegria da banda e dos foliões. Acho que essa integração vai fazer escola. Esse trio com os caras lá em cima e a plebe cá embaixo cheirando o óleo, está com dias contados. Escrevam aí.
Amei os Muquiranas, vestidos de baianas, lindos demais. Esse bloco tem um lugar especial na minha vida: quando comecei no jornalismo, muitas décadas atrás (essa minha carinha de anjo engana, lindinho), os Muquiranas estavam fazendo, sete ou oito anos de desfile e eu fui na Ladeira da Montanha, para entrevistar o Chalita, uma belíssima figura que organizava o bloco. Fiquei empolgada com a filosofia do bloco, com as figuras – trabalhadores do comercio e portuários. Nunca mais vi Chalita, mas continuo amando-o e curtindo a paixão pelos Muquiranas, onde fiz o meu “debut” carnavalesco como jornalista.
Ah! Teve mais uma quebra de padrão neste Carná com o Neto LX cantando os encantos do Gordinho gostoso. Porque você abriu esse sorrisinho de escárnio, meu senhor? Tá vendo alguma gordinha por aqui? Eu já disse que não sou gorda: tenho excesso de gostosura, lindão. O cara lá, que é gordinho assumido, fez os gorduchos baianos vibrarem, mostrando as barriguinhas de chope. Credo! Tô fora.
Mas foi muito engraçado ver os meus parceiros gorduchos, digo, ver eles lá, felizes, mostrando as barriguinhas e sacudindo as banhinhas. Isso aí, Tão pensando que beleza é só no padrão Gisele Bundchen? Nã-nã-ni-nã-não. Os gordinhos têm seus encantos, suas gostosuras.
E, por falar em gostosura, curti a Feijoada Alô Imprensa ao lado de Gessy Gesse e Elíbia Portela. Já viram três coroas bonitas e charmosas? Nós! Fomos “o tchan” no Forte de Amaralina. E pedi a Elíbia uma receita – gostosa que nem nós – para esta coluna de depois do Carnaval. Vamos pra cozinha, bonitinho, prepararmos este fettuccine de Elíbia, que nos conta a historia.
O molho foi criado aproximadamente em 1914 por Alfredo di Lelio, um chef italiano, cuja esposa, após dar a luz, estava com muita falta de apetite. O Alfredo, preocupado, fez um prato especial para ela: o fettuccine al burro, ou seja, o fettuccine com parmesão e manteiga. Com o passar do tempo a receita teve muitas variações, dependendo do lugar. A receita que veremos hoje é feita em base a manteiga e nata junto com, é claro, parmesão.

Fettuccine ao molho Alfredo
Ingredientes (para 6 porções):
-- 1 ¾ xícara (400ml) de nata (creme de leite)
-- 6 colheres de manteiga
-- 1 xícara de queijo parmesão ralado
-- 1 colherinha de sal
-- Pimenta negra à vontade e uma pisca de nós moscada
Modo de preparo:
-- Combinar 1 ¼ xícara de nata e a manteiga em uma frigideira. Esquentar em fogo baixo, mexendo frequentemente até dissolver toda a manteiga; neste ponto, retirar do fogo.
-- Agregar a massa (cozida ao dente) junto com o restante da nata, o queijo, o sal, a nós moscada e a pimenta. Colocar novamente a fogo baixo, mexendo sempre, até que o queijo derreta e o molho fique mais grosso. Isso levará cerca de dois minutos.
Elíbia dá a dica: o truque para fazer um bom molho Alfredo é o cozimento suave, junto com um bom balance dos ingredientes. O molho deve ser o suficientemente grosso para cobrir a massa sem ir toda para o fundo do prato. Deve-se servir bem quente e logo após feita, pois quando esfria perde a consistência. Esta receita é simples, rápida e muito saborosa. Vamos experimentar!

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