segunda-feira, 27 de julho de 2015

AS 7 LIÇÕES DE LIDERANÇA DO PAPA FRANCISCO

Publicado em sociedade por Dom Hildebrando

Muito além da religião, Francisco nos trouxe uma nova perspectiva de liderança, mostrando a cada dia com suas palavras e principalmente com atitudes transformadoras que o exercício da liderança pode ser mais simples do que se parece quando temos humildade para servir e boa vontade com o outro.


Em março de 2013, após uma eleição histórica, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio se torna o 266º Papa da Igreja Católica, em substituição ao papa emérito Bento XVI. Além de ser o primeiro latino-americano e também o primeiro jesuíta, Bergoglio adotou um nome nunca antes usado por um papa: Francisco.
Muito além de questões religiosas, essa não se trata de uma análise pautada em dogmas ou na reprodução de uma corrente ideológica. O objetivo é trazer valorosas lições de liderança que podem ser aplicadas ao nosso dia-a-dia e incentivadas através da figura de um dos homens mais influentes do mundo: Francisco, o sacerdote que é Papa nas horas vagas.
1. Seja Simples

A simplicidade é uma grande virtude daqueles que lideram. A necessidade de ostentar "poder" ou bens materiais como forma de afirmar uma falsa superioridade termina por afastar as pessoas que deveriam somar com o trabalho do líder. Arrogância e antipatia só contam negativamente para o seu histórico. No caso de Francisco, a simplicidade foi uma das exigências ao assumir um pontificado onde o tradicional trono dourado foi substituído por uma cadeira simples de madeira. A cruz usada pelo papa continua sendo a mesma dos seus tempos de cardeal (de metal), diferente das cruzes ornamentadas com diamantes e rubis usadas pelos antecessores. O tapete vermelho também foi substituído como um símbolo de que os seus pés devem estar sempre próximos do chão. Pode-se perceber ainda mais claramente a mudança de postura no fato de Francisco não ter aceitado usar a estola vermelha bordada a ouro também usada pelos papas anteriores.


2. Lembre-se de suas Origens
Um bom líder é aquele que tem plena consciência de suas origens e sabe que a sua liderança não será eterna, mas sim provisória. Todo cargo de liderança é como um rito de passagem onde devemos extrair de nós mesmos o melhor, sempre em favor daqueles que lideramos. Lembre-se: Você nem sempre esteve no topo, e provavelmente nem sempre estará, então nunca despreze aqueles que estão lá para auxiliá-lo. Francisco continua usando sob a batina as mesmas calças pretas, para lembrar-se constantemente de que é apenas um sacerdote. Além do mais, faz questão de cumprimentar todos aqueles que estão lá para recebê-lo e/ou servi-lo, o que só reafirma que um cargo não faz e nem deve fazer de ninguém superior a ninguém.


3. Frequente as ruas, esteja entre as pessoas
Frequentar as ruas talvez seja uma das atitudes mais nobres que um líder pode tomar. A partir do contato direto com as pessoas e consequentemente com a realidade delas, nos tornamos mais humanos e mais sensíveis aos problemas peculiares a cada realidade social. Estar entre o povo é uma atitude que demonstra uma maior afinidade entre o líder e as pessoas, a partir desse simples gesto é possível construir um canal direto com o povo. Algumas pessoas constroem suas próprias barreiras e alimentam sua própria impopularidade, evite isso. A sintonia do Papa com as novas gerações tem sido algo extremamente positivo para reforçar o dinamismo de quem exerce um papel de influência. Líderes inteligentes expandem fronteiras.

4. Reconheça os erros e minimize as diferenças
Somos todos seres humanos, é inevitável que uma hora cometamos alguns erros. O modo como nos portamos diante deles, porém, é o que define que tipo de líder nós somos. Aquele que lidera para si mesmo, não se sente capaz de assumir os próprios erros sem procurar culpados. O que lidera para os outros, no entanto, não apenas assume os erros que são seus, assume também aqueles que não são advindos do exercício de sua liderança. Em vários momentos do seu pontificado, o papa tem pedido perdão por erros de um passado "negro" da Igreja Católica, sempre reiterando a necessidade de aprender com esses erros afim de não repeti-los. O papa é conhecido por querer aproximar e dar uma maior abertura na Igreja para os homossexuais e os transexuais, em um nítido exemplo de compaixão e principalmente de respeito ao próximo e às diferenças.
“Deus quer bem a todos os seus filhos, sejam como forem, e tu és filho de Deus por isso a Igreja aceita-te como és.” (Papa Francisco)


5. Motive através da Participação
Muitas vezes a falta de motivação é a principal responsável pelo fracasso de grandes empreendimentos, e é um mal contagioso, porém de fácil solução. Um líder que participa, não se restringindo apenas a estar nos holofotes, e que coloca também a "mão na massa" é sempre um ponto positivo na motivação daqueles que o cercam. É de fundamental importância também, que se trabalhe o lado emocional das pessoas... Muitas vezes não atentamos para o fato de que cada pessoa tem o seu ritmo de trabalho, nesse caso, cobranças exageradas podem servir como um fator de frustração ao invés de incentivo. Francisco tem procurado conversar com o povo afim de saber o que lhes incomoda, sempre procurando passar a ideia de que todos fazem parte de algo maior do que si próprios.


6. Lidere com Humildade e Boa Vontade
Quando nos propomos a agir com boa vontade, preservamos a nós mesmo do peso que traz consigo a "obrigação de ter que fazer". Transformamos algo impositivo em algo prazeroso. É assim que deve agir o líder dos outros, deve ter a humildade necessária para ajudar aqueles que o seguem e que o procuram em busca de algum conforto (mas não somente a estes), sem cair no velho erro de deixar-se levar pela vaidade. É necessário saber captar a verdadeira essência das pessoas. Pessoas são naturalmente instáveis, afinal de contas, quem nunca se sentiu no fundo do poço ou pior pessoa do mundo?
Na imagem, Francisco acaricia o rosto de um homem que sofre de uma doença rara. Ele abraça o rapaz, e posteriormente beija o seu rosto, oferecendo-lhe uma oração. O homem buscava por um conforto, e foi isso que o papa lhe proporcionou sem pensar duas vezes.


7. Quem sou eu para julgar?
No mundo em que vivemos, é certo que nem todos têm as mesmas oportunidades de crescer e/ou de chegar aonde se almeja. Muitos caminhos percorridos, muitas escolhas feitas e muitas ainda por fazer, assim é a vida. O líder age através do exemplo, ele sabe que não cabe a ele o papel de julgar quais os erros ou caminhos que levaram determinada pessoa a estarem em determinada situação. O líder benevolente é compreensivo, e oferece ajuda sempre que possível. Ele agrega, pois entende que todos tem a sua importância e o seu papel a desempenhar na construção de um projeto.
Na imagem, Francisco convida um grupo de sem-teto, um deles na companhia de seu cachorro, para tomar café com ele no dia de seu aniversário, como um gesto que simboliza que todos são e sempre serão bem vindos.


Por fim, reitero que a figura de Francisco tem sido diretamente responsável pelo resgate da fé de muitas pessoas na bondade humana, assim como na capacidade de transcendermos as barreiras da religião na luta pelo RESPEITO e pelo AMOR AO PRÓXIMO. Não só para os católicos, as lições de HUMANIDADE e de LIDERANÇA do papa são um verdadeiro PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE.


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