OPERAÇÃO
LAVA JATO, CAPÍTULO 16: CHEGOU A HORA DA ENERGIA NUCLEAR
Fase Radioatividade investiga contratos da Eletronuclear e detém
presidente licenciado
El País – O Jornal Global, Facebook
Após 15 etapas devassando os contratos de grandes empreiteiras no setor
de óleo e gás, a interminável Operação Lava Jato chegou
nesta terça-feira à área de energia nuclear. Em sua 16ª fase, chamada
Radioatividade e deflagrada para investigar contratos firmados entre as
empresas já investigadas na operação com a Eletronuclear, foram cumpridas duas
prisões temporárias no Rio de Janeiro. Um dos detidos é Othon Luiz Pinheiro,
presidente licenciado da Eletronuclear, que é subsidiária da Eletrobrás. Também
foi preso o executivo da Andrade Gutierrez Flávio David Barra.
Em entrevista coletiva realizada em Curitiba na manhã desta terça-feira, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) informaram ter encontrado indícios de pagamento de propina para dirigentes da Eletronuclear por meio da Engevix e de empreiteiras do consórcio Angramon, que possuem contratos com a subsidiária da Eletrobrás para obras na usina Angra 3. O consórcio é formado por Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão, EBE e Techint.
Em entrevista coletiva realizada em Curitiba na manhã desta terça-feira, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) informaram ter encontrado indícios de pagamento de propina para dirigentes da Eletronuclear por meio da Engevix e de empreiteiras do consórcio Angramon, que possuem contratos com a subsidiária da Eletrobrás para obras na usina Angra 3. O consórcio é formado por Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão, EBE e Techint.
Segundo o procurador federal Athayde Ribeiro Costa, Othon Luiz Pinheiro,
que se afastou da Eletronuclear em abril após denúncias de irregularidades,
recebeu 4,5 milhões de reais em propina. Durante a entrevista, Costa disse que
a corrupção no Brasil é endêmica, e que está em "processo de
metástase". Em nota, a Eletronuclear se limitou a dizer que está ciente
das informações apuradas pela Lava Jato e se comprometeu a investigar possíveis
desvios. Já a Andrade Gutierrez informou
que acompanha as ações da Polícia Federal e sempre se colocou à disposição da
Justiça.
A 16ª fase da operação envolve o cumprimento de 30 mandados judiciais,
23 deles de busca e apreensão, 2 de prisão temporária e 5 de condução
coercitiva em cinco cidades (Brasília, Rio de Janeiro, Niterói, São Paulo e
Barueri). São alvo de apuração da Radioatividade a formação de cartel e o
prévio ajustamento de licitações, além do pagamento indevido de vantagens
financeiras a empregados da Eletronuclear. Os presos serão levados para a
Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde permanecerão à disposição
da Justiça Federal.
Delação
O MPF informa que solicitou essas medidas à PF após encontrar evidências
que corroboram o conteúdo da colaboração de Dalton Avancini, ex-presidente
da Camargo Corrêa, que revelou expansão do esquema de cartel da
Petrobras para a Eletronuclear e indícios de pagamento de vantagens indevidas
nos contratos para construção de Angra 3. Segundo os procuradores, há
indicativos de que parte dos 4,5 milhões de reais recebidos pelo presidente
licenciado da Eletronuclear foi recebida em 12 de dezembro de 2014, mesmo após
a prisão de executivos de grandes empreiteiras.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos
primeiros a fechar acordo de delação premiada na Lava Jato, já havia dito
que empresas privadas também
formaram cartéis para atuar em outras áreas do Governo, como a
Eletrobrás, a estatal de energia elétrica, além da construção de hidrelétricas,
de portos e de aeroportos. É por isso que ainda são esperadas outras etapas da
operação como a realizada nesta terça, fora do escopo da Petrobras.
Marcelo Odebrecht e outros 12
viram réus no caso Petrobras
R. B.
O juiz Sergio Moro aceitou nesta terça-feira a denúncia do Ministério
Público Federal contra o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e outros
12 por crimes como organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e
lavagem de dinheiro nacional e internacional. Entre os denunciados, estão o
doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
O grupo, que ainda
conta com quatro ex-diretores da Odebrecht e os ex-executivos da Petrobras
Pedro Barusco e Renato Duque, foi denunciado pelo MPF na última sexta-feira. A
partir de agora, todos eles são considerados réus na ação penal. Ao aceitar a
denúncia, Moro considerou que as provas apresentadas até o momento justificam a
abertura do procedimento. "Há, em cognição sumária, provas documentais
significativas da materialidade dos crimes, não sendo possível afirmar que a
denúncia sustenta-se apenas na declaração de criminosos colaboradores",
escreveu no despacho.
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