Inquérito policial
PF PEDE AO SUPREMO (SEM OBRIGATORIEDADE,
POIS TODOS OS BRASILEIROS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI) PARA OUVIR LULA SOBRE O
ESQUEMA LAVA JATO.
Pedido se baseia em depoimentos
de delatores de que Lula "possivelmente sabia" de todas aquelas
tramoias.
Lula é investigado por suspeita de tráfico de influência internacional (enquanto isso, ele se encontra no momento fazendo propaganda eleitoral
para o candidato governista à presidência daquela república).
GIL ALESSI / MARINA ROSSI São Paulo 11 SEP 2015
El
País – O jornal Global
·
Lula
durante evento em Buenos Aires. / DAVID
FERNANDEZ (EFE)
Em visita a Buenos Aires desde o início da semana, Lula se disse
surpreso com o pedido da PF, e afirmou ainda não ter sido notificado, de acordo
com o jornal O Globo: "Para mim, não chegou nada". Apesar do ex-presidente não ter direito a
foro privilegiado, como o depoimento dos delatores que o citaram consta no
inquérito que tramita no STF - envolvendo políticos com foro especial - a
oitiva de Lula precisa ser autorizada pela corte.
No relatório
entregue à corte, o delegado reconhece que não há provas do envolvimento direto
do petista no caso, mas que a Lava Jato
“não pode se furtar à luz da apuração dos fatos”. O delegado afirma que é
preciso apurar se Lula foi “beneficiado pelo esquema em curso na Petrobras, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu
governo”. O documento afirma que até o momento nenhum delator pode precisar o
envolvimento do ex-presidente no esquema: o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto
Costa se limitaram a dizer que supostamente Lula sabia da corrupção na estatal,
mas eles não ofereceram evidências concretas.
Costa havia
dito em sua delação premiada que achava "pouco provável que Lula não
tivesse conhecimento do envolvimento dos partidos e empresas na movimentação
dos valores do esquema". No entanto, o ex-diretor disse "nunca ter
tratado com o ex-presidente ou com Dilma Rousseff sobre vantagens indevidas
decorrentes de contratos da Petrobras". O relatório afirma que a mandatária
não pode ser investigada pelos fatos ocorridos no período citado pelos
delatores porque, de acordo com a Constituição, "o presidente da
República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos
estranhos ao exercício de suas funções".
O delegado
também quer ouvir o presidente do PT, Rui Falcão, José Eduardo Dutra e José
Sérgio Gabrielli, ex-presidentes da Petrobras, José Filippi Júnior,
ex-tesoureiro das campanhas de Lula e Dilma Rousseff, e os ex-ministros Ideli
Salvatti, Gilberto Carvalho e José Dirceu. Dirceu está preso desde o início de agosto na carceragem da Polícia
Federal em Curitiba, por suspeita de envolvimento na Lava Jato.
Agora o
relator da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki, precisa avaliar o
relatório e decidir se encaminha ou não ao procurador-geral da República,
Rodrigo Janot. Caso ele opte por enviar o material, caberá a Janot decidir se
Lula será ouvido ou não.
O pedido de oitiva de Lula chega
em um momento delicado para a o Governo de Dilma, com o país mergulhado na
recessão e o Executivo cambaleando em meio a crise política. Esta semana a
agência de avaliação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota do país para o grau especulativo, o
que agrava ainda mais a situação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário