Literatura
Publicado por Pamela Camocardi,
é professora por vocação, leitora por paixão e teimosa por natureza.
Objetiva em palavras e atitudes, defende a educação como prioridade e acredita
na leitura como formadora de opiniões..
Ao falarmos em Fiódor Dostoiévski vem à mente
as famosas obras do autor: “Crime e Castigo”, “O Jogador”, “O Idiota” e “Irmãos
Karamazov”. Polêmico, racional e tão verdadeiro quanto poucos conseguiram ser.
Dostoiévski criou uma literatura “diferente” do que a sociedade russa estava
acostumada.
O livro mais famoso do autor, foi motivo de
estudo para várias discussões. Estudiosos afirmam que “Crime e Castigo” foi
escrito baseado na experiência do autor enquanto estava preso, pelo fato de
“ter participado” de um grupo com características tendenciosas para o
socialismo. Mas, não tão conhecida quanto os clássicos do autor, há uma obra
que o classifica como realista e, mesmo que em épocas e países diferentes, o
leitor consegue identificar traços tão marcantes que o aproximam de um dos
maiores escritores da Literatura Brasileira: Machado de Assis.
Machado nasceu em 21 de junho de 1839, no Rio
de Janeiro. Dostoiévski em 1881, em São Petersburgo, Rússia. A possibilidade de
escreverem sobre temas parecidos e terem características literárias em suas
obras seria nula, mas a história aconteceu de outra forma.
As comparações entre Dostoiévski e Machado
não sou poucas e tem sido motivo de estudos há tempos. Isso explica, talvez, o
fato de Dostoiévski ter grande parte de sua obra lançada no Brasil com grande
sucesso editorial.
Machado era polêmico: descrevia nas
entrelinhas suas críticas à sociedade do Rio de Janeiro e a aversão que possuía
de algumas atitudes fúteis. O título de autor realista é justo, já que
transformou em romances tudo o sofreu na pele tudo o descrevia: preconceito, incompreensão
e injustiça social. Dostoiévski também seguiu uma linha romancista (o livro
“Noites Brancas” é o exemplo disso), mas os traços de realismo em suas obras
prevaleceram e, através deles, o autor conseguiu fama.
Um exemplo da semelhança da temática dos
autores são os clássicos “Dom casmurro”(1899) e “O eterno marido” (1870) de
Machado de Assis e Dostoiévski, respectivamente. Com um triângulo amoroso e uma
figura feminina marcante, não há como ler um clássico sem fazer relação ao
outro: a dúvida, o medo, a culpa e a suspeita do adultério são a base da trama
de ambos.
Cada autor, em seu continente e com obras
publicadas em tempos diferentes, revolucionou a escola literária e trouxe para
as sociedades russa e brasileira verdadeiros registros históricos dos
conhecimentos empíricos vivenciados por eles.
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