Colaboração do INSTITUTO ZACARIAS
DE ESTUDOS E PESQUISAS ESPIRITUAIS
(fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre).
(formatação e observações nossas).
A IGREJA ORTODOXA (do grego όρθος, transl. órthos: reto, correto, e δόξα, transl. dóxa: doutrina, opinião; literalmente, "igreja da opinião correta") ou IGREJA CATÓLICA ORTODOXA é uma comunhão de igrejas cristãs autocéfalas, herdeiras da cristandade do Império Bizantino, que reconhece o primado de honra do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla desde que a sede de Roma deixou de comungar com a ortodoxia.
Reivindica ser a continuidade da Igreja fundada por Jesus, considerando seus líderes como sucessores dos apóstolos.
A IGREJA ORTODOXA tem aproximadamente dois mil anos, contando-se a partir da Igreja Primitiva, e aproximadamente mil anos, contando-se a partir do Cisma do Oriente ou GRANDE CISMA, em 1054.
Desde então, os ORTODOXOS não reconhecem a primazia papal, a Cláusula Filioque, não aceitam os dogmas proclamados pela Igreja Católica Romana em séculos recentes, tais como : a Imaculada Conceição e a infalibilidade papal. Também, não consideram válidos os sacramentos ministrados por outras confissões cristãs.
Apesar de católicos romanos e ortodoxos terem uma história comum, que começa com a fundação da Igreja e com a difusão do cristianismo pelos apóstolos, uma série de dificuldades ocasionou o progressivo distanciamento entre Roma e os Patriarcas. Primeiro veio a quebra da unidade politica.
Com a divisão do Império Romano, em 395, a queda do Império Romano do Ocidente, em 476 e o fracasso da tentativa de JUSTINIANO I de reunificar o império a partir de 535, o Oriente e o Ocidente deixaram de ter o mesmo governo.
Tempos mais tarde, com a ascensão do ISLÃ, as trocas econômicas e os contatos por via marítima entre o Império Bizantino, de língua grega, e o Ocidente, de língua latina, tornaram-se mais difíceis, e a unidade cultural deixou de existir.
Em que pesem diferenças teológicas (teologia - ciência que estuda o Deus, de acordo com a moral e o dogma de cada religião), organizativas e de espiritualidade não desprezáveis, a IGREJA ORTODOXA é, em muitos aspetos, semelhante à Igreja Católica : preserva os sete sacramentos, o respeito a ícones (quadros ou imagens) e o uso de vestes litúrgicas nos seus cultos (denominados de divina liturgia). SEUS FIÉIS SÃO CHAMADOS DE CRISTÃOS ORTODOXOS.
No seu conjunto, a IGREJA ORTODOXA é a terceira maior confissão cristã, contando, em todo o mundo, com, aproximadamente, 250 milhões de fiéis, concentrados sobretudo nos países da Europa Oriental.
As IGREJAS ORTODOXAS mais importantes são a IGREJA ORTODOXA GREGA e a IGREJA ORTODOXA RUSSA.
Em inglês empregam-se dois sinônimos, cada um dos quais corresponde à palavra portuguesa "oriental", para distinguir as Igrejas que aceitam o Concílio de Calcedónia e a sua doutrina do diofisismo (diofisismo = ciencia que sustenta a existencia de duas naturezas em Cristo) das que os rejeitam.
As primeiras são chamadas de "Eastern Orthodox" e as outras, "Oriental Orthodox". Os correspondentes nomes em alemão são "östlich-orthodoxe" e "orientalisch-orthodoxe".
Em línguas que não dispõem deste par de sinônimos (como o espanhol e o francês), segundo o Conselho Mundial de Igrejas, o termo "ortodoxas orientais" é, geralmente, reservado às igrejas que rejeitam o concílio , enquanto que as que o aceitam são chamadas de "ortodoxas bizantinas" ou "ortodoxas calcedonianas".
H I S T Ó R I A
PRIMEIRO MILÊNIO E GRANDE CISMA
Emblema na sede do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, em Istambul
Até o século XI, católicos romanos e ortodoxos têm uma história comum, que começa com a instituição da Igreja por JESUS CRISTO e sua difusão pelos apóstolos.
O Primeiro Concílio de Niceia, em 325, estabeleceu que em cada província civil do Império Romano o corpo dos bispos deveria ser encabeçado pelo Bispo da Capital Provincial (o bispo metropolita), mas, reconheceu a autoridade super-metropolitana já exercida pelos Bispos de Roma, Alexandria e Antioquia.
Além disso, decretou que o Bispo de Jerusalém tivesse direito a honra especial, embora não a autoridade sobre outros bispos.
Quando a residência do Imperador Romano e o Senado foram transferidos para Constantinopla, em 330 d.C, o Bispo de Roma perdeu influência nas igrejas orientais, em benefício do Bispo de Constantinopla. Ainda assim, Roma continuou a ter uma autoridade especial devido à sua ligação com São Pedro.
Uma série de dificuldades complexas ocasionou um progressivo distanciamento entre Roma e os demais patriarcados. Primeiramente, a quebra da unidade política.
Com a divisão do Império Romano (em 395), a queda do Império Romano do Ocidente (em 476) e o fracasso da tentativa de JUSTINIANO I de reunificar o império (a partir de 535), Oriente e Ocidente deixaram de estar sob o mesmo governo.
Mais tarde, com a ascensão do ISLÃ, as trocas econômicas e os contatos por via marítima entre o Império Bizantino, de língua grega, e o Ocidente, de língua latina, se tornaram mais difíceis, e a unidade cultural entre os dois mundos deixou paulatinamente de existir.
No século VIII, Roma colocou-se sob a proteção do Império Carolíngio. Criou-se assim uma situação em que as Igrejas em Roma e em Constantinopla estavam no seio de dois impérios distintos, fortes e autossuficientes, cada qual com sua própria tradição e cultura.
Essa situação ensejou uma escalada de divergências doutrinárias entre Oriente e Ocidente (em particular, a inclusão, pela Igreja Latina, da Cláusula Filioque, no Credo niceno-constantinopolitano, considerada herética pelos ortodoxos) e a adoção gradativa de rituais diferentes entre si.
Ao mesmo tempo, acentuou-se a pretensão, por parte de Roma, de exercer uma autoridade inconteste sobre todo o mundo cristão, enquanto que Constantinopla aceitava somente que Roma tivesse uma posição de honra, eles praticavam para meu pai, tais disputas levaram à rutura, em 1054, com a excomunhão mútua entre autoridades da Igreja Católica no Ocidente e da Igreja Ortodoxa no Leste (Grécia, Rússia e outras terras eslavas, além de Anatólia, Síria, Egito, etc., onde a maioria dos cristãos já pertencia a Igrejas Ortodoxos Orientais).
A essa divisão a historiografia ocidental chama Cisma do Oriente ou Cisma do Oriente e do Ocidente, e a oriental, Grande Cisma.
SEGUNDO MILÊNIO
A relação entre a Igreja Romana e a Oriental fica ainda pior em decorrência da Quarta Cruzada, que sela a divisão entre as igrejas. O saque da Basílica de Santa Sofia e o estabelecimento do Império Latino são até hoje mal vistos.
O primeiro foi repudiado pelo Papa Inocêncio II, à época, mas só foram emitidas desculpas oficiais por João Paulo II em 2004, estas aceitas por Bartolomeu I de Constantinopla. Tentou-se reestabelecer união no Segundo Concílio de Lyon (em 1274) e o Concílio de Florença (em 1439).
Conseguiu-se, brevemente, uma recomunhão neste segundo, mas esta acabou se desfazendo com a Queda de Constantinopla. Algumas igrejas orientais fatalmente entrariam em recomunhão, e juntas formam a Igreja Católica Oriental.
Em 1453, Constantinopla cai para o Império Otomano, que fatalmente toma quase todos os Balcãs. O Egito era tomado pelo islamismo desde o século VIII, mas a Ortodoxia ainda era forte na Rússia, que passa a ser referida como Terceira Roma. O Patriarca de Constantinopla tem autoridade administrativa sobre os rumes do Império Otomano, que permite certa liberdade de culto no Império.
No Império Russo, a Igreja Ortodoxa Russa era uma instituição desconectada do Estado, até 1666, com a deposição do Patriarca Nikon (conhecido pelas reformas que levaram ao cisma dos velhos crentes), influenciada por Aleixo I.
Em 1721, Pedro I abole o Patriarcado e transforma a Igreja em uma instituição estatal, o que só é interrompido com a Revolução de Outubro. O ressurgimento, no entanto, não duraria muito, com o Patriarcado sendo extinto pelo governo comunista após a morte do Patriarca Tikhon.
Em 1943, no entanto, o Patriarcado foi reinstituído por Stalin. Ainda haveria perseguições sob Khrushchev, que chegou a fechar 12 mil igrejas. Menos de 7 mil permaneciam ativas à altura de 1982.
Como ateísmo de Estado das nações comunistas, a IGREJA ORTODOXA sofreu fortemente com perseguição e censura, notavelmente na Albânia de Hoxha, declarada oficialmente ateia. Em outros países, no entanto, como na Romênia, a Igreja teve relativa liberdade, apesar do forte controle por parte da polícia e de experiências como as tentativas de lavagem cerebral de crentes na prisão de Piteşti, o que por fim seria rigorosamente punido pelo Estado.
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