Publicado por Ellen Pederçane
Viajar é trocar a roupa
da alma, já dizia o poeta. ‘Mochilar’ é uma paixão pra quem gosta de carregar
um mundinho nas costas, gastando menos e permitindo-se entrar em furadas que
serão lembranças fantásticas.
Foto: da própria autora
Viajar é daqueles presentes que vez ou outra
devemos nos dar! Vale a pena economizar cada centavinho, tirar algumas
futilidades da sua vida para encarar uma estrada com a mochila nas costas. Vale
a pena tanto para olhar pra si, como para aprender com o mundo ao seu redor. É
daquelas experiências que até os perrengues geram boas histórias pra contar.
1 - Conhecer outras culturas faz você se encontrar
melhor na sua, valorizar mais aquele lugar que te ampara desde que você nasceu.
Seja sua pátria, sua família, seus amigos, seu amor, estar longe traz uma nova
e mais ampla perspectiva, abre seus olhos. É como se você pudesse “ver de fora”
sua vida e dar um novo sentido a ela. Tudo fica mais claro.
2 - É importante ter um roteiro? Sim, mas não
fique preso a ele. Tenha uma ideia de onde quer ficar, por quanto tempo, mas
permita que este sofra mudanças de acordo com o desenvolvimento da viagem. Em
alguns lugares você poderá ficar mais e outros (financeiramente) terá de
diminuir o tempo de estadia. De qualquer forma, tudo será maravilhoso, não há
dúvidas.
3 - As diferenças culturais existem, mas
gente linda você encontra em qualquer parte do mundo. Na Europa, por exemplo,
há mais pessoas atenciosas do que parece. Realmente prestam atenção em você,
abrem a casa, o coração, dão moeda na rua se percebem que você não está
conseguindo trocar uma nota de 5 euros por moedas pra comprar algo naquelas
máquinas de tudo (comida, água, ‘refri’). Esse é o diferencial de conhecer o
mundo de perto e pela televisão: você percebe que tem mais gente disposta a
distribuir amor do que aparece nos noticiários.
4 - Ir ao Coliseu, à Torre Eiffel, ao Big
Bem, esquiar na Cordilheira, ver um show de tango, muitas outras coisas são
bacana e farão parte do seu roteiro. Mas lembre-se: é legal conhecer muito
mais. Conheça as pessoas, entenda um pouco delas ao conhecer sua cultura. Ouvir
é um exercício essencial numa viagem. Se permitir entrar no mundo de outras
pessoas e enxergar seu cotidiano, perceber que bem lá no fundo, nossas
diferenças não são tão grandes assim.
Foto: da própria autora
5 - Busque aprender alguma palavrinha da
língua oficial do país (porque aprender os dialetos fica um pouco mais
complicado). Seja um “bom dia”, um “obrigado” os moradores locais ficam felizes
ao ver seu esforço em falar a língua deles e serão até mais simpáticos.
6 – Na hora da economia, compre sua comida no
mercado, mesmo que você não seja um chef de cuisine, fará você recorrer menos
ao fast food. Uma das qualidades de um mochileiro deve ser “se virar com o que
tem”.
7 - Aprenda com o mochileiro europeu: você
não precisa de muita vaidade durante a viagem. Você precisa de conforto. Ah,
leve a menor quantidade de roupa possível, porque depois de alguns meses
qualquer peso se transforma em um monstro nas suas costas. E use uma roupa até
não aguentar mais, pois lavanderia não é lá a coisa mais barata do mundo e não
é sempre que você poderá perder seu precioso tempo nela.
Foto: da própria autora
8 - Permita-se quebrar tabus. Franceses vão
falar com você em inglês quando você estiver perdido. Italianos falam com a
mão, “brigam” pra te dar a direção certa e até levam você aonde você quer
chegar: não se assuste pelo “falatório”, eles são uns amores! Pelo menos no
verão, os ingleses param sim para te dar informação (e ainda te colocam no
ônibus!). O povo irlandês é super receptivo, principalmente ao te ver focada no
mapa e sem sair do lugar. Os latinos vão querer conversar sobre o que conhecem
do seu país e puxar umas palavras em português. O importante é não ir armado,
as pessoas estão além de nossas ideias pré concebidas.
9 - Ande de trem, de ônibus, a pé, de todas
as formas que forem te dar melhor acesso ao país/estado/cidade onde está
chegando. É uma forma muito bacana de conhecer outras belezas ao longo do
caminho, conhecer pessoas comuns que estão indo estudar em outro lugar, ou
qualquer outra coisa. Mesmo que rápido, ver essas lugares bonitos e pensar “na
próxima viagem, desço por aqui.”
10 - Aprenda a fotografar. Não em questões de
técnicas (o que também pode ser bom pra se ter lembranças ainda mais bonitas).
Não perca tempo fotografando tudo e vivendo pouco a viagem. As memórias
fotográficas são muito importantes, mas o que você está vendo e vivendo,
ninguém vai te trazer de volta. Aproveite pra ver o mundo com as lentes e mais
ainda sem elas. Fuja da síndrome do oriental e fotografe o suficiente, sem
exageros.
Esses são alguns dos muitos aprendizados que
a estrada pode nos dar. Que não faltem oportunidades de viagens, de
conhecimento, de histórias para viver e contar.
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