Greg Dunlop
BBC
News, Sydney (Austrália)
O tigre-da-tasmânia foi o maior marsupial
carnívoro do mundo
Ele foi declarado extinto há 80 anos,
mas alguns acreditam que tenha sobrevivido em silêncio. O tigre-da-tasmânia (Thylacinus cynocephalus) é alvo de relatos sobre sua
sobrevivência que atravessam décadas.
No
caso mais recente, imagens divulgadas por um grupo de entusiastas do animal,
também conhecido como tilacino, foram recebidas com um misto de alegria e
ceticismo.
O
vídeo em baixa definição, publicado na internet pelo Grupo de Conscientização
sobre o Tilacino, supostamente mostraria o marsupial de cauda longa andando
pelas redondezas de Adelaide Hills, no sul da Austrália.
Mas
especialistas criticaram as imagens, dizendo que o vídeo borrado não prova a
existência do animal e observando que não apareceram, por exemplo, evidências
de presas mortas para sustentar a tese.
Um vídeo tem circulado como uma suposta prova
de que o animal não está extinto
Karl
Kruszelnicki, um popular comentarista de ciência na rádio e TV australiana,
afirma que o mais surpreendente nas imagens eram sua péssima qualidade.
"Não
podemos deixar de notar que estão fora de foco, quando hoje temos câmeras com
foco automático."
Sua
explicação para a crença de que o tigre-da-tasmânia esteja vivo - sem que haja
provas disso - é simples.
"Algumas
pessoas acreditam que o mundo ao seu redor não as entende, por isso elas
precisam inventar coisas."
O último conhecido
O
pesquisador amador Neil Waters defende a teoria de que o tigre-da-tasmânia
sobreviveu escondido na Austrália continental por ser um predador migratório
capaz de escavar tocas.
"Eu
o vi pela primeira vez em um livro de escola quando era criança, e ali dizia
que estavam extinto. Isso desencadeou algo em mim que, desde então, nunca
desapareceu", disse Waters à BBC.
O último tigre-da-tasmânia em cativeiro morreu
em um zoológico em 1936
Waters
rechaça a sugestão de que a busca pelo tilacino já começa a entrar no âmbito da
criptozoologia - o estudo de criaturas míticas.
"Há
muitas peças de museu em todo o mundo que provam que esse animal realmente
existiu. Acho que é uma vantagem sobre quem está atrás do Pé Grande ou de um
ovni."
O
último exemplar conhecido da espécie morreu em um zoológico em Hobart, capital
da Tasmânia, em 1936. O tilacino foi perseguido até à extinção por fazendeiros
indignados com o número de ovelhas mortas por esse carnívoro.
No
entanto, nas décadas seguintes, houve milhares de casos de pessoas que dizem
terem avistado animais na Tasmânia e na Austrália continental.
O tigre-da-tasmânia continua a servir como um
alerta para a humanidade
Em 2005, a revista The
Bulletin chegou a oferecer uma recompensa de US$ 1 milhão (R$ 3,15
milhões) pela captura de um tigre-da-tasmânia. Nenhum animal apareceu.
Alguns cientistas têm inclusive falado na
ressurreição da espécie por meio de métodos de clonagem que lembram os do filme Parque dos Dinossauros.
Cath
Temper, especialista em mamíferos do Museu da Austrália do Sul, diz ser pouco
provável que a mais recente filmagem seja real, já que "nunca houve
tilacinos na parte continental" da Austrália.
Ela
acredita serem remotas as chances de haver um punhado de sobreviventes na
Tasmânia. "Mas nunca se sabe", diz.
"Seria
arrogante se eu dissesse que não existe nenhuma possibilidade."
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