terça-feira, 11 de dezembro de 2012

AFRODITE - A DEUSA DO AMOR

Ao folhear o Dicionário da Mitologia Greco Romana, de Pierre Grimal, um dos livros que mais consulto depois do dicionário pátrio, principalmente o que norteou a minha puberdade e o meu período universitário, assinado por Hildebrando Lima e Gustavo Barroso, e revisto por Manuel Bandeira e José Batista da Luz, 4ª edição de 1945, deparei-me com um verbete que, de tão importante, achei por bem divulgá-lo. Trata-se, nada mais nada menos, daquele que diz respeito à Afrodite. Como todos sabem: a Deusa do Amor. Espero que os meus amigos deste blog gostem do que pesquisei e aumentem seus conhecimentos sobre a mitologia, assunto curioso, interessante e instigante.
Afrodite – Afrodite é a deusa do amor, identificada em Roma com a velha divindade itálica Venus. Duas diferentes tradições se referem ao seu nascimento. Ora fazem dela a filha de Zeus e de Dione, ora a filha de Urano, cujos órgãos sexuais, cortados por Crono, caíram no mar e geraram a deusa, “a Mulher-nascida-das-ondas”, ou então “nascida do esperma de Deus”. Logo que emergiu do mar, Afrodite foi transportada pelos Zéfiros, primeiro para a ilha Citera, depois até à costa de Chipre. Aí foi acolhida pelas Estações (as Horas), vestida e enfeitada, e conduzida por elas para junto dos Imortais.  Uma lenda referida por Luciano dá a entender que ela terá sido, primeiro, criada por Nereu. Mais tarde Platão imaginou a existência de duas Afrodite diferentes: a que nasceu de Urano ((o Céu), a Afrodite Urânia, deusa do amor puro, e a filha de Dione, a Afrodite Pandémia (ou seja, a Afrodite Popular), deusa do amor vulgar. Mas esta é uma explicação filosófica tardia, estranha aos mitos mais antigos da deusa.  À volta de Afrodite formaram-se diferentes lendas que não constituem uma história coerente, mas episódios diversos em que intervém a deusa. Afrodite era mulher de Hefesto, o deus coxo Lemnos. Contudo, amava Ares, o deus da Guerra. Homero refere como os dois amantes foram surpreendidos,  uma manhã, pelo Sol, que logo foi  dar a novidade a Hefesto. Este preparou uma armadilha: tratava-se duma rede mágica que só ele podia manejar. Um dia em que os dois amantes estavam abraçados no leito de Afrodite, Hefesto fechou-os na rede e chamou todos os deuses do Olimpo, o que provocou neles a mais viva hilaridade. A pedido de Posidon, Hefesto consentiu em retirar a rede. A deusa partiu envergonhada, para Chipre e Ares para a Trácia.  Dos amores de Ares e Afrodite nasceram Eros e Ânteros, Deimo e Fobo (o Terror e o Medo), a Harmonia (que mais tarde, em Tebas, se tornou a mulher de Cadmo). Por vezes, acrescenta-se ainda a esta lista Priapo, o deus de Lâmpsaco, protetor dos jardins (segundo algumas tradições, Afrodite é considerada como a deusa dos jardins, sobretudo na sua encarnação itálica, Venus).
Os amores de Afrodite não foram apenas com Ares. Quando Mirra, transformada em árvore, deu luz a Adônis, Afrodite recolheu a criança, que era muito bela, e confiou-a a Perséfone. Esta, porém, não quis depois restituí-la. A questão foi submetida a Zeus, que decidiu que o jovem deveria permanecer uma terça parte do ano com Perséfone e as duas terças partes com Afrodite.  Adonis haveria de morrer muito cedo, ferido mortalmente por um javali, talvez vítima da inveja de Ares.
A deusa amou igualmente Anquises, no cimo do Ido, na Tróade, e dele teve dois filhos, Enéias e, segundo certas tradições, Lirno.
Eram célebres as cóleras e as maldições de Afrodite.  Foi ela que inspirou a Eos uma paixão irresistível por Orion, como castigo por ter seguido a Ares. Castigou  igualmente todas as mulheres de Lennos por não a honrarem, atormentando-as com um odor de tal modo insuportável que os maridos as trocavam pelas cativas trácias. As lênnias mataram então todos os homens da ilha, e fundaram uma sociedade de mulheres até o dia em que os Argonautas apareceram e lhes deram filhos, Afrodite castigou ainda as filhas de Cíniras, em Pafos, forçando-as a prostituírem-se com os estrangeiros.
O seu favor não era menos perigoso. Um dia, a Discórdia lançou uma maça que deveria ser entregue a mais bela das três deusas Hera, Atena e Afrodite. Zeus ordenou a Hermes que as conduzisse, as três, ao monte Ido, na Tróade, para aí serem apreciadas por Alexandre, mas tarde conhecido pelo nome de Páris. As deusas iniciaram perante ele um debate, elogiando cada uma a sua beleza e prometendo-lhe presente. Hera oferecia-lhe a realeza sobre todos os povos; Atena tornava-o invencível na guerra e Afrodite concedia-lhe a mão de Helena. Afrodite foi a preferida e foi ela, pois, que esteve na origem da Guerra de Tróia. Durante toda Guerra ela protegeu os Troianos e, sobretudo, Páris. Quando este combateu, num combate singular, contra Menelau e esteve em dia de ser derrotado,  foi Afrodite que o livrou do perigo e provocou o incidente que fez recomeçar as hostilidades gerais. Mais tarde, protegeu igualmente Eneias quando este ia ser morto por Diomedes, que chegou mesmo a ferir a deusa. Mas a proteção de Afrodite não pode impedir a queda de Tróia e a morte de Páris. Apesar disto, conseguiu salvar a raça troiana e foi graças a ela Eneias com Anquises, seu pai, e Iulo (ou Ascânio), seu filho, levando consigo os Penates de Tróia conseguiu escapar-se da cidade em chamas e procurar uma terra que fosse a sua pátria. Por isso, Roma via uma protetora especial em Afrodite – Vênus. Esta era considerada a antepassada dos iulii, os descendentes de Iulo e, portanto, de Eneias, filho da deusa. Por tal motivo, César construiu-lhe um templo, dedicado a Vênus-mãe, a Vênus Genitrix.
Os animais favoritos da deusa eram as pombas. Era um casal destes animais que puxava o seu carro. As suas plantas eram a rosa e mirto.    

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