segunda-feira, 29 de abril de 2013

“NINGUÉM MUDA NINGUÉM; NINGUÉM MUDA SOZINHO; NÓS MUDAMOS NOS ENCONTROS”.


                                                                  Texto de Paulo Angelim

Simples, mas profundo, preciso. É nos relacionamentos que nos transformamos. Howard Hendricks disse que os dois fatores que mais nos influenciam e nos transformam são os livros que lemos, e as pessoas com as quais convivemos.


Hoje, vou ficar com o segundo fator.


Você já viu a diferença que há entre as pedras que estão na nascente de um rio, e as pedras que estão em sua foz?

As pedras na nascente são toscas, pontiguadas, cheias de arestas. À proporção que elas vão sendo carregadas pelo rio, sofrendo a ação da água e se atritando com as outras pedras, ao longo de muitos anos, elas vão sendo polidas, desbastadas. As arestas vão sumindo. Elas ficam mais orgânicas, mais suaves, lisas, e o melhor: vão ficando cada vez mais parecidas com as outras, sem necessariamente serem iguais. Quanto mais longo o curso do rio, mais evidente é o fenômeno.

Depois disso, ele (Howard Hendricks) fechou a ideia: "É a mesma coisa com as nossas vidas. Se nos permitirmos estar em contato com as pessoas, sendo conduzidos pelo rio da vida, vamos, no "atrito positivo" (contato) com o próximo, eliminando arestas, desbastando diferenças, parecendo-se e harmonizando-se mais uns com os outros, sem necessariamente perdermos nossa identidade."

Não nego que alguns desses contatos e atritos nos deixam marcas, tiram lascas de nós. Mas mostre um coração sem marcas e lhe mostro um coração que não amou, que não viveu. Um coração que não chorou, nem sentiu dor. Um coração sem sentimentos. E sentimentos são o tempero de nossa existência. Sem eles, a vida seria monótona, árida.


O fato é que não existem sentimentos, bons ou ruins, sem a existência do outro, sem o seu contato. Passar pela vida sem se permitir o contato próximo com o outro, é não crescer, não evoluir, não se transformar. É começar e terminar a existência com uma forma tosca, pontiaguda, amorfa.


Quando olho para trás, vejo que hoje carrego em meu ser várias marcas de pessoas extremamente importantes. Pessoas que, no contato com elas, me permitiram ir dando forma ao que sou, eliminando arestas, transformando-me em alguém melhor, mais suave, mais harmônico, mais integrado. Outras, sem dúvida, com suas ações e palavras me criaram novas arestas, que precisaram ser desbastadas e algumas que ainda precisam.


Reveses momentâneos. Servem para o crescimento.

A isso chamamos experiência.

ATRITE-SE - DEBASTE-SE - AME!





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