“Erros foram praticados durante
o regime militar, eram tempos difíceis. Claro que no reverso da medalha foi
promovida ampla modernização de nossas estruturas materiais. Fica para o
historiador do futuro, emitir a sentença para aqueles tempos bicudos”.
Mas uma evidência salta
aos olhos.
Quando Humberto de
Alencar Castello Branco morreu num desastre de avião, verificaram os
herdeiros que seu patrimônio limitava-se a um apartamento em Ipanema e umas
poucas ações de empresas públicas e privadas.
Arthur da Costa e Silva, acometido por um derrame cerebral, recebeu de favor
o privilégio de permanecer até o desenlace no palácio das Laranjeiras,
deixando para a viúva a pensão de marechal e um apartamento em construção, em
Copacabana.
Emílio Garrastazu Médici dispunha como herança de família, de uma fazenda de
gado em Bagé, mas quando ele adoeceu, precisou ser tratado no Hospital da
Aeronáutica, no Galeão.
Ernesto Beckmann
Geisel, antes de assumir a presidência da República, comprou o Sítio dos
Cinamomos, em Teresópolis, que a filha vendeu para poder se manterem no
apartamento de três quartos e sala, no Rio.
João Baptista de
Oliveira Figueiredo, depois de deixar o poder, não aguentou as despesas do
Sítio do Dragão, em Petrópolis, vendendo primeiro os cavalos e depois a
propriedade. Sua viúva, recentemente falecida, deixou um apartamento em São
Conrado que os filhos agora colocaram à venda, ao que parece em estado
lamentável de conservação.
Não é nada, não é nada, mas
os cinco generais-presidentes até podem ter cometido erros, mas não se
meteram em negócios, não enriqueceram nem receberam benesses de empreiteiras
beneficiadas durante seus governos. Sequer criaram institutos destinados a
preservar seus documentos ou agenciar contratos para consultorias e palestras
regiamente remuneradas.
Bem diferente dos tempos
atuais, não é?
Por exemplo, o Lulinha,
filho do Lula era até pouco tempo atrás funcionário do Butantã/SP, com um
salário (já na peixada política) de R$ 1200,00 e hoje é proprietário de uma
fazenda em Araraquara/SP , adquirida por 47 milhões de reais, e detalhe,
comprada a vista.
Centenas de outros
políticos, também trilharam e trilham o mesmo caminho.
Se fosse aberto um processo generalizado de avaliação dos bens de todos
políticos, garanto que 95% não passariam, seria comprovado destes o
enriquecimento ilícito.
Como diria Boris Casoy: “Isto é uma vergonha” e pior, ninguém faz nada.
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