quinta-feira, 25 de julho de 2013

Histórico ACB*

A Origem
A Associação Comercial da Bahia foi fundada em 15 de julho de 1811, atendendo a três desejos:
 - dos comerciantes, para terem um local condigno onde pudessem se reunir regularmente e aí realizar seus negócios, como já vinham fazendo há anos, na própria Cidade Baixa;
- do Vice-Rei do Brasil, D. Marcos de Noronha e Britto, VIII Conde dos Arcos de Val de Vez, interessado no desenvolvimento da província que governava, sede do maior porto do hemisfério sul na época, já aberto, desde 1808 às “nações amigas”;
- do Príncipe Regente, D. João VI, de promover o progresso da Colônia, sede provisória da Corte Portuguesa.



O Dia da Inauguração
 
O Palácio, construído no terreno remanescente da bateria de São Fernando, cedido pela Corte, mas custeado inteiramente por subscrições dos comerciantes da Bahia, foi solenemente inaugurado às 10:00 horas da manhã do dia 28 de janeiro de 1817, com bênção, orquestra e pompa, os convidados ricamente vestidos e as senhoras, “convidadas para um copo d’água”, trajadas com máximo luxo e riqueza. Os “negociantes da Praça da Bahia”, reconhecidos, ofereceram a D. Marcos uma espada de ouro”. 

 

Atuação – História

Desde seus primórdios, a Associação Comercial tem tido atuação marcante na vida comunitária da Bahia, destacando-se os eventos mais marcantes:
1846 - instituiu um “Curso de Contabilidade por Partidas Dobradas e Geographia”, dirigido especificamente aos comerciantes, seus filhos e empregados, suprindo uma falta aguda de guarda-livros e elementos treinados em administração comercial;
1849 - importou, da Inglaterra, a primeira bomba contra incêndio em Salvador, com mangueiras e escada de molas, encarregando-se, ela mesma, da sua operação, até transferi-la para a Sociedade de Voluntários Contra Incêndios, uma companhia independente, à qual doou o equipamento;
1855 - teve atuação marcante na epidemia de “cólera-morbus”, tomando a frente das ações comunitárias em favor das vítimas e oferecendo sua própria sede para seu atendimento;
1865 - liderou as ações humanitárias para socorrer as famílias dos militares perecidos ou mutilados na Guerra do Paraguai, promovendo uma subscrição entre os negociantes da Praça, sem distinção de nacionalidade;
1874 - adquiriu na França e fez erguer um monumento em comemoração das vitórias conquistadas na Guerra do Paraguai na Praça Riachuelo, custeando toda sua urbanização, juntamente com a Praça Conde dos Arcos e a Praça Deodoro da Fonseca, cuidando da sua manutenção e conservação;
1902 - voltou a auxiliar a corporação dos bombeiros, transformando-a em guarda noturna, assumiu seus débitos e reequipou-a com uniformes e todo o material adequado, doando-lhe duas novas bombas, compradas na Europa;
1905 - patrocinou a fundação da Escola do Comércio da Bahia e defendeu os interesses da nova instituição perante o governo e a classe empresarial.
1911 - no ano da comemoração do primeiro centenário da sua fundação, financiou a reconstrução total da Praça Deodoro da Fonseca;
1917 - em reconhecimentos da sua atuação em defesa de causas da sociedade e dos interesses das classes empresariais, foi declarada de utilidade pública pela Lei Federal no. 3.330;
1941 - foi considerado Órgão Técnico Consultivo do Poder Público pelo Decreto Federal no. 8.130;
1970 - liderou o movimento da iniciativa privada, somando esforços com o Governo do Estado, para a implementação do Polo Petroquímico de Camaçarí, cujo ato de constituição foi assinado em solenidade realizada no seu Palácio sede, em outubro de 1971.
Do passado recente, vale destacar o importante papel da Casa na coordenação de todas as entidades de representação empresarial da Bahia na tentativa de impedir a liquidação do Banco Econômico e seu empenho na promoção do projeto de autoria do Vice-Presidente da República, Marco Maciel, quando Senador, de criação de Câmaras de Arbitragem. Atualmente, a Associação Comercial da Bahia lidera a campanha em prol da revitalização do bairro do Comércio, não só para que retorne à sua antiga condição de centro financeiro da cidade, mas também para modernizá-lo, inclusive no aspecto turístico. 


Conservação

Diversas obras de conservação e restauro foram efetuadas no decorrer do tempo, a partir de meados do século XIX, sendo as mais importantes as realizadas em 1905 e 1948, quando todo madeiramento do telhado foi substituído. A obra abrangente mais recente foi executada entre 1995 e 1997, que transformou todo o rés-do-chão e nele localizou a administração, construiu um auditório com 80 lugares, instalou aparelhos de ar condicionado no mesmo pavimento e no Salão Nobre e recuperou e iluminou as fachadas. Todas as obras foram custeadas exclusivamente com recursos obtidos junto ao empresariado, tradição fielmente observada pela entidade desde sua fundação, preservando a sua autonomia perante o Poder Público.
  
Em julho de 2001, data do seu 190º aniversário, acaba de ser completado restauro de todo o seu acervo histórico e artístico, composto de 114 objetos e obras de arte, entre elas telas de personalidades e eventos históricos, pintadas em sua maior parte no século XIX, de grande valor histórico. Ainda neste mesmo ano, inicia-se um projeto ambicioso de restauração geral do seu Palácio sede, desde o telhado, até as paredes internas e externas, com a modernização e climatização da sua Biblioteca e de todos os espaços públicos.

Projetos Atuais
Ao iniciar a última década antes do seu bicentenário, a Associação Comercial da Bahia está em nova fase de expansão de atividades e do seu quadro social. Um programa de convênios com empresas comerciais e prestadoras de serviços garante condições diferenciadas para seus associados, o mesmo ocorrendo com um serviço de atendimento médico emergencial.
Firmado com a Universidade Federal da Bahia em 2000, um convênio seleciona alunos de desempenho acadêmico destacado, inclusive vindos do exterior, para estagiar em empresas baianas, com vistas a se incorporarem ao quadro funcional das organizações depois da conclusão de seus estudos.
Outro projeto iniciado em 2000 é o “Empreender”, um programa de mobilização que visa o associativismo com a participação de micro, pequenas e médias empresas, para habilitá-las a se tornarem eficazes instrumentos de capacitação tecnológica, conhecimento de mercado e modernização. Concebido na Alemanha em 1980, o projeto foi implantado no Brasil pelas Associações Comerciais de Santa Catarina, no início dos anos ‘90 e chegou à Bahia em 2000. Em pouco mais de meio ano de atuação, a Associação Comercial da Bahia já formou sete núcleos setoriais em Salvador, que abrangem um total de 107 empresas e está realizando o trabalho de sensibilização e preparativos para implantar mais outros.
Lançada em 1999, em parceria com o Instituto Miguel Calmon, a série de eventos denominados “Café da Manhã com Empresários” vem trazendo a Salvador personalidades do primeiro escalão entre as lideranças do governo e da iniciativa privada, como ministros de Estado, membros do Congresso Nacional e altos dirigentes das maiores empresas do País, que debatem, com o empresariado local, assuntos relevantes da atualidade. No seu terceiro ano, o “Café da Manhã com Empresários”, realizado regularmente a cada mês, figura com destaque na agenda de eventos importantes do Estado da Bahia.
*NR/ O Associação Comercial da Bahia é um dos primeiros edifícios em estilo neoclássico construído no Brasil. Sua sede é suntuosa, e guarda tesouros da arte baiana. Vale visita-la. 


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